segunda-feira, 25 de julho de 2016

A CANDIDATURA LUCIANA “GENRDAU” EM PORTO ALEGRE: A SONHADA “FRENTE DE ESQUERDA” QUE UNIFICA O “MAIS” E O PSTU SERÁ FINANCIADA POR EMPRESÁRIOS, COM O PSOL ALIANDO-SE A REDE E O PPL!


O fato das pesquisas eleitorais estarem indicando a candidatura de Luciana Genro (PSOL) no topo da preferência popular para a Prefeitura de Porto Alegre tem deixado a “esquerda” eufórica, salivando com a possibilidade de gerenciarem a crise do capital em escala municipal. Literalmente todas as correntes políticas revisionistas apoiam a postulação da dirigente do MES, apesar desta ter um histórico de suas campanhas serem bancadas por empresas capitalistas, além de defender para 2016 alianças eleitorais com a Rede e até o PPL, inclusive sinalizando a disposição de oferecer a vaga de vice para o partido de Marina Silva. O MES argumenta que “É preciso construir uma coligação para governar e garantir maioria na Câmara de Vereadores”, “precisamos de mais tempo de TV para que sejamos viáveis eleitoralmente”. Longe de denunciar frontalmente essa candidatura, o PCB, o MAIS, a CST, o NOS e o MRT acabam de lançar um manifesto defendo a “Frente de Esquerda”, quando no máximo criticam a aproximação com a REDE-PPL. O PCR, MLS e CEDS tem a mesma política distracionista, delimitando-se pelos flancos sem atacar frontalmente o caráter burguês da candidatura de Luciana. Até o PSTU que formalmente neste ano decidiu que não iria se coligar com o PSOL no restante das capitais (sendo este um dos principais móveis políticos da ruptura do MAIS) apoia a formação de tal aliança em Porto Alegre, com as ressalvas de sempre que não impediram o partido de votar em Luciana em eleições municiais passadas e integrar a “Frente de Esquerda” para o governo do Rio Grande do Sul em 2014.  O PSTU alega para isso que em Porto Alegre, Luciana Genro, ao contrário do PSOL nacional, não se colocou no campo do “Fica Dilma”, nem na defesa do governo do PT. Como se observa, o conjunto desta esquerda apoia a coligação sabendo não só da “folha corrida” do MES em sua relação corrupta com os empresários e sua pública aproximação com o PT e Tarso Genro (ela apoiou o pai no segundo turno das eleições estaduais gaúcho de 2014), inclusive do acordo PT-PSOL do apoio mútuo no segundo turno em cidades como Rio de Janeiro e Porto Alegre. Sabem inclusive que a própria campanha para a prefeitura terá a logística financeira da holding Gerdau, o maior grupo capitalista do Rio Grande do Sul, ainda mais que Luciana encontra-se no topo das pesquisas, porém precisam “fingir-se de loucos” para levar adiante sua política canalha. Esta conduta revela que não há qualquer “diferença programática” entre estas organizações revisionistas que as impeçam de estabelecer as coligações mais inusitadas, não há divergências políticas consideráveis entre o MAIS e o PSTU, por exemplo. O mais escandaloso neste “acordo” é o fato do PSTU “gabar-se” que seu grande “diferencial” em relação ao PSOL seria sua rejeição ao financiamento de empresas capitalistas para a “esquerda”. A defesa da suposta “independência política diante da burguesia” vem sendo jogada na lata do lixo porque se estas correntes realmente rejeitassem por princípio programático o “apoio financeiro” de empresas capitalistas, jamais aceitariam a aliança eleitoral com o MES, que mantém a mesma posição de 2008. Na verdade, a aliança com o PSOL em Porto Alegre será um elemento de desagregação ainda maior do PSTU, aproveitada pelo MAIS oportunista para avançar  sobre a castigada militância morenista. Lembremos que em 2014, quando questionada em entrevista a Folha de SP (24/06) “Se uma empresa fizer uma doação?” Luciana respondeu “Se uma empresa quiser fazer uma doação nós vamos avaliar na nossa coordenação de campanha. Desde que não se enquadre nas proibições do nosso estatuto, que são empreiteiras, bancos e multinacionais”. Ou seja, o MES adotará o mesmo critério que fez a executiva municipal do PSOL-RS autorizar em 2008 a “doação” da Gerdau! Empresas “nacionais” cujo dono é Jorge Gerdau, controlador da fábrica de armas Taurus, da montadora de ônibus Marcopolo e do grupo de siderurgia que leva o seu nome...pode! Assim como a Vale, CSN, Embraer... sendo que agora o PSTU, PCB, MAIS e até o MRT, também farão parte desta “boquinha” burguesa!!! Criticam formalmente o financiamento de grandes empresas para as campanhas do PSOL, “esquecendo” que foi a própria Luciana uma das “pioneiras” da Frente de Esquerda a receber grana de vários grupos econômicos para sua campanha a prefeitura de Porto Alegre, em uma chapa com o PV em 2008, uma espécie de “amnésia” coletiva. As declarações destes agrupamentos em defesa de um programa “socialista” como condição para compor a Frente de Esquerda, são absoluta letra morta na medida em que seus melhores aliados internos no PSOL, como o MES, são os campeões do reformismo e de uma política policlassista de integração ao Estado capitalista. Os Marxistas Revolucionários entendem a importância do estabelecimento de frentes e alianças no interior do campo da esquerda, focadas na organização do proletariado para impulsionar seu combate de classe. Esta política nada tem a ver com formação de frentes eleitoreiras com partidos da ordem capitalista. Se coligar eleitoralmente em nome da “luta socialista” com uma quadrilha política chefiada por Luciana Genro representa uma enorme fraude política, um verdadeiro embuste distracionista para mascarar sua completa adaptação ao regime da democracia dos ricos. Por esta razão, a LBI concentra nossos modestos esforços militantes na convocação de uma frente de esquerda de outro tipo, comunista e revolucionária, com o objetivo centrado na denúncia radical da farsa eleitoral destas eleições que represente o contraponto da fraude institucional montada pelo Estado capitalista, com o aval do conjunto da esquerda reformista ávida para ingressar no parlamento burguês.