PC DO B e PPL ANUNCIAM "FUSÃO": APESAR DOS
TRAIDORES DA HISTÓRIA DO MR-8 TEREM DEFENDIDO O “FORA DILMA”, FESTEJADO A
PRISÃO DE LULA E APOIADO A “OPERAÇÃO LAVA JATO”, PARA OS NEOSTALINISTAS O
FUNDAMENTAL É TER ACESSO AS VERBAS MILIONÁRIAS DO FUNDO PARTIDÁRIO. IMPLODIRÁ
OU NÃO ESSA NEGOCIATA BASEADA NA DIVISÃO DA GRANA DO TSE?
O PCdoB anunciou “esforços” para incorporar o PPL buscando
superar a clausula de desempenho imposta pela draconiana legislação eleitoral
que exige 10 deputados federais para que o partido admitido no seleto clube da
institucionalidade burguesa tenha acesso ao tempo de TV e as verbas milionárias
do Fundo Partidário. Como os corrompidos herdeiros do MR-8 elegeram apenas 1
parlamentar federal e o PCdoB 9 representantes para a Câmara Baixa, a direção
neostalinista precisou ir ao mercado na tentativa de comprar literalmente o
PPL. O PPL vem cobrando caro para aceitar a unidade (incorporação) e o acesso a
farta grana do TSE vai servir como base dessa aliança. Segundo comunicado
assinado pelos presidentes de ambas legendas “O Partido Comunista do Brasil
(PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) iniciaram um elevado diálogo, buscando
uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de
superação da cláusula de desempenho - e assim criar as condições para seguir
cumprindo um papel relevante na busca de soluções para o Brasil,
particularmente nesse período de resistência democrática em que ingressamos”.
Seria mais honesto dizer que o móvel desse negócio é o “papel moeda” do fundo
partidário porque o PPL é conhecido publicamente entre a vanguarda por ser um
braço da direita reacionária, defendendo a prisão de Lula e saudando
entusiasticamente a Operação Lava Jato do juiz Moro, hoje ministro do
neofascista Bolsonaro. O partido foi um dos que empunharam ao lado da direita,
do MBL e de Bolsonaro o “Fora Dilma” nas marchas de 2015 e 2016. Registre-se
que chegou na época a convocar atividades conjuntas com o PSTU e a Conlutas! Os
venais herdeiros do MR-8 sempre prestaram seus serviços sujos para a burguesia
desde a chamada “redemocratização” renegando o passado revolucionário
da antiga organização da luta armada, passaram a ser capangas de Quércia e
Newton Cardoso contra a esquerda classista, nos últimos anos foram apêndices do
PSDB contra o PT. O Hora do Povo (11 a 15.09.2015), porta-voz do PPL e da CGTB
no artigo “Manifesto conjunto da CGTB e Conlutas convoca manifestação” afirmou
naqueles dias “Com as bandeiras de Fora Dilma, Cunha, Renan, Temer e Aécio, os
sindicalistas defendem que é preciso construir uma alternativa ao país”. Na
época diziam que desejavam “o Brasil livre da corrupção do PT, do PSDB, do
PMDB, de políticos ladrões e dos partidos que se locupletam na Lava Jato”, ou
seja, uma política completamente oposta defendida pelo PCdoB e o conjunto da
Frente Popular. O comunicado escrito pelas direções do PCdoB e PPL diz ainda
que “para concretizar esse processo, acontecerá, no próximo dia 2 de dezembro,
uma reunião conjunta de instâncias máximas das duas legendas, na qual será
comunicada a decisão tomada”. Não sabemos se ao final do encontro a
“incorporação” ocorrerá... mas temos certeza que a direção do PPL vai cobrar
muito caro para concretizar essa operação de estelionato político, estando o PCdoB disposto a pagar
(literalmente) o preço da completa desmoralização política em nome do acesso a grana milionária do TSE... Vamos aguardar se implodirá ou não esse negócio
podre que está sendo costurado entre as direções corrompidas do PCdoB e PPL!
Para a esquerda reformista a questão fulcral é o
"esmagamento" das pequenas siglas já legalizadas e o favorecimento
dos "grandes partidos", tanto no campo eleitoral como financeiro, mas
nem uma única palavra sequer foi escrita contra uma legislação vigente
inteiramente proscritiva, que exige um esforço "empresarial"
gigantesco para se obter um registro oficial no TSE. Recordemos aos leitores e
a própria esquerda revisionista acometida de amnésia política que em 1993 foi
aprovada uma legislação eleitoral draconiana revogando o direito de qualquer
organização política se apresentar as eleições simplesmente com seu manifesto
fundacional assinado por pouco mais de cem filiados. Como exemplo podemos citar
o antigo PFS (Partido da Frente Socialista, ex-PLP) que nas eleições municipais
de 1992 apresentou candidatos nas cidades do Rio e Fortaleza somente com seu
registro inicial inscrito no TSE. Mesmo com a supressão do acesso ao fundo
partidário (uma verba "disfarçada" do Estado destinada a cooptação
institucional) ou mesmo o cerceamento ao tempo "gratuito" de TV e
rádio, primeiramente defendemos como Marxistas Revolucionários o direito de
qualquer organização de esquerda ter aceito seu registro legal pelo TSE apenas
com a apresentação de seu programa e estatuto, além da comunicação oficial dos
membros de sua direção nacional. É o que Lenin afirmava: "pleno direito a
organização política legal". Em segundo lugar advogamos pelo direito
eleitoral da apresentação de candidaturas avulsas ou frentes políticas formadas
por entidades sociais, sem qualquer restrição de ordem jurídica. Em particular,
como uma organização política Comunista somos visceralmente contrários ao
recebimento "legal ou ilegal" de fundos financeiros (doações ou
verbas) da burguesia e seu Estado. Desgraçadamente não só o PT decidiu aceitar
a grana dos capitalistas para bancar suas atividades políticas, também os
partidos reformistas (PSTU, PCO, PCB e PSOL), recebem "alegremente"
dinheiro do Estado Burguês, pela via do milionário Fundo Partidário, negando o
princípio básico Leninista da autonomia e independência de classe frente aos patrões
e seu regime. Não se trata de nenhum "purismo sectário", estamos
falando de uma questão elementar para os genuínos Comunistas, um Partido
Revolucionário não pode ser financiado pela burguesia, direta ou tampouco
indiretamente, como nos orienta claramente uma resolução acerca das eleições
parlamentares aprovada no congresso da III Internacional, que sequer admitia
que suas seções nacionais participassem de disputas eleitorais para cargos
administrativos (majoritários) do Estado. Mas o cretinismo parlamentar da esquerda
reformista contemporânea parece não ter limites, que agora se desespera com o
fim dos subsídios financeiros estatais aprovadas pelo excremento desta
"reforma política". Os Marxistas Leninistas não precisam de um
"CNPJ" do regime burguês para organizar suas células e seu Partido
Revolucionário para a tomada do poder, com ou sem "reforma", na
legalidade democrática ou na clandestinidade marcharemos inexoravelmente em
direção ao socialismo!
Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas
íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum
financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado
burguês ou pela via das grandes corporações capitalistas. A decomposição
política e programática do PT em mais um partido da esquerda burguesa, confirma
a lógica de ferro abstraída por Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social
Democracia europeia, como dizia um velho ditado russo: "Quem paga o violinista
cigano tem o direito de ouvir a polca". Por outro lado, a eliminação das
"comissões estruturais” recebidas pelos gerentes do Estado burguês
diretamente das empresas capitalistas, só é possível sob outro modo de
organizar a economia nacional, ou seja, o modo de produção socialista! A
cooptação do capital e seu Estado ocorre não exclusivamente com os partidos
burgueses que realizam “negócios” vultuosos quando gerenciam a chamada “máquina
pública”, também está presente nas concessões legais como o Fundo Partidário e
as “generosas” indenizações estatais recebidas por militantes que lutaram
contra o regime militar, uma espécie de “ressarcimento” dos agentes do capital
pelos anos passados de militância revolucionária. Estes mecanismos embora
“perfeitamente legais” não passam de uma forma de integrar forças políticas de
“esquerda” ao regime burguês, com as verbas estatais produto da extração da
mais valia do proletariado. Portanto da ótica marxista não existe diferença
alguma (apenas nos volumes financeiros) dos “mimos” (legais ou ilegais)
recebidos por Lula diretamente oriundos de grandes empresas ou das verbas
estatais contabilizadas para o caixa partidário. Ambas são formas de corrupção
do capital dirigidas ao amortecimento da luta de classes e cooptação das
lideranças operárias, como vemos no negócio em curso que está sendo acordado
entre as direções venais do PPL e PCdoB.