sexta-feira, 23 de novembro de 2018

DERROTAR NAS RUAS O PROJETO NEOFASCISTA “ESCOLA SEM PARTIDO” (ESCOLA COM NAZISMO)! MOBILIZAR OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PARA BARRAR ESSE ATAQUE REACIONÁRIO, QUE SOB O CONTROLE DE OLAVO CARVALHO, VISA COMBATER A LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E EXPRESSÃO DOS PROFESSORES!

*Cida Albuquerque, mestra em educação pela UFC e da Oposição de Luta dos professores da LBI


Vem ocorrendo uma verdadeira “batalha” parlamentar nos últimos dias em torno do projeto da “Escola Sem Partido” (ESP), uma iniciativa da direita e da bancada evangélica (que acaba de indicar o Ministro da Educação ligado ao nazista Olavo de Carvalho) para atacar a liberdade de ensino dos professores dentro da escola pública. Essa ofensiva reacionária já ocorre há anos no interior da sala de aula, por pressão das administrações burguesas de todos os partidos políticos, inclusive o PT, mas agora seu objetivo é institucionalizar esse ataque com o advento do governo Bolsonaro. O objetivo do “ESP” é perseguir os trabalhadores em educação que estão comprometidos com a luta dos trabalhadores e defendem na sala de aula conteúdos que levam a reflexão da realidade de exploração do capitalismo sobre as condições de vida de nosso povo. Com a eleição de Bolsonaro esse ataque a liberdade de expressão e do ensino vai se incrementar, podendo ser aprovado esse retrocesso histórico em 2019 no venal Congresso Nacional. O núcleo dos trabalhadores em educação da LBI é completamente contrário ao projeto e compreende que somente a luta direta dos professores, estudantes e trabalhadores pode barrar esse ataque que visa aprovar uma legislação que restringe a liberdade de discussões nas escolas impondo um código de conduta de claro perfil fascista e retrógrado. Surgido em 2004, o “ESP” contou com a ativa colaboração dos energúmenos irmãos deputados Flávio e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente eleito neofascista. Nos últimos anos, com o acirramento da crise econômica e a guinada à direita promovida pela desmoralização provocada pela política do PT, essas teses conservadoras fortaleceram. Os proponentes do “ESP” partem da premissa de que ocorre nas escolas públicas uma “doutrinação ideológica de esquerda”, contra a qual o “poder público” (o Estado burguês) deveria se opor por meio de impedimento legal e controles ao trabalho dos professores. Não é necessário dizer que os proponentes do “ESP” desconhecem a realidade das escolas públicas brasileiras. Estas, com sua heterogeneidade ideológica, política e religiosa, sua infraestrutura precária, submetidas a pressões privatistas/mercantilistas, enfrentando escassez sistemática de recursos financeiros e convivendo com condições inadequadas de trabalho dos professores, são instituições distantes de qualquer possibilidade de autonomia efetiva. Por esse motivo greves e lutas ocorrem todos os anos! Seus defensores argumentam que as escolas são aparelhadas por professores de esquerda que impõe “ideologia comunista” aos estudantes. Nós militantes da LBI defendemos de fato que os professores sejam porta-vozes do programa revolucionário marxista dentro da sala de aula, sendo verdadeiros “tribunos do povo” como nos ensinou Lênin. Mas o ataque do projeto também conhecido como a “Lei da Mordaça” é voltado contra qualquer pensamento crítico dentro da escola, mesmo o reformismo socialdemocrata ou escolas teóricas de pensamento progressistas. É comum encontrar militantes argumentando que essa seria uma lei da censura. Mas não é só isso. Uma legislação que proíba o livre debate nas salas de aula é na verdade uma lei contra a liberdade de conhecimento, ou seja, as crianças e jovens seriam impedidos de terem acesso a fatos e dados fundamentais da história do Brasil e de toda a humanidade. Como abordar a escravidão sem condená-la? Defendemos uma escola democrática, laica e científica. Como discutir a ditadura militar sem combatê-la? Como analisar o modo de produção capitalista sem chamar a organização de estudantes e trabalhadores para liquidá-lo? O projeto trata-se de uma atrocidade e um retrocesso. Deve ser combatido com força, organização e luta na medida que é uma mordaça não só contra o Marxismo, mas as posições de esquerda em geral e o livre debate de posições progressistas. A Escola Sem Partido possuiu uma ideologia, a do nazismo e seu "partido", ela tem lado, o da burguesia, do capital e da reação capitalista! Ela é formada e sustentada pelos setores mais reacionários que existem na sociedade dividida em classes. No Brasil, onde a história da humanidade foi, e ainda é, furtada da classe trabalhadora, não será possível erradicar o analfabetismo e a fome sem uma educação política, sem uma consciência socialista. A separação da escola da política ou mesmo da vida na escola capitalista é premissa fundamental do projeto do modo de produção capitalista de existência. É um mecanismo de proteção do modo de produção capitalista que cada vez mais fragmenta a totalidade, e quando, via lutas ferrenhas, a classe trabalhadora conquista espaços, os capitalistas de todos os setores do planeta intensificam a exploração ou mesmo reforçam as relações de subordinação e o enaltecimento do espírito burguês, dos pressupostos liberais. Nesta perspectiva, é necessário inverter a ordem, a educação deve estar a serviço da classe trabalhadora e não dos capitalistas. Defendemos uma escola pública, gratuita e laica, em que professores e estudantes tenham liberdade de expressão, de pensamento, de organização para a luta. Que em cada lugar onde esses reacionários e neofascistas tentem cercear nossos direitos estejamos em pé e prontos para derrotá-los através da luta direta dos trabalhadores e sem nenhuma ilusão nas instituições desse carcomido regime político burguês!