MAIS UMA VERGONHA DA FRENTE POPULAR: DEPOIS DE FLERTAR COM O
DEM, PT DECIDE APOIAR O PMDB PARA A DISPUTA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
A acirrada disputa para substituir o bandido Eduardo Cunha
na presidência da Câmara dos Deputados, para um mandato "tampão" que
vai até janeiro de 2007, não terá pela primeira vez em duas décadas nenhuma
candidatura do campo político da Frente Popular. A razão da vergonhosa
abstenção consiste na decisão da direção PT em apoiar a candidatura oficial da
mafiosa bancada do PMDB, isto depois de
até negociar com o DEM sem descartar o apoio ao ex-PFL caso o postulante Rodrigo
Maia consiga chegar ao segundo turno da eleição. A indicação do deputado
Marcelo Castro pelo PMDB (ex-ministro da saúde no governo Dilma) foi produto
de uma disputa no interior da bancada, na qual o principal trunfo do deputado
piauiense foi contar previamente com a promessa dos votos do PT e PCdoB caso
conquistasse a indicação do partido de Temer e Renan. Neste cenário já definido
os tucanos marcharão com o DEM na candidatura do carioca Maia, torcendo para
que Marcelo Castro não consiga chegar ao segundo turno, já que a candidatura do
chamado "Centrão" tem forte penetração no baixo clero do parlamento.
O deputado Rogério Rosso do PSD de
Brasília conta com o apoio da quadrilha de Temer e da grande maioria dos
deputados do "Centrão", vale lembrar que o pupilo de Kassab presidiu
a comissão do impeachment na Câmara tendo sido indicado para esta função pelo
então líder do governo Dilma, José Guimarães. Naquele momento Rosso e o PSD
eram considerados fiéis aliados da presidente Dilma, porém o ministro das
cidades de Dilma, Kassab, orientou o voto pelo impeachment para obter outra
pasta no governo golpista de Temer. Agora a Frente Popular mostra novamente sua
essência de classe burguesa, legitimando candidaturas do PMDB e possivelmente
até mesmo do DEM em um muito provável segundo turno na disputa da presidência
da Câmara dos Deputados. O PSOL que também votou contra o impeachment não
conseguiu obter o apoio da bancada petista para o nome da deputada Luiza
Erundina, que recentemente rompeu com o PSB controlado em São Paulo pelo
governador tucano Alckmin. A estúpida tese da direção petista se concentra em
isolar a "ala direita do governo Temer", por isso seguem a reboque
de supostas figuras "progressistas" do PMDB, chegando ao ponto de
elogiar o ministro Meirelles, como escandalosamente declarou Dilma. A
identidade programática da Frente Popular com grande parte do "staff" golpista tem como ponto em
comum o ajuste neoliberal iniciado por Dilma, a divergência consiste apenas no
"grau" e na intensidade das "reformas" exigidas pelos
rentistas. A tática adotada pelo PT é de manter a governabilidade de Temer para
a conclusão de um "ajuste mais duro", terreno delicado em que Dilma
apresentou dificuldade para implementar
na íntegra exigida pelo "mercado". Finalizado o "trabalho
sujo" de Temer, Lula aparece em 2018 como o "redentor
antineoliberal"... Caso não seja decepado politicamente pela farsesca
operação "Lava Jato". O "plano furado" da Frente Popular
não leva em conta a forte recessão capitalista, ou seja, a política de
colaboração de classes só é útil para a burguesia em tempos de aquecimento
econômico, como foi a última década da "bolha de crédito". O
resultado da criminosa política reformista eleitoral do PT será a perda das
poucas conquistas operárias no país e o mais trágico: sem que haja luta e
resistência do movimento de massas! Se
não estiver preso é certo que Lula disputará o Planalto em 2018, mas será
esmagado pelo novo "salvador da pátria" patrocinado pela mídia
"murdochiana" e Casa Branca. O "vestal" Sérgio Moro atua
sob a impotência política da Frente Popular e a cretina ilusão eleitoral do PT,
terá a missão de iniciar um novo ciclo econômico para o Brasil, mais além dos ajustes neoliberais que devem
ser parcialmente concluídos pelo ladrãozinho Temer. Enquanto as classes
dominantes aguardam as trombetas eleitorais de 2018, para liquidar de vez os
monopólios nacionais, como o da construção civil e extração de petróleo,
abrindo a economia para empresas imperialistas
em todos os setores que ainda estão sob reserva de mercado, a Frente Popular
vai semeando derrotas e colhendo desmoralização política como mais esta que se anuncia
para eleição da Câmara dos Deputados.