Para o governador Pezão sua prisão efetuada na manhã desta
quinta-feira pela "República de Curitiba" não era surpresa alguma, já
havia sido negociada desde que a versão carioca da famigerada operação Lava
Jato encarcerou seu "padrinho" Sérgio Cabral ainda em 2016. Pezão
esperava terminar seu mandato falido de governador e ser preso em seguida, após
ter colaborado pacatamente com os golpistas na intervenção militar do seu
estado e o bando judiciário de Moro, porém a eleição de um membro orgânico da
ofensiva do bonapartismo judiciário para ocupar o Palácio das Laranjeiras
precipitou os fatos. Como no plano nacional, a Lava Jato retirou da cena
política do Rio de Janeiro "peças" indesejáveis ao seu próprio esquema de apropriação do Estado, obviamente tudo em nome do "combate a corrupção", uma
enganação que só pode convencer otários ou oportunistas de esquerda que sonham
em surfar eleitoralmente na onda midiática do bolsonarismo. Primeiro os
seguidores de Moro "descobriram" que Cabral nadava de braçadas no
"mar da corrupção" em plena Copacabana, enquanto os falsos
vestais tucanos da Av. Paulista, como
Serra e Alckmin, eram totalmente preservados apesar de cometerem os mesmos
crimes em escala muito maior. Depois a Lava Jato passou a perseguir outro
ex-governador, Antony Garotinho e sua esposa Rosinha, também ex-governadora,
até conseguir tirar fraudulentamente o ex-brizolista da disputa eleitoral ao
governo do estado. Com Pezão fora da disputa, anestesiado e chantageado, ficou
bem fácil eleger uma paródia fascista do Sergio Moro no Rio de Janeiro, o juiz
"valentão" Wilson Witzel. Neste cenário nacional completamente
favorável ao bonapartismo togado, não seria necessário esperar o cumprimento do
"acordo de cavalheiros" celebrado com Pezão, sua prisão foi
antecipada para demonstrar força e principalmente que a Lava Jato já governa em
todo país. Não por coincidência a temporada de Pezão na cadeia corresponde a
ida do rato Pallocci para casa, uma sincronia política perfeita para avançar em
um novo ataque da Lava Jato contra o PT, agora em particular contra a
ex-presidente Dilma Roussef que ainda estava "limpa" dos processos da
"República de Curitiba". Um novo espetáculo midiático com a prisão de
Dilma, se juntando a Lula na masmorra da Polícia Federal, ajudaria o início do
governo neofascista, principalmente no seu primeiro ato neoliberal contra os
trabalhadores: a malfadada contra-reforma da previdência. Desgraçadamente a
esquerda reformista, e pasmem até mesmo o PT, continua legitimando o engodo
jurídico da Lava Jato, Haddad o líder da "Frente Ampla
Democrática" não cessa de render
votos de sucesso ao próximo governo neofascista. O PSOL chegou a comemorar a
prisão de Pezão, como se esta ação farsesca (pseudo combate a corrupção) não
fosse parte de uma engrenagem maior de recrudescimento do regime político
contra as liberdades de organização das entidades de massas. Os Marxistas
Leninistas não podem depositar nenhum apoio político a "República de
Curitiba" que já está alojada em Brasília, no momento em que a Lava Jato
encena seu dantesco show de "moralidade da coisa pública", enviando
temporariamente para cadeia notórios bandidos como Pezão.