segunda-feira, 5 de novembro de 2018

RECHAÇAR AS SANÇÕES DO IMPERIALISMO IANQUE CONTRA O IRÃ! ABAIXO A CHANTAGEM DE TRUMP PARA ESTRANGULAR A ECONOMIA PERSA E MINAR O APOIO A SÍRIA! 



Entraram em vigor nesta segunda-feira, 05.11, as novas sanções dos Estados Unidos contra o Irã, que limitam a exportação de petróleo, 6 meses depois de se retirar do acordo nuclear com o país. Houveram protestos em todo país nesse domingo contra a provocação imperialista. Sobre as sanções financeiras, mais de 600 indivíduos e entidades no Irã serão colocados numa lista negra, um número superior ao retirado após a conclusão do acordo de 2015. As exportações de petróleo, que respondem por 40% das receitas do Estado iraniano, segundo o Banco Mundial, já caíram 2,5 milhões de barris por dia para 1,6 milhão de barris em setembro. O governo iraniano informou que irá ignorar as medidas, que considera ilegais por terem sido tomadas fora do acordo nuclear assinado em 2015 por Obama e Rohani. Essas medidas afetarão diretamente as empresas asiáticas ou europeias que continuam comprando petróleo iraniano ou mantêm relações comerciais com bancos iranianos, bloqueando o acesso ao mercado norte-americano. As sanções ianques funcionam como uma chantagem contra países que negociam atualmente com o Irã e visam estrangular a economia do país persa. “Há um grupo de países que já reduziu significativamente suas importações de petróleo do Irã e que precisa de um pouco mais de tempo para chegar a zero, e nós daremos esse tempo", disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, em entrevista no domingo ao canal Fox. O maior mercado para o petróleo iraniano é a China, seguido pela União Europeia, Índia e Turquia. O Japão e a Coreia do Sul praticamente reduziram suas importações a zero. O presidente ianque impôs 12 condições para assinar um novo acordo global com o país. Entre elas, estão restrições mais firmes e duradouras relacionadas ao programa nuclear, o fim da proliferação de mísseis balísticos e das atividades consideradas "desestabilizadoras" de Teerã em países vizinhos. Para obrigar o Irã a cumprir as suas condições, o governo ianque pretende impor as sanções "mais fortes da história". São esperadas novas medidas punitivas nos próximos meses. A retomada das sanções faz parte de esforços maiores de Trump para forçar o Irã a cortar seus programas nucleares e de mísseis, assim como seu apoio a forças no Iêmen, Síria, Líbano e outras partes do Oriente Médio. Em um discurso na TV, o presidente iraniano, Hassan Rohani, disse que o Irã continuará exportando petróleo e vai ignorar as sanções americanas. “Os americanos querem reduzir a ‘nada’ as vendas de petróleo iraniano, mas nós continuaremos a comercializá-lo. Eu anuncio que vamos contornar com orgulho suas sanções ilegais e injustas, uma vez que elas são contrárias ao direito internacional”, garantiu o presidente Rohani. O guia supremo do Irã, Ali Khamenei, acusou o presidente americano de ter "desacreditado" os Estados Unidos, que, segundo ele, serão os perdedores dessa política. Para continuar a vender seu petróleo bruto, os petroleiros iranianos estão há algumas semanas desligando seus transponders para não serem vistos, mas os satélites os rastreiam. As sanções e o rompimento do acordo nuclear com o Irã são uma condição básica para avanço dessa da ofensiva bélica imperialista. Não esqueçamos que o objetivo central do Pentágono continua a ser desestabilizar a Síria para neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã. Sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana, diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa etapa se rompe. O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica. Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo e derrotar todas as alas do regime, denunciando desde já o papel servil do governo Rohani. É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”. Os Marxistas Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região.