quinta-feira, 28 de julho de 2016

31 DE JULHO: UM ARREMEDO DE MOBILIZAÇÃO ANTIGOLPISTA PARA DAR CONTINUIDADE AO CALENDÁRIO "OFICIAL" ELEITORAL COM O VERNIZ DO "FORA TEMER"


A "Frente Povo Sem Medo", coalização política impulsionada fundamentalmente pelo MTST de Guilherme Boulos, está convocando para o próximo domingo (31/07) uma mobilização nacional com o eixo "Fora Temer", agregada desta vez da defesa de um plebiscito nacional para decidir se o governo Dilma deve completar o mandato ou convocar novas eleições gerais. O próprio Boulos afirmou que o ato: "agrega o tema que ‘o povo decidir’, que o Senado não tem condições políticas e legitimidade para decidir os rumos e as saídas para a crise política e que é preciso que o povo seja chamado a decidir". Um setor do campo Dilmista (Frente Popular), composto pelo PT, CUT, PCO etc... não enxerga com "bons olhos" a defesa da convocação de novas eleições por fora do calendário institucional já previamente organizado, por isso mesmo não estão jogando muito peso neste movimento que conta com a simpatia política da própria presidenta Dilma. A direção do PT enveredou pelo caminho de sustentar a "ala esquerda" do governo golpista de Temer para que sua equipe econômica comandada por Meirelles (homem de confiança de Lula) finalize a agenda das "reformas" neoliberais iniciadas no segundo mandato presidencial de Dilma. Nesta lógica de adaptação, concluída a sórdida pauta do "ajuste", Temer entregaria o poder estatal novamente ao PT pela via das eleições presidenciais de 2018, com todo o ônus de ter liquidado as conquistas sociais da classe trabalhadora em seu curto mandato golpista. Outro setor da Frente Popular, orientado pelo PCdoB, PSOL e MTST e alguns parlamentares da antiga "base aliada", aposta em resgatar o mandato de Dilma no Senado com uma manobra constitucional da convocatória do plebiscito revogatório, incluindo a possibilidade de encurtar o "time" do governo petista eleito sob o estelionato político em 2014. Neste quadro de divisão das "táticas"  reformistas entre as próprias forças intestinas da Frente Popular, já se anuncia um grande fiasco para o próximo dia 31/07. É evidente que as duas alas da Frente Popular tem em comum a apologia da democracia burguesa e juntas privilegiam o corrompido espaço institucional em detrimento da ação direta das massas duramente atacadas em seus direitos históricos por este governo golpista. Quando as classes dominantes planejam em conjunto o desmonte da previdência pública colocando abaixo a própria CLT, além de entregarem ao imperialismo o pouco que resta de nossa economia nacional, a esquerda frente populista se debate na inércia das alternativas institucionais, legitimando o verdadeiro golpe de classe contra o proletariado brasileiro. Enquanto a mídia "murdochiana" estabelece um curta trégua ao bandido Temer para a realização do dantesco espetáculo da "Rio 2016", a crise econômica capitalista se agrava gerando demissões e desemprego em massa, porém as entidades sindicais burocratizadas (CUT, CTB, FS etc...) só falam em "negociar e pressionar" o governo com seu tradicional lobby parlamentar. A preparação da greve geral, tão alardeada pela CUT caso se consumasse o golpe, não passou de mais uma manobra distracionista referendada pela esquerda social democrata e pelos revisionistas do Trotsquismo, mas agora a máscara da burocracia sindical caiu por completo. As lutas operárias atomizadas e sem centralização nacional estão sendo derrotadas uma a uma, como foi a suspensão da combativa greve dos professores do estado do Rio de Janeiro. Não podemos nos "fingir de ingênuos" e legitimar a demagogia política da Frente Popular (em suas duas versões) que não organiza seriamente nenhum combate de classe contra o regime burguês e seu governo neoliberal de plantão, como Marxistas Revolucionários não avalizaremos os "atos populares" que sob a maquiagem política levantam o "Fora Temer" mas que no bojo de sua plataforma defendem o retorno do governo de colaboração de classes, seja agora em agosto ou em outubro de 2018. A democracia dos ricos e seu "sagrado" calendário eleitoral somente poderá ser definitivamente enterrada na historia da luta de classes pela vereda da revolução socialista, dirigida não pelos charlatões da Frente Popular e sim pelo Partido Bolchevique Leninista reconstruído!