HÁ QUATRO ANOS DO REFÚGIO DE JULIAN ASSANGE NA EMBAIXADA DO
EQUADOR: ABAIXO A PERSEGUIÇÃO IMPERIALISTA AO FUNDADOR DO WIKILEAKS!
Já se completaram quatro anos desde que, em 19 de junho de
2012, o ciberativista australiano Julian Assange, se refugiou nas dependências
da embaixada do Equador, em Londres. O fundador do Wikileaks encontrava-se perseguido
e acuado pelo governo dos Estados Unidos e vários de seus aliados (Reino Unido
e Suécia, principalmente). A justiça sueca exige que Assange apresente-se em
Estocolmo para testemunhar pessoalmente sobre as acusações de agressão sexual
forjada, um cortina de fumaça para calar o ativista para depois deportá-lo para as masmorras dos EUA. Desde o BLOG da LBI, que se
solidarizou com o jovem soldado Bradley Manning, o real responsável por
dar visibilidade mundial ao WikiLeaks e demonstrar que o verdadeiro terrorista
é o imperialismo ianque através da cópia
de arquivos provenientes da “diplomacia secreta” dos EUA, exige
também o fim da perseguição e da farsa judicial contra Assange, como fizemos há
quatro anos atrás, no artigo escrito poucos dias depois de seu refúgio forçado
na embaixada do Equador, que reproduzimos novamente como parte da campanha em
solidariedade ao fundador do Wikileaks!
ABAIXO A AMEAÇA IMPERIALISTA À SOBERANIA DO EQUADOR!
LIBERDADE IMEDIATA PARA BRADLEY MANNING, A VERDADEIRA FONTE DO “WIKILEAKS”!
ABAIXO A FARSA JUDICIAL CONTRA JULIAN ASSANGE!
BLOG DA LBI 16/08/2012
Julien Assange, fundador do “Wikileaks”, encontra-se
refugiado na embaixada equatoriana em Londres desde o dia 19 de junho por que a
qualquer momento pode ser extraditado para a Suécia onde responde por suposto
“delito sexual” em um processo eivado de falsificações por agentes da
inteligência ianque e britânica. Seria quase que de imediato entregue aos EUA
onde será julgado, a mando do Departamento de Estado ianque, em tribunais
especiais e militares correndo o risco de ser condenado à prisão perpétua ou até
mesmo à morte. Porém, apenas hoje, 16/8, o chanceler equatoriano, Ricardo
Patiño, confirmou o asilo político, o suficiente para o ministro britânico das
Relações Exteriores, William Hague, o mesmo que defende a intervenção militar
na Síria, vociferar: “Nós não iremos permitir a passagem segura do senhor
Assange para fora do Reino Unido, nem há nenhuma base legal para que façamos
isso... O Reino Unido não reconhece o princípio do asilo diplomático” (G-1,
16/8), não descartando a possibilidade de uma invasão da embaixada. O
“Wikileaks” passou a ser conhecido no mundo inteiro quando divulgou milhares de
documentos secretos do Pentágono em 2008, disponibilizados pelo soldado
Manning, a verdadeira “fonte” dos “vazamentos”, condição até hoje pouco
divulgada pelo próprio Assange. Enquanto isto, fora dos holofotes da mídia,
Bradley Manning, após divulgar milhares de documentos secretos do Pentágono,
está há mais de dois anos preso e sofrendo toda forma de tortura (física e
psicológica) hoje na prisão de Fort Leavenworth: confinado à solitária, sem
ascesso aos autos do processo, é mantido nu sob condições climáticas extremas.
Esta é a forma que o imperialismo adota para quem ousa se confrontar com seus
interesses e denuncia seus crimes: perseguição, prisão e tortura. Manning é
utilizado pelo Departamento de Estado americano como “exemplo” de castigo a que
estão sujeitos possíveis oponentes do regime.
As ameaças britânicas ao governo equatoriano, que incluem a
invasão de sua embaixada em Londres, tem o claro objetivo de intimidá-lo
politicamente, ameaçando a soberania do Equador e o direito democrático deste
conceder asilo político a Assange. A “diplomacia” de David Cameron deixa bem
clara a posição do imperialismo britânico em mensagem ao governo do Equador ao
invocar uma “lei interna”: “Devem estar conscientes de que há uma base legal no
Reino Unido – a Lei sobre Instalações Diplomáticas e Consulares de 1987 – que
nos permitirá tomar medidas para prender o Sr. Assange nas instalações atuais
da embaixada” (Diplomatic and Consular Premises Act 1987). Ou seja, esta lei
permite a revogação do status diplomático quando for do interesse do governo
britânico, desrespeitando qualquer convenção internacional, o que pode abrir um
precedente para intervir em outras embaixadas no Reino Unido ou em qualquer
outra parte do mundo por força das maiores potências capitalistas, como produto
da etapa de recrudescimento militar do imperialismo.
O imperialismo ianque e o britânico tratam de pressionar
para que o governo Correa capitule no menor prazo de tempo e entregue Assange
para os agentes da repressão a serviço de Downing Street e extraditá-lo para a
Suécia e posteriormente para os Estados Unidos. Como todo governo burguês
semicolonial, é possível que isto acabe ocorrendo, uma vez que os
“bolivarianos” não vão até o fim nos “enfrentamentos” com o imperialismo, como
é o caso do governo centro-esquerdista de Chávez na Venezuela que faz
importantes concessões a Casa Branca, entregando dirigentes das FARC ao
fascista Santos e a CIA em seus operativos de ataque a guerrilha colombiana. A
mesma covardia ocorreu no golpe contra Zelaya em Honduras e mais recentemente
no Paraguai com Lugo, que não convocou a organização da resistência.
Os revolucionários não devem depositar nenhuma confiança no
governo Correa e na reunião da Unasul, prevista para o dia 19 de agosto para
tomar posição a respeito das ameaças ao Equador. Por seu caráter de classe a
qualquer momento pode “abrir as portas” da embaixada para que o império tome
para si Julian Assange. Apesar de não nutrirmos simpatia pela figura política
do líder do “Wikileaks”, quem definitivamente não é um ativista
anti-imperialista, ao contrário, antes de ser preso, atuava junto aos
conglomerados da imprensa “murdochiana” mais reacionária e corrupta – como o
The New York Times, Der Spiegel, The Economist, defendemos seu direito
democrático de divulgar os crimes do Pentágono e denunciamos a ameaça à
soberania do Equador. É necessário neste exato momento deflagrar uma campanha
internacionalista para impedir que o imperialismo sequestre o fundador do
“Wikileaks” dentro da embaixada equatoriana em Londres, ao mesmo tempo que
devemos denunciar o vergonhoso abandono de Badley Manning por parte do próprio
Assange e sua “assessoria jurídica”, exigindo a sua imediata libertação das
masmorras ianques.