segunda-feira, 9 de maio de 2016

APROVADA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA GRÉCIA: GOVERNO “SOCIAL-DEMOCRATA DE ESQUERDA” PARCEIRO DO PSOL NO BRASIL, IMPÕE AJUSTE NEOLIBERAL EXIGIDO PELO IMPERIALISMO EUROPEU

O governo SYRIZA por meio do primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, defendeu neste domingo (8 de Maio) no parlamento do país a Reforma da Previdência e Fiscal, uma exigência do imperialismo através das metas estipuladas pelo FMI e BCE. As contribuições para as aposentadorias aumentarão consideravelmente e haverá cortes de benefícios, tanto que a nova medida foi denunciada como a “Lei Guilhotina” que reduz conquistas sociais. O governo SYRIZA, eleito tendo como palavra-de-ordem o cancelamento dos memorandos e com amplo apoio da chamada "esquerda mundial" como o PSOL no Brasil, chega 15 meses depois, ao ponto de implementar as políticas neoliberais anteriores da Nova Democracia e do PASOK. O interessante é que o PSOL estabelece como referência internacional o SYRIZA, não por coincidência no mesmo momento em que se converte no apêndice político do governo neoliberal do PT. Cinicamente Tsipras declarou “Nos comprometemos em reformar o sistema de previdência sem reduzir as pensões principais e conseguimos. O sistema precisa de uma reforma porque é complexo, socialmente injusto e clientelista. E não corresponde ao estado financeiro do país”. Com a medida, ele quer economizar 5,4 bilhões de euros por ano para conseguir, em 2018, um superávit primário de 3,5% do PIB, como prevê o programa do terceiro resgate financeiro firmado com os parasitas internacionais da banca financeira. A aprovação das reformas gerou protestos. Desde a sexta-feira, 06, uma greve geral paralisou os transportes na Grécia. Metrô, ônibus, trens e barcas estavam parados. Em Atenas, nenhum transporte público estava disponível e os funcionários públicos permaneceram em greve até domingo. O movimento foi convocado pelos sindicatos do setor público (GSEE), privado (Adedy) e PAME, ligada ao Partido Comunista Grego (KKE). 15 mil manifestantes saíram às ruas e muitos atiraram bombas contra a polícia, que revidou com gás lacrimogêneo. As medidas foram aprovadas por 153 votos a favor, frente a 144 contrários. O maior sindicato do país definiu as mudanças como “o último prego no caixão” para trabalhadores e pensionistas. Diz que os aumentos vão dizimar rendimentos e ameaça promover uma série de greves. A tarefa central que se mantêm neste cenário é apontar que o caminho dos trabalhadores e do povo grego para barrar os ataques impostos pela Troika e o governo do Syriza é a mobilização direta, suas greves e lutas pela nacionalização dos bancos, indústrias, portos e aeroportos sob o controle dos trabalhadores e de conselhos operários para lançar as bases para a construção de um poder de novo tipo, um Estado Operário, forjando uma alternativa revolucionária trabalhadores da cidade e do campo. Estamos pelo estabelecimento de uma frente única com KKE cabendo aos genuínos trotskistas intervir neste processo para que os ativistas combativos e militantes que se proclamem leninistas superem no curso da luta política e ideológica os limites da posição do stalinismo e avancem pela senda de um programa revolucionário que coloque na ordem do dia a expropriação da burguesia, das transnacionais e a revolução proletária combatendo a gestão neoliberal do SYRIZA.