ASSASSINATO DO JOGADOR DANIEL NO PARANÁ: BÁRBARA EXPRESSÃO DO NEOFASCISMO QUE AVANÇA A PASSOS LARGOS TENDO A CLASSE MÉDIA IDIOTIZADA E FALSO-MORALISTA COMO BASE SOCIAL
Um assunto aparentemente “secundário” vem se mantendo no topo da mídia corporativa nos últimos dias e merece a atenção dos Marxistas Revolucionários apesar de todos os temas políticos centrais que polarizam a conjuntura nacional, como os passos largos para o recrudescimento do regime político dados pela dupla Moro-Bolsonaro: o bárbaro assassinato do jogador Daniel no Paraná, estado-sede da “República de Curitiba”, terra do Juiz-Ministro e onde o ex-capitão do exército venceu de lavada as eleições presidenciais em nome da “defesa da família, da moral e contra a corrupção”. O pano de fundo desse crime cruel está diretamente ligado a realidade que atravessa nosso país tendo como principal base social um amplo setor da classe média imbecilizada, entorpecida e reacionária, um fenômeno que vem ganhando grande impulso mundial desde a liquidação contrarrevolucionária da URSS em 1991. Ampla parcela da pequena-burguesia patrocina abertamente as tendências neofascistas como parte de seu ódio de classe contra a “esquerda” e o “comunismo”, ao mesmo tempo que deseja holofotes para seu “glamour deslumbrado” diante da miséria do povo pobre duramente atacado pela crise econômica, que desgraçadamente acaba também sendo arrastado para a direita diante da desmoralização provocada pela política de conciliação de classes do PT. O assassinato de Daniel tem como pano de fundo esse panorama universal que vem ganhando força avassaladora no Brasil. O jogador foi convidado para uma orgia de deslumbrados de classe média que acabou sendo fatal. O assassino, um empresário-mafioso com longa ficha criminal, Edison Brittes, drogado, bêbado e sob o pretexto da suposta “defesa da mulher assediada”, matou a sangue frio o atleta, que também estava alcoolizado. Todo o cenário do crime revela uma festa regada a drogas sintéticas, bebidas, extrema vaidade e a bestialização cultural da pequena-burguesia decadente. Da boate de mauricinhos e patricinhas no centro de Curitiba a balada seguiu para a casa da família da aniversariante loira e siliconada de 18 anos (Allana), onde Daniel viria a ser espancado por Edison Brittes (lutador de Jiu-Jitsu) e seus “amigos” sarados filhos de políticos burgueses locais apoiadores de Bolsonaro. Ele foi colocado no porta-malas de um veículo e levado para um terreno baldio, onde foi torturado, teve o órgão genital cortado e o pescoço praticamente decepado. De convidado como “celebridade” decadente (depois de atuar por grandes clubes ele agora jogava pelo São Bento na Série B) Daniel passou a um cadáver imprestável, morto não devido uma pretensa tentativa de estupro (já descartada pela polícia) mas sim pelo fato do assassino ver sua “honra familiar” exposta nas redes sociais pelas fotos de Daniel, uma delas deitado ao lado da esposa do assassino dormindo. Registre-se que fortes indícios apontam que o próprio Edison Brittes havia “oferecido” a esposa para Daniel para um possível sexo a 3, um “presente” em meio a farra. Teria perdido o controle nesse ínterim ao melhor estilo das obras de Nelson Rodrigues que desvendam de forma nua e crua os mais “sombrios desejos e taras” da alma humana como no célebre "Engraçadinha" ou "Dama da Lotação" ... O jogador relatava “on line” que iria “pegar as minas” já alcoolizadas na festa que virou a noite e continuava em plena 8 horas da manhã, com fotos e vídeos ao vivo até que seus relatos cessaram: nesta hora ele começou a ser espancado até a morte, Edison não desejava mais nenhuma “mídia” ou “seguidores” de seus atos bárbaros criminosos! O celular de Daniel foi destruído mas seus registros para amigos no Whatsaap revelaram uma realidade banal desses eventos: todos querem em nome de sua vaidade pessoal demonstrar que estão sempre felizes, com sorrisos largos na boca para os selfies e “se dando bem” em quaisquer circunstâncias. Essa é justamente a “magia do espetáculo” na vazia sociedade burguesa, sua aparência impecável, sua falsa alegria dos flashs de celulares de ponta, seu “valor no mercado” ao serem convidados para os eventos “tops” são hoje o móvel dessa bestial existência humana. A morte do jogador Daniel, que também fazia parte desse time de deslumbrados decadentes e acabou como vítima dessa espiral alienada, é parte desse jogo fatal das relações mercenárias na sociedade de classe capitalista com fortes tendências fascistas que se avoluma desde a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim. Como parte do “gran finale” da farsa moralista, Edison Brittes ligou para a família da vítima dizendo-se solidário com a dor da perda com a morte do "amigo", mas todas as provas e indícios indicavam o contrário tendo depois que assumir o crime em nome da moral e dos bons costumes... Essa mesma falácia distracionista a elite dominante vem fazendo com o povo trabalhador nos últimos dias, preparando na mídia venal o terreno “subjetivo” para o novo regime bonapartista de Moro-Bolosonaro e o duro ajuste neoliberal de Paulo Guedes em nome do combate a corrupção, da moralidade e da estabilidade econômica. Por trás desse engodo eles desejam nos esquartejar socialmente como fizeram com o jogador Daniel, não deixemos nos enganar...senão seremos mais uma vítima desse enredo fatal da classe dominante, organizemos desde a resistência nas ruas e de massa contra o governo neofascista que se avinha!