sábado, 2 de julho de 2016

O “CASO LUIZA BRUNET”: VÍTIMA DO MACHISMO DE UM GRANDE CAPITALISTA QUE VAI (LITERALMENTE) PAGAR MUITO CARO POR TER AGREDIDO SUA “PROSTITUTA DE LUXO”. NENHUMA SOLIDARIEDADE COM O FEMINISMO BURGUÊS DE “MERCADO”!


O Blog da LBI não é um folhetim de fofocas para cobrir as brigas “caseiras” tão comuns no seio da elite dominante, mas o “caso” Luiza Brunet versus o grande empresário Lírio Parisotto ganha importância programática e ideológica porque envolve a agressão de um homem contra uma mulher. A “esquerda” reformista e revisionista costuma perder qualquer noção de classe em imbróglios envolvendo as “questões de gênero”, principalmente quando estas tem destaque na mídia e há forte pressão da chamada “opinião pública”. Os revolucionários, ao contrário, defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos entre os sexos, mas não omitem para as trabalhadoras dizendo que terão seus sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro dos marcos do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas. Todos esses elementos estão presentes na disputa em questão. Luiza Brunet denunciou na imprensa uma série de agressões de seu namorado, o grande empresário e investidor Lírio Albino Parisotto de 64 anos, no apartamento dele, no Plaza Residence, em Nova York no último dia 21 de maio, depois de ter participado com ele do emblemático evento “Homem do Ano”. Ele é um dos donos da afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, proprietário da fábrica de DVD´s VideoLar, da Eternit e “investidor” do maior fundo de ações de sua categoria do país, com R$ 2,6 bilhões de patrimônio. Parisotto, hoje um rentista agressivo, está em 28º lugar no ranking de homens mais ricos do Brasil, segundo a Revista Forbes, é suplente do senador Eduardo Braga, pelo PMDB do Amazonas. Brunet, por sua vez, é considerada pela mídia como uma das mulheres mais belas e bem “pagas” do país apesar da idade de 54 anos e “coincidentemente” está interpretando o papel de “Madá”, uma prostituta de luxo que se tornará amante do Coronel Afrânio (Antonio Fagundes) na Novela “Velho Chico”... Literalmente “a arte imita a vida” como dizia Oscar Wilde. Assim como no folhetim, a ex-modelo fazia parte do símbolo de riqueza e propriedade do capitalista bem sucedido. Em nota ela afirma que Lírio “praticou violências físicas e psicológicas gravíssimas” e foi além “Dei publicidade ao caso para que outras mulheres vítimas de violência tomem coragem e não se calem. Afirmo que não agredi ninguém e fui vítima de uma agressão covarde. A verdade prevalecerá”. Disse ainda que a violência do empresário começou com ofensas verbais e xingamentos e evoluiu para um soco no olho, seguido de chutes. O espancamento deixou-a com quatro costelas quebradas. Já o rentista contesta a versão: “Amigos, peço um pouco de paciência a respeito de algumas informações que estão circulando nas diversas mídias. Nunca na vida agredi homem, muito menos mulher. Isto não me tira o direito de me defender de tentativas de agressão através de tapas, chutes, mordidas, unhadas etc”, escreveu. Lírio afirmou ainda que o caso será resolvido na Justiça: “Tento me defender através da imobilização. Se o caso for para a justiça será lá que será esclarecida a verdade. Muita paz as pessoas do Bem”, completou.  Segundo a própria mídia, Brunet e Parisotto terminaram o namoro mais uma vez. A ex-modelo teve recentemente uma crise de ciúmes durante uma viagem que o casal fez pela Grécia. Luiza teria perdido a cabeça e discutido feio com Lírio, que resolveu colocar um ponto final na relação que, entre idas e vindas, já durava mais de quatro anos. Independente de quem agrediu o fato é que os dois lados em disputa fazem parte da rede de prostituição social própria da burguesia em sua luxúria. O empresário paga caro pela companhia e os “serviços” da celebridade global, já a ex-modelo deve seguir a risca seu papal de “namorada”, sempre bela e servil como “pessoas de bem”... Quando os interesses de ambos entram em conflito, esse cenário de aparência cordial desaba e entra em cena as agressões e brigas violentas. Não descartamos de fato que tenha havido agressões de ambos os lados, mas neste caso está evidente que Lírio Parisotto usou a força em dose bem maior como comprova a queixa representada no Ministério Público de São Paulo com o laudo de corpo de delito do IML feito por Luiza, base de um processo que vai custar muiiiito caro para o empresário, mas uma “gorjeta” para o homem de 2,6 bilhões de reais. Lembremos que neste ambiente do esgoto da burguesia, ninguém pode ser considerado “inocente”. Brunet estava lá no papel de mercadoria paga pelo empresário que inclui a “lei do silêncio”. Esse pacto foi rompido e agora eles estão nas páginas dos jornais, com a ex-modelo empunhando demagogicamente a bandeira da luta contra o machismo agressor em geral, em uma denúncia própria feminismo burguês de “mercado” que visa negociar gorda indenização. Como Marxistas Revolucionários não somos paladinos do feminismo policlassista e não estamos solidários com Luiza Brunet, caracterizamos que os dois se merecem e suas relações podres são regidas pelas “leis de mercado”: são dois burgueses deslumbrados lutando por tirar mais um do outro, em um verdadeiro jogo de vale tudo onde todas as armas (literalmente) são usadas. Esta disputa ganhou os holofotes da mídia, até porque “briga de rico” sempre escondida em sete chaves quando vem a público dá Ibope, como vemos na internet e nos jornais! A “esquerda” revisionista como PSOL e PSTU e seus satélites como o MRT-LER, além obviamente da própria frente popular (PT, PCdoB), sempre defende as “mulheres” (independente do caráter de classe) em geral via rígida aplicação da “Lei Maria da Penha” e as delegacias especializadas, tudo isso sem nenhum critério de análise marxista. Quando uma mulher é assassinada ou agredida, ainda que seja burguesa ou faça parte de seu submundo, esta esquerda “feminista” sem os menores princípios de classe, reivindica que o Estado capitalista intervenha como resolução policial para estes casos, configurando um campo completamente distante da luta de classes e do Marxismo Revolucionário. O mais escandaloso é que os que ontem defenderam a criação das delegacias da mulher para encarcerar os “operários machistas” hoje são devotos da reacionária “Lei Maria da Penha”, revelando assim a ausência de qualquer independência de classe na questão feminista. O que estes vestais defensores das “mulheres em geral” não dizem é que a mulher é encarada pelo sistema capitalista como uma mercadoria de consumo e quanto mais se adequar aos padrões de beleza capitalista mais se incorpora valor “agregado” a esta “mercadoria”, isto é, quanto mais bela pelos padrões dos mercados ocidentais, mais alto o valor do “produto” no leilão de seres humanos. Não à toa, disseminam-se em todo o mundo academias e clínicas estéticas, onde o culto ao corpo é a tônica e entendido como mais uma “necessidade” criada para o consumo de um produto. O proletariado deve denunciar esta questão como parte das barbaridades próprias do capitalismo senil a ser liquidado pela ação consciente da classe trabalhadora, com independência diante da burguesia e seus agentes, sejam de que sexo e cor forem. Como se vê no caso “Luiza Brunet”, no seio das relações privadas da “high society” e da classe média “alta” engendram-se todo um arco de podridão: interesses meramente materiais e econômicos em detrimento de laços afetivos e/ou de camaradagem. A falsidade, agressões, belicosidade, espancamentos e assassinatos são as normas imperantes. Em suma, relações típicas de uma sociedade em profunda decomposição, uma excrescência que a cada dia ganha terreno em uma época de intensa ofensiva imperialista sobre os povos do planeta onde se perdeu qualquer referência política no socialismo. A ruptura com esta concepção de mundo burguesa só será possível através da violenta ação da classe operária contra seus algozes capitalistas, sejam eles homens ou mulheres, através da revolução socialista, a partir da qual pela necessidade de todo um coletivo, os interesses mesquinhos e podres oriundos da velha sociedade de classes serão extintos. Toda saída para o problema da opressão feminina por dentro da democracia burguesa, como defendem o reformismo e o revisionismo do trotskismo, conduz à divisão do proletariado entre gêneros distintos, ao recrudescimento e ampliação do aparato repressivo estatal contra os trabalhadores. Em outras palavras, o feminismo burguês é contrarrevolucionário porque divide o proletariado, enfraquece sua luta e fortalece a repressão de seus inimigos de classe. Devemos lutar pela superação do machismo que nasceu com a propriedade privada, do feminismo policlassista e da mercantilização das relações pessoais, que só será plenamente realizada com a abolição do modo de produção capitalista, por meio da revolução socialista, destruindo qualquer forma de opressão contra as mulheres trabalhadoras e a exploração de classe. A abolição da propriedade privada é o elemento sine qua non para a libertação da mulher e o combate de classe pelo comunismo, esmagando a burguesia e a luxúria de personagens como Lírio Parisotto e Luiza Brunet. Estes chegam até a se digladiam nas “quatro paredes” mas estão juntos usufruindo os “prazeres” oriundos da exploração e da especulação financeira extraída da miséria, suor e sangue do povo trabalhador e, em particular, das mulheres operárias que trabalham nas fabricas de Lírio Parisotto cuja mais-valia banca seus gastos nababescos e de suas prostitutas de luxo, pessoas que obviamente nunca tiveram qualquer tipo de solidariedade por parte de nenhum dos lados desta disputa burguesa porque mesmo de gêneros distintos são em comum inimigos de nossa classe!