"O governo não deveria ter medo do povo francês que vai
manifestar sua revolta e faz isso de uma forma pacífica", assim a ex-
candidata da extrema-direita à presidência da França, Marine Le Pen, definiu
seu apoio às manifestações protagonizadas pelos chamados "Coletes
Amarelos" (Gilet Jaunes), que vem tomando o país nos últimos dez dias. Os
manifestantes tem como seu eixo político o combate a forte subida dos preços
dos combustíveis (que tiveram uma elevação de 23% nos últimos doze meses), em
particular o diesel que na França movimenta tanto carros de passeio como os de
transporte de cargas comerciais. A escolha do "colete amarelo" como a
"farda" do movimento já sinaliza seu caráter reacionário, na França o
colete amarelo é um item de segurança obrigatório no trânsito dos veículos em
estradas (assim como no Brasil o triângulo de sinalização), ou seja o movimento
que declara não ter lideranças políticas assume uma posição "legalista e
de ordem" contra o governo Macron (centro direita) que acusam de "esquerdista"...Mas
não fica só por aí, os "Coletes Amarelos" não cansam de declarar o
seu nacionalismo xenófobo em ataques a "passividade" dos imigrantes,
que por razões econômicas óbvias não possuem carros ou caminhões. O apoio aos
"Coletes Amarelos" não se restringe a neofascista Frente Nacional de
Le Pen, Laurent Wauquiez, líder da direita dos republicanos franceses, instou o
governo de Macron a voltar atrás no aumento de imposto sobre combustíveis
fósseis, como uma forma de reduzir os preços. Por sua vez os sindicatos
operários têm mantido uma razoável distância política do movimento dos
"Coletes Amarelos", os convocando para somar a uma greve geral
programada para dezembro. Para não romper sua nefasta "tradição"
programática de prestar apoio incondicional a toda mobilização da direita que
cruza o mundo, a esquerda revisionista como o PTS (MRT no Brasil), acompanhada
da LIT e do grupo Resistência do PSOL, já embarcaram na defesa dos
"Coletes Amarelos", como sendo um legítimo "movimento
anticapitalista", apesar de todas as evidências políticas em contrário. A
intransigente oposição proletária que os Marxistas Leninistas estabelecem em
relação ao governo neoliberal de Emmanuel Macron, não pode ser confundida com
as investidas da extrema direita(maqueadas de espontaneidade das massas),
contra a subida dos combustíveis exigimos uma plataforma de estatização(sem
indenizações) das grandes transportadoras comerciais, além da expropriação das
petrolíferas imperialistas francesas (grupo Total). Estas reivindicações
transitórias, que não passam pelas "cabeças" dos dirigentes da
esquerda revisionista, devem ser acompanhadas de uma estratégia de poder da
classe operária francesa, na luta para impor um verdadeiro governo socialista e
revolucionário!