1º de MAIO SEM LUTA: MANIFESTAÇÕES EM SÃO PAULO PELO “FICA DILMA” E “FORA DILMA” NÃO SERVIRAM PARA ORGANIZAR O COMBATE REVOLUCIONÁRIO POR UMA ALTERNATIVA DE PODER DOS TRABALHADORES. LBI INTERVÉM EM AMBOS PUBLICITANDO UMA PLATAFORMA INDEPENDENTE
Dilma no ato da CUT defende a covarde política da colaboração de classes |
Neste 1º de Maio ocorreram em São Paulo os dois principais
atos políticos da esquerda. O do Anhangabaú convocado pela CUT e o da Av.
Paulista chamado pela Conlutas. O primeiro proclamava-se “Contra o Golpe, Em
defesa da Democracia”, o segundo pelo “Fora Todos, Eleições Gerais”. Tanto a
manifestação pelo “Fica Dilma” com a do “Fora Dilma”, organizadas sem uma
perspectiva de luta, não serviram como ponto de apoio para construir uma
alternativa de poder dos trabalhadores, muito menos, para organizar o combate direto
das massas contra a ofensiva neoliberal da direita. A limitação de ambos foi a
política de colaboração de classes de suas direções que apesar de estarem em
campos políticos opostos não apontaram medidas de luta direta contra a reação
burguesa. Delimitando com as duas orientações reformistas, a militância da LBI
interveio nos atos com milhares de panfletos e o Jornal Luta Operária,
publicitando uma plataforma independente em defesa de forjar um Poder Operário
e Camponês. Em primeiro lugar deve-se destacar que caiu a máscara alimentada
pela esquerda revisionista, como PCO, “O Trabalho” e “Articulação de Esquerda”,
de que a direção nacional da CUT iria aproveitar as manifestações do 1º de Maio
para convocar uma Greve Geral contra a aprovação do impeachment no Senado,
marcada para o próximo dia 11. Longe disso, a Frente Popular dedicou
integralmente a atividade no Anhangabaú para que Dilma fizesse demagogia
eleitoral anunciando um pequeno reajuste do Bolsa Família e da Tabela do
Imposto de Renda, medidas já previstas anteriormente no Orçamento de 2016 mas
adotadas somente apenas na véspera do impeachment de olho nas próximas
eleições, já que a estratégia da direção nacional do PT e do PCdoB voltou a ser
costurar um “acordão nacional” para a antecipação das eleições presidenciais,
com os neostalinistas defendendo inclusive a convocação em um “plebiscito por
diretas já”. Não foi deliberado no ato de 1º de Maio a realização de nenhuma
“Greve Geral” e muito menos assembleias nos sindicatos na próxima semana, apenas
convocado mais um “dia nacional de luta” como os tradicionalmente realizados
pela CUT com um caráter midiático e sem qualquer organização efetiva na base
das categorias. Até porque a presidente Dilma não anunciou nem no ato e, muito
menos, no curso de seus mandatos medidas reais que pudessem servir como base
para a mobilização dos trabalhadores em defesa de seu mandato. Ao contrário, a
gerente petista levou a cabo um duro ajuste neoliberal com o congelamento do
salário dos servidores públicos, redução das pensões do INSS, restrição do
seguro desemprego e cortes no orçamento na saúde e educação, além de um amplo
pacote de privatizações e concessões, como portos, aeroportos e estradas. A
prova da ausência de disposição para as massas saírem em defesa do governo
Dilma foi o próprio ato no Anhangabaú extremamente esvaziado, apesar da
presença ostensiva da burocracia sindical “chapa branca”. A ausência de
trabalhadores de base e de setores da chamada “classe média progressista” foi
um fato marcante, como a intervenção da presidente Dilma apelando para a
burguesia vir ao seu socorro diante do golpe parlamentar da direita.
Candido Alvarez, dirigente nacional da LBI, polemiza no Anhangabaú com o deputado Paulo Teixeira, ex-líder do governo Dilma na Câmara Federal |
Zé Maria, presidente nacional do PSTU, na Av. Paulista contestado politicamente pela defesa de eleições gerais por Marco Queiroz, porta-voz oficial da LBI |