domingo, 1 de maio de 2016

1º de MAIO SEM LUTA: MANIFESTAÇÕES EM SÃO PAULO PELO “FICA DILMA” E “FORA DILMA” NÃO SERVIRAM PARA ORGANIZAR O COMBATE REVOLUCIONÁRIO POR UMA ALTERNATIVA DE PODER DOS TRABALHADORES. LBI INTERVÉM EM AMBOS PUBLICITANDO UMA PLATAFORMA INDEPENDENTE

Dilma no ato da CUT defende a covarde
política da colaboração de classes
Neste 1º de Maio ocorreram em São Paulo os dois principais atos políticos da esquerda. O do Anhangabaú convocado pela CUT e o da Av. Paulista chamado pela Conlutas. O primeiro proclamava-se “Contra o Golpe, Em defesa da Democracia”, o segundo pelo “Fora Todos, Eleições Gerais”. Tanto a manifestação pelo “Fica Dilma” com a do “Fora Dilma”, organizadas sem uma perspectiva de luta, não serviram como ponto de apoio para construir uma alternativa de poder dos trabalhadores, muito menos, para organizar o combate direto das massas contra a ofensiva neoliberal da direita. A limitação de ambos foi a política de colaboração de classes de suas direções que apesar de estarem em campos políticos opostos não apontaram medidas de luta direta contra a reação burguesa. Delimitando com as duas orientações reformistas, a militância da LBI interveio nos atos com milhares de panfletos e o Jornal Luta Operária, publicitando uma plataforma independente em defesa de forjar um Poder Operário e Camponês. Em primeiro lugar deve-se destacar que caiu a máscara alimentada pela esquerda revisionista, como PCO, “O Trabalho” e “Articulação de Esquerda”, de que a direção nacional da CUT iria aproveitar as manifestações do 1º de Maio para convocar uma Greve Geral contra a aprovação do impeachment no Senado, marcada para o próximo dia 11. Longe disso, a Frente Popular dedicou integralmente a atividade no Anhangabaú para que Dilma fizesse demagogia eleitoral anunciando um pequeno reajuste do Bolsa Família e da Tabela do Imposto de Renda, medidas já previstas anteriormente no Orçamento de 2016 mas adotadas somente apenas na véspera do impeachment de olho nas próximas eleições, já que a estratégia da direção nacional do PT e do PCdoB voltou a ser costurar um “acordão nacional” para a antecipação das eleições presidenciais, com os neostalinistas defendendo inclusive a convocação em um “plebiscito por diretas já”. Não foi deliberado no ato de 1º de Maio a realização de nenhuma “Greve Geral” e muito menos assembleias nos sindicatos na próxima semana, apenas convocado mais um “dia nacional de luta” como os tradicionalmente realizados pela CUT com um caráter midiático e sem qualquer organização efetiva na base das categorias. Até porque a presidente Dilma não anunciou nem no ato e, muito menos, no curso de seus mandatos medidas reais que pudessem servir como base para a mobilização dos trabalhadores em defesa de seu mandato. Ao contrário, a gerente petista levou a cabo um duro ajuste neoliberal com o congelamento do salário dos servidores públicos, redução das pensões do INSS, restrição do seguro desemprego e cortes no orçamento na saúde e educação, além de um amplo pacote de privatizações e concessões, como portos, aeroportos e estradas. A prova da ausência de disposição para as massas saírem em defesa do governo Dilma foi o próprio ato no Anhangabaú extremamente esvaziado, apesar da presença ostensiva da burocracia sindical “chapa branca”. A ausência de trabalhadores de base e de setores da chamada “classe média progressista” foi um fato marcante, como a intervenção da presidente Dilma apelando para a burguesia vir ao seu socorro diante do golpe parlamentar da direita. 

Candido Alvarez, dirigente nacional da LBI, polemiza no Anhangabaú
com o deputado Paulo Teixeira, ex-líder do governo Dilma na Câmara Federal
Por sua vez, o ato político nacional convocado pelo PSTU na Av. Paulista contou com pouco mais de 2 mil pessoas, o grosso formado pelo aparato sindical ligado a Conlutas e os sindicatos a ela filiados, que levaram delegações de vários estados para fortalecer artificialmente a atividade com quase nenhuma participação espontânea. Nesta manifestação, a palavra de ordem “Fora Todos, Eleições Gerais” dominou a fala do PSTU e setores do PSOL (MES, PSTU, LSR). Entretanto, como esta política se aproxima das posições da direta e da oposição demo-tucana que prestigiou o ato de 1º de Maio do mafioso Paulinho da Força Sindical, o próprio ativismo presente não demonstrava grande disposição de leva-la à frente, ainda mais com a direção do PSTU aplaudindo o impeachment de Dilma. Trata-se de uma aproximação aberta com a direita que deve ser rechaçada ativamente pelo ativismo classista, como defendeu a LBI na própria atividade da Conlutas.


Zé Maria, presidente nacional do PSTU, na Av. Paulista contestado politicamente
pela defesa de eleições gerais por Marco Queiroz, porta-voz oficial da LBI
A militância da LBI distribuiu amplamente milhares de seu manifesto e o jornal em ambas as atividades, não temendo delimitar publicamente e “olho no olho” com a política do PT e da CUT assim como da Conlutas e do PSTU. Nosso chamada a combater a ofensiva golpista da direita e um possível governo Temer não esteve em nenhum momento desvinculado da denúncia do pauta neoliberal levada a cabo pela governo Dilma com o aval da direção petista e a paralisia da CUT. Nesse sentido, a LBI fez o oposto do PCO e do MRT que capitularam a política de conciliação de classes da Frente Popular  participando do 1º de Maio da CUT e embelezando a sua suposta oposição ao “golpe”. 

Frente Popular não organizou luta contra ofensiva golpista da direita