MISÉRIA PARA OS TRABALHADORES, DESTRUIÇÃO DA NATUREZA E
NENHUMA INDENIZAÇÃO AS VÍTIMAS: TRÊS ANOS APÓS A TRAGÉDIA DE MARIANA ESSE É O
SALDO DEVASTADOR DA RAPINA DAS RIQUEZAS NACIONAIS PELAS GRANDES MINERADORAS
PATROCINADAS PELO ESTADO CAPITALISTA!
Hoje completa-se 3 anos do rompimento de duas barragens no
distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. A
tragédia deixou dezenas de pessoas mortas, feridas e desabrigadas. A economia
local, que vivia da pesca e do turismo às margens do rio, entrou em colapso.
Cresceu o desemprego e os trabalhadores não conseguiram retomar suas funções na
mesma velocidade de antes da tragédia. Até hoje, a maior parte deles não
recebeu qualquer indenização pelos prejuízos. Além do desaparecimento de mais
de 30 pessoas, a onda de lama destruiu o leito do Rio Doce espalhando até hoje
miséria pela região, fome pela falta de peixes e destruição da fauna e flora
local, contaminando toda a região com resíduos tóxicos. Especialistas denunciam
que ainda vão persistir por décadas os graves riscos à saúde provocados pelo
rejeito de minério de ferro liberado na água além de grande quantidade de
mercúrio. As barragens de Fundão e Santarém eram de responsabilidade da empresa
Samarco, que tem 50% de suas ações nas mãos da Vale do Rio Doce, uma das
maiores mineradoras do mundo, privatizada por FHC em 1997 e hoje controlada por
um consórcio que inclui fundos de pensão das estatais que indicaram como
presidente Murilo Ferreira, nome avalizado pelo governo Dilma. A outra metade
pertence à australiana BHP Billiton. Apesar da comprovada responsabilidade das
grandes empresas mineradoras que rapinam as riquezas do Brasil através da
apropriação extensa de territórios e da super-exploração dos trabalhadores não
houve qualquer punição aos culpados. Essa rapina inclui remoções forçadas de
famílias e comunidades nativas, poluição das nascentes, dos rios, do ar,
poluição sonora, desmatamento, acidentes de trabalho, de trânsito, concentração
privada da riqueza e distribuição pública dos impactos. O desastre criminoso de
Marina aconteceu dentro de uma sequencia de outras tragédias ocorridas em
várias regiões do país, ficando impunes as empresas mineradoras que os
provocaram. Segundo os dados do DNPM existem mais de 700 barragens de rejeito
em Minas Gerais, dentre as quais, 43 em alto risco de rompimento, algumas com
potencial maior do que as de Santarém e Fundão, o que causou danos humanos e
ambientais irreversíveis, contaminando a água na bacia do Rio Doce, agravando
ainda mais a crise hídrica na região, prejudicando a vida de milhões de
pessoas. Cinicamente, a Samarco, empresa responsável pelas barragens que
romperam iniciou logo depois da tragédia a demissão de funcionários de empresas
terceirizadas, tentando responsabilizar os trabalhadores pelo ocorrido. A busca
do lucro foi o motivo central da tragédia humana e ambiental de Mariana. A
tragédia reforça a luta pela reestatização da Vale do Rio Doce sem indenização
assim como a exploração das riquezas nacionais sobre o controle dos
trabalhadores. A Samarco é uma joint venture com 50% de participação da Vale e
50% de participação da BHP, duas das maiores mineradoras do mundo, sendo a Vale
uma “gigante” nacional que multiplicou seu lucro ao longo dos governos
petistas. Privatizada em 1997 no governo FHC (PSDB), a Vale é de fato ainda
controlada pelo governo federal por conta da participação milionária dos
representantes dos fundos de pensão no seu conselho acionário desde a
privatização mas obviamente seus lucros são privados. Os fundos de pensão Previ
(do Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobras), além do BNDESpar,
controlados pelo Planalto, somam agora 52,5% da mineradoraA parte da Samarco
que pertence a multinacional australiana BHP deve ser nacionalizada, seus bens
confiscados e seus lucros retidos a fim de serem revertidos para pagar as
indenizações aos trabalhadores, moradores e o conjunto da população dos
municípios atingidos pela lama tóxica da extração de minério de ferro! É
preciso uma apuração que seja independente das mineradoras e dos governos
burgueses do PT, PSDB e MDB que estão a serviço do lucro dessas empresas, a
punição dos alto-executivos da empresa responsáveis pela não desativação das
represas, assim como o confisco dos bens da Samarco para que todo ele seja
revertido no atendimento da população, familiares e a reconstrução da região
devastada pela sede de lucro das mineradoras!