quarta-feira, 13 de julho de 2016

TODO APOIO A RESISTÊNCIA PROLETÁRIA NEGRA EM SUA LUTA HEROICA CONTRA A POLÍCIA ASSASSINA E O APARATO REPRESSOR RACISTA NOS EUA! CONSTRUIR MILÍCIAS DE AUTO-DEFESA PARA RESPONDER AOS ATAQUES DA “NOVA” KKK E DOS BANDOS FASCISTAS!


Centenas de pessoas saíram nesta semana às ruas das principais cidades dos Estados Unidos pela quinta noite consecutiva para protestar contra as mortes de jovens negros nas mãos da polícia. O protesto em Atlanta (Geórgia) foi um dos maiores e terminou com 16 detidos. A cidade de Chicago (Illinois) foi palco de outra das principais manifestações do dia em protesto pela morte na semana passada de dois negros em Baton Rouge (Louisiana) e Falcon Heights (Minnesota). Os manifestantes em Chicago e Atlanta, assim como em Baton Rouge, Falcon Heights e outras cidades do país, participaram das passeatas convocadas pelo movimento “Black Lives Matter” (As vidas dos negros importam), surgido há dois anos após a morte de outro afro-americano em Ferguson (Missouri). Em Baltimore (Maryland), de maioria afro-americana, houve um tiroteio que deixou cinco feridos - incluindo quatro mulheres - durante uma vigília pela morte de um jovem no fim de semana. O caso que ganhou mais repercussão da resistência negra foi em Dallas. Micah Xavier Johnson, um soldado negro do exército dos EUA e veterano da guerra do Afeganistão, em represália ao assassinato dos jovens negros matou 5 cinco policiais brancos, na quinta-feira, dia 7 de julho. Ele foi morto em Dallas cercado pela polícia, assassinado por um “robô bomba”. Cinco dias antes, Micah publicou uma mensagem nas redes sociais denunciando o linchamento e a brutalização dos negros por meio de uma postagem em um grupo do Facebook chamado “Partido Pantera Negra do Mississippi”: “Porque tantos brancos (não todos) gostam de matar e participar da morte de pessoas inocentes?”, escreveu Johnson. Na mesma postagem, ele se disse revoltado com a histórica violência de brancos contra negros, com referências a alguns dos seus ancestrais que teriam sido alvo de agressões, mutilações e assassinatos pela KKK: “Todos eles ficam ali e sorriem enquanto tiram fotos com uma pessoa negra enforcada, queimada e brutalizada” e declarou “Eles até mesmo vêm à nossa terra e atiram na nossa vida selvagem em perigo por esporte”. A mensagem vinha acompanhada de um vídeo em que algumas pessoas participavam da morte de uma baleia. Ele comparava as imagens ao tratamento oferecido aos negros nos Estados Unidos. Na sua página pessoal do Facebook, ele se descrevia como um nacionalista negro. Em seu perfil, há imagens que remetem ao Poder Negro — movimento da resistência negro, forte nos anos 1960 e 1970 nos EUA. Há também referências à bandeira preta, vermelha e verde que é conhecida como símbolo da Libertação Negra. Desde a LBI deixamos claro que toda nossa solidariedade está incondicionalmente com o movimento negro que resiste a repressão estatal e ao genocídio dos trabalhadores e jovens plebeus negros. O ataque armado aos policiais são parte da guerra de classe que neste caso está indissoluvelmente ligada a luta contra o racismo engendrada pelo capitalismo no coração do imperialismo ianque. Consideramos justo e legítimo o ódio de Micah Xavier mas avaliamos que a melhor forma de combater a ofensiva assassina da nova KKK e dos bandos fascistas apoiados pela polícia ou a violência desferida diretamente pelo aparato estatal comandado por Obama é a formação de milícias de auto-defesa unindo trabalhadores negros e brancos contra a exploração e o racismo. Leon Trotsky, que analisou profundamente a questão do terrorismo individual em seu contexto político da luta de classes, recusava-se a estabelecer repreendimentos morais contra métodos que considerava legítimos, porém, equivocados em seus objetivos sob a ótica dos interesses do proletariado mundial. Afirmava que em princípio não poderia-se descartar a utilização de atos de “terror” em uma conjuntura de guerra civil, por exemplo, por parte de uma organização revolucionária. Combatia sim o terrorismo individual como método político-militar pela inutilidade de suas conseqüências, já que tem como tradição manter as massas distantes de suas ações “espetaculares”, mas mesmo assim considerava que toda “simpatia” política dos revolucionários deveria estar com os qualificados pela burguesia de “terroristas”. Dizia Trotsky: “Todas nossas emoções, nossa simpatia estão com os sacrificados vingadores, embora eles tenham sido incapazes de descobrir o caminho correto.” (Leon Trotsky: “A favor de Grynszpan: contra os bandos fascistas e a canalha stalinista”, 1939). Para aqueles “democratas” seguidores de Obama e setores da esquerda que não se envergonham nem um minuto sequer de condenar a resistência armada negra as lições do velho bolchevique servem como um antídoto: "A solidariedade moral nos une desde já a Grynszpan, não a seus carcereiros ‘democráticos’... No sentido moral, mas não por sua forma de atuar, Grynszpan (jovem "terrorista" antifascista, NDR) pode servir como modelo para todo jovem revolucionário. Nossa sincera solidariedade moral com Grynszpan nos garante o direito de dizer a todos os futuros Grynszpans; a todos aqueles capazes de sacrificar-se na luta contra o despotismo e a bestialidade: buscai outro caminho!” (idem). Buscando delimitar-se com os reformistas "escandalizados" com atos terroristas, Trotsky nunca acalentou nenhum tipo de “frente” política para condenar o que denominou de "ardente desejo de vingança". Ao contrário, procurava explicar pacientemente as limitações do método terrorista, como forma de derrotar a barbárie capitalista: "Não há nenhuma necessidade de insistir em que os socialistas nada têm a ver com estes moralistas pagos, que em resposta a qualquer ato terrorista falam solenemente do ‘valor absoluto’ da vida humana... Digam o que digam, os eunucos e fariseus morais, o sentimento de vingança tem seus direitos... Não extinguir o insatisfeito desejo proletário de vingança, mas ao contrário avivá-lo uma e outra vez, aprofundá-lo, dirigi-lo contra a verdadeira causa da injustiça e baixeza humanas; tal é a tarefa dos socialistas." (Leon Trotsky, "Acerca do terrorismo"). Guardadas as diferenças históricas mas preservando as lições nos deixadas pelo "velho" bolchevique, reafirmamos que hoje nos EUA não vacilamos em dizer que toda nossa simpatia e solidariedade estão com os jovens negros e seu “ardente desejo de vingança”, que lutam com as “armas” que tem a mão contra o terror estatal e fascista no coração dos EUA, forjando um partido revolucionário e internacionalista para dar consequência política e programáticas a essas ações pontuais que apesar de corajosas são limitadas na luta contra o imperialismo ianque.  Nesse sentido, para derrotar a ofensiva assassina do Estado capitalista e a bárbara ação policial deve-se construir milícias de autodefesa do povo pobre e dos trabalhadores, convocando uma paralisação geral nas principais cidades dos EUA! Os lutadores que estão nas ruas nos EUA não podem ter nenhuma ilusão na justiça capitalista e em seu Estado, são instrumentos de classe da burguesia contra os trabalhadores, como mostra a decisão de inocentar os policiais assassinos! Devem combater pela liquidação do imperialismo ianque unindo o povo pobre, negro com o conjunto da classe trabalhadora explorada contra o regime de opressão e espoliação capitalista mais forte do planeta!


Os ataques de claro conteúdo fascista e racistas estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo ianque do qual Obama é porta-voz, como vemos, por exemplo, na Ucrânia, cujo governo golpista é apoiado pelos EUA. Como não há um contraponto revolucionário à degradação de uma sociedade doente que recorre a um estado policial contra seu próprio povo, a humanidade tende a caminhar para a barbárie imposta pelo império decadente. Desgraçadamente, se não houver uma direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o planeta, assassinatos racistas, carnificinas neonazistas e guerras genocidas acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Sem a intervenção do proletariado nesta conjuntura fascistizante em defesa da liquidação deste estado policial e pela liberdade imediata dos negros e trabalhadores encarcerados, o capitalismo não se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para a barbárie. Estamos vendo a volta com força do fascismo ianque em escala interna e planetária. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias como o assassinato diário de jovens negros dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.