RECHAÇAR AS SANÇÕES DO IMPERIALISMO IANQUE CONTRA O IRÃ! ABAIXO A CHANTAGEM DE TRUMP PARA ESTRANGULAR A ECONOMIA PERSA E MINAR O APOIO A SÍRIA!
Entraram em vigor nesta segunda-feira, 05.11, as novas sanções dos
Estados Unidos contra o Irã, que limitam a exportação de petróleo, 6 meses
depois de se retirar do acordo nuclear com o país. Houveram protestos em todo
país nesse domingo contra a provocação imperialista. Sobre as sanções
financeiras, mais de 600 indivíduos e entidades no Irã serão colocados numa
lista negra, um número superior ao retirado após a conclusão do acordo de 2015.
As exportações de petróleo, que respondem por 40% das receitas do Estado
iraniano, segundo o Banco Mundial, já caíram 2,5 milhões de barris por dia para
1,6 milhão de barris em setembro. O governo iraniano informou que irá ignorar
as medidas, que considera ilegais por terem sido tomadas fora do acordo nuclear
assinado em 2015 por Obama e Rohani. Essas medidas afetarão diretamente as
empresas asiáticas ou europeias que continuam comprando petróleo iraniano ou
mantêm relações comerciais com bancos iranianos, bloqueando o acesso ao mercado
norte-americano. As sanções ianques funcionam como uma chantagem contra países
que negociam atualmente com o Irã e visam estrangular a economia do país persa.
“Há um grupo de países que já reduziu significativamente suas importações de
petróleo do Irã e que precisa de um pouco mais de tempo para chegar a zero, e
nós daremos esse tempo", disse o chefe da diplomacia americana, Mike
Pompeo, em entrevista no domingo ao canal Fox. O maior mercado para o petróleo
iraniano é a China, seguido pela União Europeia, Índia e Turquia. O Japão e a Coreia
do Sul praticamente reduziram suas importações a zero. O presidente ianque
impôs 12 condições para assinar um novo acordo global com o país. Entre elas,
estão restrições mais firmes e duradouras relacionadas ao programa nuclear, o
fim da proliferação de mísseis balísticos e das atividades consideradas
"desestabilizadoras" de Teerã em países vizinhos. Para obrigar o Irã
a cumprir as suas condições, o governo ianque pretende impor as sanções
"mais fortes da história". São esperadas novas medidas punitivas nos
próximos meses. A retomada das sanções faz parte de esforços maiores de Trump
para forçar o Irã a cortar seus programas nucleares e de mísseis, assim como
seu apoio a forças no Iêmen, Síria, Líbano e outras partes do Oriente Médio. Em
um discurso na TV, o presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que o Irã
continuará exportando petróleo e vai ignorar as sanções americanas. “Os
americanos querem reduzir a ‘nada’ as vendas de petróleo iraniano, mas nós
continuaremos a comercializá-lo. Eu anuncio que vamos contornar com orgulho
suas sanções ilegais e injustas, uma vez que elas são contrárias ao direito
internacional”, garantiu o presidente Rohani. O guia supremo do Irã, Ali
Khamenei, acusou o presidente americano de ter "desacreditado" os
Estados Unidos, que, segundo ele, serão os perdedores dessa política. Para
continuar a vender seu petróleo bruto, os petroleiros iranianos estão há
algumas semanas desligando seus transponders para não serem vistos, mas os
satélites os rastreiam. As sanções e o rompimento do acordo nuclear com o Irã
são uma condição básica para avanço dessa da ofensiva bélica imperialista. Não
esqueçamos que o objetivo central do Pentágono continua a ser desestabilizar a
Síria para neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah e
seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã. Sempre declaramos que
os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora
reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979.
Sempre alertamos que a burguesia iraniana, diante de seu isolamento
internacional e das sanções impostas pela ONU, estava buscando um acordo
estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa etapa se rompe. O
imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que
sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que
viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria. Frente a
esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir
todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente sórdido e cretino
que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à
tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando esta
arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica.
Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter
burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas estes fatos em nada
mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista contra
uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o
Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista. Por esta mesma razão,
chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos
trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo e derrotar
todas as alas do regime, denunciando desde já o papel servil do governo Rohani.
É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os
aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar
de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A
perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos
Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida
pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o
governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida que o império
pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã
às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do
controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca podem
ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN
contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in
USA”. Os Marxistas Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a
possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do
imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã
inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do
proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar
consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo
caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os
explorados da região.