sexta-feira, 1 de julho de 2016

ATAQUE FASCISTA A SEDE DO PT: NO LASTRO DA FAMIGERADA OPERAÇÃO LAVA JATO, HORDAS REACIONÁRIAS ATACAM O PARTIDO E MIRAM GOLPEAR O CONJUNTO DA ESQUERDA! ORGANIZAR MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA A REAÇÃO DA DIREITA!


A sede nacional do Partido dos Trabalhadores foi atacada nesta quinta-feira (30) em São Paulo com bombas e coquetéis Molotov. Trata-se de um ataque fascista que deve ser repudiado pelo conjunto do movimento operário e se enquadra no marco da escalada de recrudescimento do regime que vem ganhando força com a Operação Lava Jato e as ações da PF contra o PT, abrindo caminho para um regime bonapartista em um futuro breve com Moro e seu séquito controlando o Planalto. Lembremos que na semana passada, a própria Polícia Federal havia invadido a sede do PT e vários dirigentes forma presos. O autor de atentado à sede do partido durante a madrugada desta quinta-feira (30) retornou ao local no começo da tarde portando uma bomba caseira. Pela segunda vez em um dia, o Partido dos Trabalhadores foi alvo de atentado. Emilson Chaves Silva, 38 anos, autor do ataque à sede nacional do partido em SP durante a madrugada desta quinta-feira (30), retornou ao local no começo da tarde, munido de uma bomba de fabricação caseira. Segundo funcionários presentes no local, Silva entrou na sede do partido, atirou a bomba acesa ao chão e saiu correndo em fuga. Em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (30), o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou que o ataque à sede foi mais um atentado contra o PT, “provocado por essa onda de intolerância que é estimulada pela grande mídia, inclusive”. Ele afirmou ainda que “Não é a primeira vez que isso ocorre. Outros diretórios do PT já foram na capital e no interior e é preciso que a autoridade policial coíba, até porque o agressor de hoje pôs no seu Facebook que voltaria, que queria matar os petistas. Foi solto e realmente voltou. Depois de estar aqui de madrugada, ele veio à tarde para jogar uma bomba aqui”, apontou Falcão. Desde a LBI, apesar de nossas profundas divergências políticas e ideológicas com o PT nos solidarizamos com o partido e sua militância. Não por acaso, o ataque fascista a sede do PT ocorreu na sequência da ação da famigerada Operação Lava Jato comandada por Moro contra lideranças históricas do PT. As hordas fascistas estão avançando no ataque as lideranças de esquerda dos movimentos sociais nesta conjuntura de crise política. Nossa solidariedade ao PT se coloca imperiosa nesta conjuntura polarizada onde a direita projeta uma ofensiva física e política de maiores dimensões não só contra o PT, mas contra todas as lideranças da esquerda que possam simbolizar a luta dos explorados. Em um ambiente de grande defensividade política do movimento operário e popular, arrochado por uma política de ajuste e subtração de direitos e conquistas que começou no próprio governo Dilma, a extrema direita se sente à vontade para proferir um discurso de "moral e ética" mas que na verdade esconde um sentimento de ódio de classe e pretensões de esmagar o movimento anticapitalista do proletariado. Para este objetivo as hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda pretendem dar a esta ofensiva da reação como foi a posição de Rui Falcão:  clamam exclusivamente por uma ação institucional da PM, da Polícia Federal ou do próprio Ministério Público, nada contra acionar o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da "inoperância" estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do "socorro da burguesia". É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: "Conclamar a organização da milícia é uma 'provocação', dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias 'provoca' os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes." (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa "militarista", separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal em curso que tem a cumplicidade do próprio PT porque foi desatado inicialmente pelo governo Dilma e na mesma proporção a "onda" fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas "Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!". Por esta razão reforçamos nosso chamado ao MST, MTST, CUT, UNE e demais entidades de massas para que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está muito bem preparada como vemos no ataque a sede do PT.