terça-feira, 12 de julho de 2016

MAIS UMA VERGONHA DA FRENTE POPULAR: DEPOIS DE FLERTAR COM O DEM, PT DECIDE APOIAR O PMDB PARA A DISPUTA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


A acirrada disputa para substituir o bandido Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados, para um mandato "tampão" que vai até janeiro de 2007, não terá pela primeira vez em duas décadas nenhuma candidatura do campo político da Frente Popular. A razão da vergonhosa abstenção consiste na decisão da direção PT em apoiar a candidatura oficial da mafiosa  bancada do PMDB, isto depois de até negociar com o DEM sem descartar o apoio ao ex-PFL caso o postulante Rodrigo Maia consiga chegar ao segundo turno da eleição. A indicação do deputado Marcelo Castro pelo PMDB (ex-ministro da saúde no governo Dilma) foi produto de uma disputa no interior da bancada, na qual o principal trunfo do deputado piauiense foi contar previamente com a promessa dos votos do PT e PCdoB caso conquistasse a indicação do partido de Temer e Renan. Neste cenário já definido os tucanos marcharão com o DEM na candidatura do carioca Maia, torcendo para que Marcelo Castro não consiga chegar ao segundo turno, já que a candidatura do chamado "Centrão" tem forte penetração no baixo clero do parlamento. O deputado Rogério Rosso do PSD de Brasília conta com o apoio da quadrilha de Temer e da grande maioria dos deputados do "Centrão", vale lembrar que o pupilo de Kassab presidiu a comissão do impeachment na Câmara tendo sido indicado para esta função pelo então líder do governo Dilma, José Guimarães. Naquele momento Rosso e o PSD eram considerados fiéis aliados da presidente Dilma, porém o ministro das cidades de Dilma, Kassab, orientou o voto pelo impeachment para obter outra pasta no governo golpista de Temer. Agora a Frente Popular mostra novamente sua essência de classe burguesa, legitimando candidaturas do PMDB e possivelmente até mesmo do DEM em um muito provável segundo turno na disputa da presidência da Câmara dos Deputados. O PSOL que também votou contra o impeachment não conseguiu obter o apoio da bancada petista para o nome da deputada Luiza Erundina, que recentemente rompeu com o PSB controlado em São Paulo pelo governador tucano Alckmin. A estúpida tese da direção petista se concentra em isolar a "ala direita do governo Temer", por isso seguem a reboque de supostas figuras "progressistas" do PMDB, chegando ao ponto de elogiar o ministro Meirelles, como escandalosamente declarou Dilma. A identidade programática da Frente Popular com grande parte do "staff" golpista tem como ponto em comum o ajuste neoliberal iniciado por Dilma, a divergência consiste apenas no "grau" e na intensidade das "reformas" exigidas pelos rentistas. A tática adotada pelo PT é de manter a governabilidade de Temer para a conclusão de um "ajuste mais duro", terreno delicado em que Dilma apresentou dificuldade para implementar na íntegra exigida pelo "mercado". Finalizado o "trabalho sujo" de Temer, Lula aparece em 2018 como o "redentor antineoliberal"... Caso não seja decepado politicamente pela farsesca operação "Lava Jato". O "plano furado" da Frente Popular não leva em conta a forte recessão capitalista, ou seja, a política de colaboração de classes só é útil para a burguesia em tempos de aquecimento econômico, como foi a última década da "bolha de crédito". O resultado da criminosa política reformista eleitoral do PT será a perda das poucas conquistas operárias no país e o mais trágico: sem que haja luta e resistência do movimento de massas!  Se não estiver preso é certo que Lula disputará o Planalto em 2018, mas será esmagado pelo novo "salvador da pátria" patrocinado pela mídia "murdochiana" e Casa Branca. O "vestal" Sérgio Moro atua sob a impotência política da Frente Popular e a cretina ilusão eleitoral do PT, terá a missão de iniciar um novo ciclo econômico para o Brasil, mais além dos ajustes neoliberais que devem ser parcialmente concluídos pelo ladrãozinho Temer. Enquanto as classes dominantes aguardam as trombetas eleitorais de 2018, para liquidar de vez os monopólios nacionais, como o da construção civil e extração de petróleo, abrindo a economia para empresas imperialistas  em todos os setores que ainda estão sob reserva de mercado, a Frente Popular vai semeando derrotas e colhendo desmoralização política como mais esta que se anuncia para eleição da Câmara dos Deputados.