A CANDIDATURA LUCIANA “GENRDAU” EM PORTO ALEGRE: A SONHADA
“FRENTE DE ESQUERDA” QUE UNIFICA O “MAIS” E O PSTU SERÁ FINANCIADA POR
EMPRESÁRIOS, COM O PSOL ALIANDO-SE A REDE E O PPL!
O fato das pesquisas eleitorais estarem indicando a
candidatura de Luciana Genro (PSOL) no topo da preferência popular para a
Prefeitura de Porto Alegre tem deixado a “esquerda” eufórica, salivando com a
possibilidade de gerenciarem a crise do capital em escala municipal. Literalmente
todas as correntes políticas revisionistas apoiam a postulação da dirigente do
MES, apesar desta ter um histórico de suas campanhas serem bancadas por
empresas capitalistas, além de defender para 2016 alianças eleitorais com a Rede
e até o PPL, inclusive sinalizando a disposição de oferecer a vaga de vice para
o partido de Marina Silva. O MES argumenta que “É preciso construir uma
coligação para governar e garantir maioria na Câmara de Vereadores”,
“precisamos de mais tempo de TV para que sejamos viáveis eleitoralmente”. Longe
de denunciar frontalmente essa candidatura, o PCB, o MAIS, a CST, o NOS e o MRT
acabam de lançar um manifesto defendo a “Frente de Esquerda”, quando no máximo
criticam a aproximação com a REDE-PPL. O PCR, MLS e CEDS tem a mesma política
distracionista, delimitando-se pelos flancos sem atacar frontalmente o caráter
burguês da candidatura de Luciana. Até o PSTU que formalmente neste ano decidiu
que não iria se coligar com o PSOL no restante das capitais (sendo este um dos
principais móveis políticos da ruptura do MAIS) apoia a formação de tal aliança
em Porto Alegre, com as ressalvas de sempre que não impediram o partido de
votar em Luciana em eleições municiais passadas e integrar a “Frente de
Esquerda” para o governo do Rio Grande do Sul em 2014. O PSTU alega para isso que em Porto Alegre,
Luciana Genro, ao contrário do PSOL nacional, não se colocou no campo do “Fica
Dilma”, nem na defesa do governo do PT. Como se observa, o conjunto desta esquerda
apoia a coligação sabendo não só da “folha corrida” do MES em sua relação
corrupta com os empresários e sua pública aproximação com o PT e Tarso Genro
(ela apoiou o pai no segundo turno das eleições estaduais gaúcho de 2014),
inclusive do acordo PT-PSOL do apoio mútuo no segundo turno em cidades como Rio de
Janeiro e Porto Alegre. Sabem inclusive que a própria campanha para a
prefeitura terá a logística financeira da holding Gerdau, o maior grupo
capitalista do Rio Grande do Sul, ainda mais que Luciana encontra-se no topo das pesquisas, porém precisam “fingir-se de loucos” para levar adiante sua
política canalha. Esta conduta revela que não há qualquer “diferença
programática” entre estas organizações revisionistas que as impeçam de
estabelecer as coligações mais inusitadas, não há divergências políticas
consideráveis entre o MAIS e o PSTU, por exemplo. O mais escandaloso neste
“acordo” é o fato do PSTU “gabar-se” que seu grande “diferencial” em relação ao
PSOL seria sua rejeição ao financiamento de empresas capitalistas para a
“esquerda”. A defesa da suposta “independência política diante da burguesia”
vem sendo jogada na lata do lixo porque se estas correntes realmente
rejeitassem por princípio programático o “apoio financeiro” de empresas
capitalistas, jamais aceitariam a aliança eleitoral com o MES, que mantém a
mesma posição de 2008. Na verdade, a aliança com o PSOL em Porto Alegre será um
elemento de desagregação ainda maior do PSTU, aproveitada pelo MAIS oportunista
para avançar sobre a castigada
militância morenista. Lembremos que em 2014, quando questionada em entrevista a
Folha de SP (24/06) “Se uma empresa fizer uma doação?” Luciana respondeu “Se
uma empresa quiser fazer uma doação nós vamos avaliar na nossa coordenação de
campanha. Desde que não se enquadre nas proibições do nosso estatuto, que são
empreiteiras, bancos e multinacionais”. Ou seja, o MES adotará o mesmo critério
que fez a executiva municipal do PSOL-RS autorizar em 2008 a “doação” da
Gerdau! Empresas “nacionais” cujo dono é Jorge Gerdau, controlador da fábrica
de armas Taurus, da montadora de ônibus Marcopolo e do grupo de siderurgia que
leva o seu nome...pode! Assim como a Vale, CSN, Embraer... sendo que agora o
PSTU, PCB, MAIS e até o MRT, também farão parte desta “boquinha” burguesa!!!
Criticam formalmente o financiamento de grandes empresas para as campanhas do
PSOL, “esquecendo” que foi a própria Luciana uma das “pioneiras” da Frente de
Esquerda a receber grana de vários grupos econômicos para sua campanha a
prefeitura de Porto Alegre, em uma chapa com o PV em 2008, uma espécie de
“amnésia” coletiva. As declarações destes agrupamentos em defesa de um programa
“socialista” como condição para compor a Frente de Esquerda, são absoluta letra
morta na medida em que seus melhores aliados internos no PSOL, como o MES, são
os campeões do reformismo e de uma política policlassista de integração ao
Estado capitalista. Os Marxistas Revolucionários entendem a importância do
estabelecimento de frentes e alianças no interior do campo da esquerda, focadas
na organização do proletariado para impulsionar seu combate de classe. Esta
política nada tem a ver com formação de frentes eleitoreiras com partidos da
ordem capitalista. Se coligar eleitoralmente em nome da “luta socialista” com
uma quadrilha política chefiada por Luciana Genro representa uma enorme fraude
política, um verdadeiro embuste distracionista para mascarar sua completa
adaptação ao regime da democracia dos ricos. Por esta razão, a LBI concentra
nossos modestos esforços militantes na convocação de uma frente de esquerda de
outro tipo, comunista e revolucionária, com o objetivo centrado na denúncia
radical da farsa eleitoral destas eleições que represente o contraponto da
fraude institucional montada pelo Estado capitalista, com o aval do conjunto da
esquerda reformista ávida para ingressar no parlamento burguês.