quinta-feira, 25 de maio de 2017

TEMER CONVOCA O EXÉRCITO PARA SITIAR BRASÍLIA E APROVAR REFORMAS CONTRA O POVO, PARA O PT UM “EXAGERO DESPROPORCIONAL”, LULA ESQUECE QUE SEU GOVERNO CRIOU A FAMIGERADA FORÇA DE SEGURANÇA NACIONAL E QUE DILMA DECRETOU A MESMA LEI DE GARANTIA E ORDEM (GLO) CONTRA A POPULAÇÃO POBRE DO RIO DURANTE A “COPA DAS EMPREITEIRAS” EM 2014...


A utilização das Forças Armadas por “governos democráticos”, após o fim do regime militar no Brasil, não é propriamente uma novidade. Desde a primeira greve nacional enfrentada por Sarney em 1985 (Universidades Federais) até o neogolpista Temer, passando é claro pelo tucano FHC e a petista Dilma, os “democratas” que gerenciam o Estado burguês encontram no chamado a “lei e a ordem” um recurso institucional para conter militarmente o movimento de massas. O governo Lula teve a “originalidade” de criar a famigerada Força de Segurança Nacional em 2004 como uma tentativa de “mediar conflitos sociais” sem a necessidade de convocação direta das Forças Armadas, a FSN seria uma tropa mista de elite (policiais e militares comandados por um General) mas sem exalar no ar o “cheiro de golpe militar” quando acionada. Porém o governo da neopetista Dilma não se esquivou de decretar a mesma GLO contra a população pobre e negra do Rio de Janeiro para garantir a realização da “Copa das empreiteiras” em 2014. A memória curta da Frente Popular não é um “problema médico”, corresponde ao papel que ocupa historicamente na luta de classes, ora liderando politicamente a oposição burguesa ora gerenciando o Estado capitalista, mas em ambas as circunstâncias assumindo a mesma estratégia de colaboração de classes e de contenção do proletariado. Para a burguesia a crise terminal do governo tampão do mafioso Temer só terá algum desfecho quando os rentistas aferirem se o golpista terá ou não condições de finalizar as reformas neoliberais exigidas pelo mercado (pelo menos em primeira instância), enquanto isso não se define a tarefa comum que se coloca ,tanto para o PT como para a Globo, é o seu sangramento político. Por isso a “ocupação de Brasília” convocada pelas centrais sindicais se deu fora do marco de uma greve geral e no sentido de “pressão parlamentar” sobre este Congresso de bandidos. Por mais combativa que tenha sido a marcha sobre o Distrito Federal, com os enfrentamentos e radicalizações que reivindicamos como legítimos, o eixo central da esquerda reformista continua a ser a realização de novas eleições gerais e nunca a tomada do poder pela via revolucionária de uma ruptura institucional. Por mais disposição de luta que tenha mostrado, tanto na greve geral de 28/04 como no “ocupa BSB” de 24/05, o movimento de massas está amarrado a plataforma de resgatar o regime da democracia dos ricos e todas as suas ações estão subordinadas a este norte programático. O que realmente saliva a esquerda reformista é poder voltar a gerenciar os negócios da burguesia, para impulsionar o “capitalismo sustentável”. A perspectiva de construir uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores passa bem longe dos planos da Frente Popular. Alertamos a vanguarda classista, mesmo que se convoque outra greve geral (de 24 ou 48hs) sem a alteração desta política geral o objetivo será o mesmo: alavancar uma saída democrática burguesa no marco da crise do regime vigente, isto sem falar no prenúncio de que as reformas neoliberais podem ser aprovadas mesmo diante do colapso terminal do governo Temer. Somente com a mudança radical de perspectiva política do movimento de massas poderemos derrotar o ajuste rentista iniciado por Dilma e que seu ex vice-presidente tenta concluir. Por esta razão diante do agravamento da crise do regime burguês os Marxistas publicitamos a necessidade da organização de um greve geral por tempo indeterminado, rejeitando os “escapes” democráticos (diretas ou constituinte), ao mesmo tempo que forjamos embrionariamente a consciência dos explorador na senda da construção de seu próprio poder estatal, o governo operário e camponês ,como um sinônimo político da Ditadura do Proletariado.

EM TEMPO: O governo Temer revogou hoje o decreto que autorizava as FFAA sitiarem Brasília por uma semana. Reunido com seus ministros, o canalha golpista declarou que se necessário fosse recorreria novamente a medida e inclusive aplicaria a "Lei Antiterrorismo" aprovada pelo governo Dilma (PT), que criminaliza os movimentos sociais.