segunda-feira, 19 de novembro de 2018

REAÇÃO BONAPARTISTA NÃO POUPA A ESQUERDA BURGUESA: MP TORNA HADDAD RÉU, MESMO APÓS TER ELOGIADO MORO EM SUA CAMPANHA 


Em nada adiantou o fato de Fernando Haddad ter elogiado o justiceiro Sérgio Moro em plena campanha eleitoral, além de silenciar acerca do papel nefasto da chamada Operação Lava Jato, mesmo sendo um dos advogados do ex-presidente Lula, preso político da "República de Curitiba". O juiz Leonardo Barreiros acatou o pedido do Ministério Público de São Paulo tornando réu Fernando Haddad, sob a acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em decorrência da "delação premiada" do empreiteiro Ricardo Pessoa da construtora UTC. A direção nacional do PT refutou categoricamente as denúncias e particularmente ação do que considerou partidarização da justiça: "Com base apenas na palavra de um réu confesso, Ricardo Pessoa, que foi descartada pelo Supremo Tribunal Federal por ausência de provas e de credibilidade, o MP-SP fez uma denúncia infundada que não poderia ter sido aceita por um juízo imparcial". Na verdade a retaliação do judiciário ao desempenho político de Haddad reflete bem mais do que simplesmente uma "partidarização" do conjunto da toga em nosso país, revela um fenômeno profundo da ofensiva bonapartista que acaba de sair triunfante de um processo eleitoral totalmente fraudulento. Desgraçadamente o PT, principal força política da esquerda (burguesa), parece que resiste em combater esta ofensiva reacionária do judiciário, mesmo sendo atualmente a principal vítima política do ataque bonapartista da camarilha togada. No último depoimento de Lula a "República de Curitiba", tomado pela juíza Gabriela Hardt, substituta do justiceiro Moro, o ex-presidente ainda tentou convencer seus algozes e "clamar a Deus por justiça", ao invés de denunciar vigorosamente a completa farsa jurídica em curso, onde sua sentença de condenação já está previamente proferida. Postura completamente distinta tiverem os dirigentes bolcheviques diante dos "Processos de Moscou" que sob o comando de Stalin montou um farsesco processo judicial para incriminar e denegrir a imagem das principais lideranças da revolução socialista de 1917. Porém desde a chamada ação penal do "Mensalão", a cúpula do PT vem sendo omissa na intransigente defesa de seus dirigentes históricos, a ex-presidente Dilma foi uma das patrocinadoras da "caça a bruxa" à José Dirceu para logo depois prestar o todo o apoio oficial na gênese da Lava Jato. A esquerda revisionista (PSTU e PSOL) não ficou muito atras da direção do PT, os Morenistas da LIT (PSTU) chegaram a  insanidade comparar os fascistas promotores da "República de Curitiba" com o movimento tenentista (de caráter absolutamente progressista diante da etapa histórica do Brasil dos anos 20) dirigido pelo legendário Luís Carlos Prestes. Agora a ofensiva bonapartista do judiciário se colocou em aliança política com os setores neofascistas e caminham juntos para desde a conquista do governo central promoverem alterações fundamentais no regime político vigente em nosso país. Estão ameaçados, neste período pós vitória palaciana bolsonarista, não só os dirigentes petistas (reformistas e defensores do programa da colaboração de classes), mas o conjunto das direções dos movimentos sociais e da esquerda comunista. É urgente e necessário a construção de uma Frente Única Operária em defesa das conquistas democráticas e sociais do proletariado e do povo oprimido. Manter a linha da conciliação de classes e da "Frente Democrática" com a impotente burguesia "progressista" é o caminho mais curto para uma nova derrota. Organizar já a resistência sob a base da ação direta das massas!