DILMA, HOJE VÍTIMA DA PERSEGUIÇÃO REACIONÁRIA FASCISTA DO
BONAPARTISMO JUDICIÁRIO: ONTEM SEU GOVERNO PERSEGUIA OS PRÓPRIOS COMPANHEIROS DO
PT PATROCINANDO A “OPERAÇÃO PORTO SEGURO” CONTRA LULA
Muitos militantes petistas acusam corretamente a Operação
Lava Jato de ser um instrumento do imperialismo e de setores da burguesia criado
em 2014 com o objetivo central de prender Lula e impedir sua candidatura
presidencial, como de fato veio a se concretizar. O que esses mesmos
companheiros não dizem ou analisam é que a caçada policial contra Lula e o núcleo
histórico do PT começou em pleno governo Dilma, mais precisamente há 06 anos
atrás, como denunciava o artigo do BLOG da LBI da época, que reproduzimos
abaixo. O pretexto para a ação da PF foi o pretenso “tráfico de influência” de
um suposto “affair” do ex-presidente. Naqueles dias, perguntávamos “Por que a
PF controlada pelo governo Dilma desferiria um golpe tão letal contra Lula?”. Dilma em nome de fazer uma “faxina” detonava a influência de
setores históricos do PT em seu governo, em parte condenado no processo do
chamado mensalão via prisão de Dirceu, Genoíno e Delúbio pelo STF, cujos
ministros togados foram em grande parte nomeados por Lula. A caçada que se que
iniciava contra Lula durante o primeiro governo Dilma foi amplamente apoiada
pela mídia e acabou por garantir a reeleição da “gerentona” em detrimento da
volta do próprio Lula ao Planalto em 2014. Foi nesse quadro político que
posteriormente veio a ser montada a Operação Lava Jato pelo Juiz Moro treinado
pelo Departamento de Estado ianque para liquidar a direção histórica petista,
uma perseguição que hoje se estende a própria Dilma, que acaba de ser
denunciada como integrante do “Quadrilhão do PT” .
OPERAÇÃO PORTO SEGURO: DILMA ACIONA PF PARA PERSEGUIR
“AFFAIR” DE LULA COMO PARTE DA “FAXINA” CONTRA O NÚCLEO HISTÓRICO DO PT
(BLOG DA LBI, 24 DE NOVEMBRO DE 2012)
A Operação “Porto Seguro”, desferida pela PF sob o pretexto
de prender membros do governo que liberavam pareceres técnicos para aprovação
de obras em trocas de favores pessoais, na verdade teve um alvo certo e direto:
o ex-presidente Lula. Agentes da PF apreenderam computadores e documentos no
escritório da Presidência da República em São Paulo, cuja equipe é ligada a
Lula e também na casa de Rosemary Nóvoa de Noronha, conhecida nas hostes
petistas simplesmente como Rose. Escutas telefônicas registraram inúmeras
ligações entre Rose e Lula nos últimos 19 meses, colocando o ex-presidente
completamente refém do séquito dilmista instalado no Palácio do Planalto que
comanda a PF. Apresentada pela mídia murdochiana como suposto “affair” de Lula,
Rose acompanhava-o em todas as viagens internacionais (sem possuir a menor
qualificação técnica para a “missão”). Esteve envolvida nos escândalos dos
cartões corporativos ligados aos “gastos secretos” da presidência de Lula e
havia indicado parentes para postos importantes nas agências reguladoras (ANA e
ANAC), assim como na Infraero. A PF a acusa de montar uma rede de tráfico de
influência baseada no seu “prestígio” pessoal junto a Lula, já que ela foi
nomeada para o cargo em 2003 e mantida por Dilma a pedido do ex-presidente.
A primeira pergunta que vem a cabeça é: por que a PF
controlada pelo governo Dilma desferiria um golpe tão letal contra Lula? Afora
a cantilena vendida para ingênuos sobre o combate à corrupção, fica claro que o
móvel da “faxina” foi detonar Lula como parte da ofensiva política contra o
núcleo histórico do PT, em parte condenado no processo do chamado mensalão via
prisão de Dirceu, Genoíno e Delúbio. Obviamente, uma operação desta envergadura
teve o aval da ex-“poste” Dilma, que para ser cada vez mais aceita pela burguesia
e o imperialismo deseja eliminar de vez a influência de Lula e do “velho” PT
sobre seu governo, assim como no seu próximo mandato. Não por acaso, além de
demitir imediatamente Rose, afastou os apadrinhados de Lula e Dirceu das
agências reguladoras. De quebra, conseguiu eliminar de vez a possibilidade do
atual Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, assumir uma vaga no STF, como
era desejo do ex-presidente, já que seu substituto direto, José Weber Holanda
Alves, também está envolvido no esquema.
Rosemary foi assessora de José Dirceu por 12 anos, estava na
cota dos “gastos presidenciais secretos” durante as duas gestões de Lula e seu
indiciamento pela PF mostra até que ponto a disputa intestina no PT pode
chegar... Desde já está claro que Lula encontra-se totalmente fragilizado na
guerra de quadrilhas instaladas no interior do PT e não tem força nem
disposição para opor-se à reeleição de Dilma, que usa o STF e a PF para
desferir sua ofensiva política sob a fachada da “moralidade pública”. Como prêmio
de consolação, Lula já está sendo cotado para receber o Prêmio Nobel da Paz, o
que significa sua aposentadoria na política doméstica nacional. Em outro balão
de ensaio, fala-se ainda na possibilidade dele disputar o governo de São Paulo,
uma aparente armadilha para debilitá-lo ainda mais, em uma perigosa disputa
direta com Alckmin.
O mais emblemático é que em meio à divulgação midiática da
Operação “Porto Seguro” ocorreu neste final de semana em São Paulo um “ato em
defesa do PT” impulsionado pelo chamado “diálogo petista”, um movimento
articulado pela corrente “O Trabalho” em aliança com personalidades
“independentes” do partido. O móvel da atividade foi o repúdio à condenação de
José Dirceu e Genoíno pelo STF, sendo que sua convocatória anunciava o objetivo
de denunciar “o julgamento político do STF, a criminalização dos movimentos
sociais e a judicialização da política”. Os dois dirigentes petistas condenados
na ação penal 470, o chamado “mensalão”, compareceram ao evento e foram
saudados como “heróis do povo brasileiro”, em uma atividade concorrida que
contou ainda com a presença do presidente nacional da CUT, o arquipelego Wagner
Freitas e outros poucos parlamentares como Eduardo Suplicy. Não por acaso, o
ato foi convocado por OT e iniciativas idênticas estão sendo impulsionadas por
outras correntes de “esquerda” do partido, sem o apoio oficial do PT. A direção
nacional petista, ainda mais depois do silêncio covarde de Lula após a
condenação de Dirceu pelo STF e agora com a ofensiva da Polícia Federal, não
deseja de forma alguma se indispor com a “gerentona” Dilma. Esta já demonstrou
que deseja ver Dirceu e o núcleo histórico do PT sem nenhuma influência em seu
governo ou mesmo se possível atrás das grades, enquanto mantém uma relação de
“paz e amor” com a mídia murdochiana, como a revista Veja e os setores mais
reacionários da burguesia.
No ato em defesa do PT Dirceu declarou: “Como foram
derrotados no campo político e social, e também no campo eleitoral, eles
criaram outro campo, o da judicialização da política, com a instrumentalização
da mídia” no que foi complementado por Marcos Sokol, dirigente de OT: “Os
setores que se identificam com o PT têm que mostrar a cara. Depois do PT, irão
contra a CUT e os movimentos sociais”. O que Dirceu e Sokol encobrem em suas
falas é que a ofensiva contra os dirigentes históricos do PT, sem dúvidas
envolvidos em negociatas e favores durante o governo Lula, porém, obviamente,
não condenados em função disso, fato corriqueiro na república burguesa, só
foram defenestrados porque o STF (que tem a maioria de juízes indicados nas
três gestões da frente popular) está levando adiante a tarefa de “limpar” o
partido do núcleo ligado a Lula por encomenda de Dilma justamente para impedir
que o ex-metalúrgico possa ser candidato a presidente em 2014 como era seu
plano original via mandato “tampão” da ex-poste. A operação “Porto Seguro”
prova que quem patrocina veladamente esta investida é Dilma e sua entourage
palaciana lastreada no apoio entusiasta da mídia murdochiana e da própria burguesia
que deseja um novo governo da “gerentona” em 2014, muito mais à direita do que
o atual e sem a influência de Lula. A burguesia tem como estratégia começar no
fim do segundo mandato de uma Dilma completamente refém, a transição rumo a um
outro eixo de poder em 2018, mais ligado a centro-direita (PSB, Marina, Joaquim
Barbosa, Aécio...) e voltado a desferir uma brutal ofensiva contra o movimento
de massas, rompendo com a política de colaboração de classes até então vigente
nas gestões da frente popular.
Quando a esquerda petista promove um “ato em defesa do PT”
ela trata de apresentar o partido como “adversário da burguesia” (O Trabalho) e
chega as raias da loucura de bradar que “nenhum burguês deve estar em nenhum
governo do PT” (Esquerda Marxista). Por isto, Sokol reclamou no ato que
“Encerradas as eleições, segue a ofensiva do STF e a direção do PT, segue
calada! É preciso defender o PT!”. Os pilantroskos fazem mais uma vez seu papel
de patrocinar ilusões no PT e chegam ao ponto de engrossar o coro dos que
cinicamente apresentam Dirceu como “herói do povo brasileiro”! O PT é hoje um
pilar de sustentação do regime político burguês e de suas instituições
reacionárias, tanto que Dilma e Gleisy Hofmann deram entrevistas declarando que
as decisões do STF são para serem cumpridas, sem nunca defender Dirceu, Genoíno
e Cia... O que está em curso via julgamento do STF e na própria operação “Porto
Seguro” é a consolidação de um núcleo tecnocrata dentro do PT sem a influência
de sua ala histórica composta por Lula e quadros que vieram da ALN e da luta
armada, setor que a burguesia deseja tirar de cena depois que cumpriram seu
papel de gestores úteis a seus interesses. Apesar de convertidos a gerentes dos
negócios da burguesia, esta ala ainda encarna na militância do PT alguma
resistência às chantagens da mídia murdochiana e da direita arquirreacionária.
Longe de “defender o PT das origens”, a tarefa colocada para
os setores mais conscientes do ativismo brasileiro neste exato momento é
declarar que são os trabalhadores e seus organismos de classe os únicos que
podem fazer o “ajuste de contas” com os burocratas vendidos da “Articulação” no
PT e na CUT e não o arquirreacionário STF ou a PF. Para tanto, é necessário
construir um partido operário revolucionário para superar o PT e a frente
popular, postando-se como uma alternativa revolucionária também a corrompida
“oposição de esquerda” encabeçada pelo PSOL, que deseja ver Lula, Dirceu e Cia
atrás das grades para tirar daí algum dividendo eleitoral, quando na verdade tal
ato não faz mais do que reforçar as tendências fascistizantes do regime burguês
contra os trabalhadores e suas conquistas democráticas e sociais.