quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O IDIOTA ÚTIL: BURGUESIA IANQUE EMPOSSOU TRUMP E JÁ PREPARA UM GOLPE DE ESTADO PARA IMPOR UM RECRUDESCIMENTO AO REGIME REPUBLICANO (PARTE – II)


Entretanto logo vem à tona uma questão, se a plataforma do trumpismo é recheada de xenofobia e fúria reacionária em defesa de um patriotismo imperialista (que muito se assemelha ao neonazismo) por que não serviria a burguesia ianque utilizar o próprio Trump para operar uma violenta guinada de supressão do histórico regime de garantias democráticas nos EUA? A resposta se encontra na complexidade da ofensiva imperialista iniciada com a destruição contrarrevolucionária dos antigos Estados Operários, ou seja o império financeiro que derrotou a URSS não busca simplesmente a figura de um "showman" de extrema direita, necessita de uma liderança reacionária sólida com capacidade de refundar o regime político dos EUA. O discurso nacionalista de Trump sensibiliza os devastados pela crise econômica capitalista no maior mercado do mundo, porém não aglutina a elite financeira que pensa em contornar o colapso ianque justamente com a expansão da internacionalização do capital volátil nas colônias. Tentar escapar da crise econômica com o incremento do mercado interno nos EUA , é uma ilusão já há muito tempo foi descartada pela burguesia imperialista ianque quando iniciou o chamado processo de "globalização" em meados dos anos 90. Trump tenta se agarrar a algumas medidas de impacto populista mas que não apontam uma alternativa real para as classes dominantes diante da iminência de um novo crash financeiro, em resumo os EUA não manterão sua ameaçada liderança mundial remontando a falida fábrica de automóveis Buick... Por isso mesmo o governo Trump não deve chegar ao seu final, acossado pelos poderosos movimentos sociais e rejeitado pelos barões de Wall Street, tende a derreter politicamente em conjunto com sua plataforma econômica inócua e patrioteira. Porém Trump terá alguma utilidade transitória para a burguesia ianque, para começar desmontando conquistas sociais elementares da classe trabalhadora em áreas em que o Estado exerce algum tipo de controle compensatório, como a saúde. A sumária revogação do "Obamacare" pelo governo Trump é apenas o começo de um plano de ataque as condições de vida da população mais carente. Desgraçadamente a esquerda revisionista embarcou na campanha eleitoral dos Democratas de "esquerda" e se viu impotente para combater a ascensão do trumpismo, principalmente nos setores do proletariado industrial, o mais afetado pela crise capitalista. Agora estes mesmos revisionistas falam em toda uma "Era Trump", como se não enxergassem que o novo presidente dos EUA é uma peça de ficção política, posto na Casa Branca para semear um clima de instabilidade institucional nunca antes visto na história do dos EUA. A ofensiva neoliberal imperialista contra os povos e nações do planeta passará por cima de Trump como um trator desgovernado, deixando o terreno ianque preparado para um governo fascista que tenha pleno apoio político dos dois braços fundamentais da burguesia: a casta dominante financeira e os industriais da guerra. Juntos, cassino e armas, fundarão um novo partido político quebrando a hegemonia das duas alas (Democratas e Republicanos) do velho establishment ianque, mas para isto terão que forjar uma liderança carismática e de massas e não um velho palhaço reacionário. A esquerda revolucionária deve se preparar para este cenário e nunca embarcar na demagógica oposição social-democrata ao trumpismo. (Continua na parte III)