“TOMANDO EMPRESTADO” O AJUSTE NEOLIBERAL DE DILMA: QUADRILHA
COMANDADA POR TEMER ANUNCIA DURO ATAQUE AOS SALÁRIOS, SAÚDE E EDUCAÇÃO,
DESMANTELO DA PETROBRAS ALÉM DA RAPINA NO BNDES E BB PARA ALIMENTAR ORGIA DOS
RENTISTAS
A quadrilha golpista comandada por Temer, cujo “homem forte”
é Henrique Meirelles, anunciou as primeiras medidas de ataque aos trabalhadores
e ao patrimônio nacional tendo como lema o “corte de gastos públicos”, receita
que já vinha sendo aplicada por Dilma e agora está sendo aprofundada. A mais
importante é o teto para os gastos públicos, proposta semelhante à que vinha
sendo estudada pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff em
seu “ajuste fiscal”. Com isso, o limite do crescimento do gasto público seria
equivalente à inflação do ano anterior, o que significa cortes de despesas em
educação, saúde e arrocho nos salários do funcionalismo: “É parte fundamental e
componente estrutural dessa PEC que as despesas de saúde e educação sejam parte
desse mesmo processo de mudança das regras de crescimento das despesas públicas
no Brasil. É uma medida muito forte que sinaliza um programa de controle de
despesa para os próximos anos. Ela é abrangente, forte e que tem efeito
continuado” declarou o Ministro da Fazenda. A equipe de ladrões de colarinho
branco também anunciou que irá agilizar a abertura da exploração do Pré-Sal
para empresas estrangeiras, apoiando na Câmara o projeto aprovado no Senado em
fevereiro com o aval da gerente petista, na época denunciado pela LBI como um
conchavo imundo celebrado entre Serra e Dilma para entregar nosso petróleo ao
imperialismo e apunhalando a combalida Petrobras. O projeto retira da Petrobras
a exclusividade das atividades no Pré-sal e acaba com a obrigação de a estatal
a participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de
exploração da camada. Foi anunciada a devolução pelo BNDES ao Tesouro Nacional
de pelo menos R$ 100 bilhões para pagar os juros da dívida pública, ou seja,
engordar os bolsos dos rentistas e tirar os subsídios da chamada “indústria
nacional” como vinha fazendo a Frente Popular. Além disso, será extinto o
chamado “Fundo Soberano” criado no marco da política dos BRICS para ser usado
em “situações de emergência”. Seus 2 bilhões serão sacados do BB para saciar os
“credores privados”, o que já vinha
sendo feito a conta-gotas pela gestão da Frente Popular que no final de 2015
tinha feito o saque de R$ 855 milhões.
Por fim, a Reforma da Previdência será anunciada nos próximos dias. O
objetivo da gang neoliberal é apresentar uma proposta de mudança nos critérios
para se requerer o benefício da aposentadoria e a idade mínima de 65 anos até
meados de junho, tendo para isso o apoio das centrais sindicais alinhadas com
os golpistas (UGT, Força). Em resumo, “mais do mesmo” da plataforma neoliberal
comum às duas gestões palacianas, tanto que com a queda de Jucá foi mantido
provisoriamente no Ministério do Planejamento Dyogo Oliveira. Ele era
secretário-executivo do ministro anterior, Nelson Barbosa. Quando houve a troca
na gestão Dilma (Barbosa foi para a Fazenda) Dyogo foi junto, na mesma função.
Agora tinha voltada à secretaria-executiva do Planejamento com a chegada de
Jucá no governo Temer. Como dissemos, essa “interseção” demonstra que a
quadrilha de Temer só irá aprofundar o ajuste neoliberal levado a cabo pela
gerentona petista. Cabe aos trabalhadores participar dos atos pelo “Fora Temer”
com um programa de luta que denuncie essa transição acordada, para derrotar os
golpistas nas ruas sem ficar refém do programa de colaboração de classes da
Frente Popular, nem das alternativas democratizantes e institucionais das
correntes revisionistas do Trotskismo, como “eleições gerais” (PSTU, MES)
versus “Assembleia Constituinte” (CST, MRT) ou mesmo do “Plebiscito por Diretas
já” (PCdoB, Insurgência). Embora todas maquiadas com o “Fora Temer” são
desprovidas de qualquer conteúdo revolucionário e se inserem nas tentativas de
salvaguardar o regime da democracia dos ricos em plena decadência histórica. O
eixo de agitação e propaganda dos Comunistas Leninistas neste período de
instabilidade do regime burguês, no marco geral da ofensiva imperialista
neoliberal, deve ser o da construção de uma alternativa independente do
proletariado rumo ao seu próprio governo, demarcando vigorosamente com todos os
atalhos democratizantes ardorosamente defendidos pelo arco da esquerda
reformista!