Em um ato político restrito a parlamentares e direções
partidárias, PT, PCdoB e PSOL lançaram nesta quarta-feira (21/11) no Congresso
Nacional a chamada "Frente Ampla", que de ampla mesmo somente o
desejo que setores da burguesia nela embarquem.. mas até agora nem mesmo os
aliados burgueses mais próximos como PDT e PSB manifestaram qualquer intenção
de ingressar neste bloco, isto sem falar é claro dos "tucanos" do
PSDB que já estão atolados até o pescoço com o governo neofascista de
Bolsonaro. O ato contou com a participação do candidato à Presidência da
República pelo PT, Fernando Haddad. Para ele, a criminalização de movimentos
sociais é “equivocada e fere o direito à livre organização”. Haddad afirmou
ainda que "direitos civis e sociais são complementares e que a defesa
deles pode agregar parlamentares das mais variadas correntes políticas."
Na mesma linha política de colaboração de classes seguiu Guilherme Boulos do
PSOL e MTST: " É verdade que o Bolsonaro foi eleito, mas a democracia não
é praticada apenas em um domingo de quatro em quatro anos. A democracia é uma
prática cotidiana que pressupõe o respeito às oposições, às minorias, aos
movimentos sociais e às liberdades constitucionais, como o direito à livre
manifestação e à livre expressão. Não se pode tratar movimento social na
pancada, mas sim com políticas públicas". E para fechar com "chave de
ouro " o evento o PCdoB defendeu a inclusão na "Frente Ampla" de
vários setores "democráticos" das classes dominantes, como FHC, Serra
e afins:"Saímos da eleição com 47 milhões de brasileiros gritando por
liberdade e por direitos. Então, a gente não parte do zero: estamos apenas
fazendo uma articulação política, institucional", declarou a deputada
"comunista" Jandira Feghali. Por mais insistentes que sejam os clamores
dos reformistas pela "unidade", as lideranças das oligarquias
"progressistas" caminham a passos largos em direção do
"bolsonarismo", Ciro Gomes inclusive já se manifestou contrário a
estabelecer uma "oposição sistemática" ao governo neofascista, trabalhando
junto ao PSB e PSDB na construção de uma "terceira via" sem o PT. O
movimento de massas realmente precisa de uma sólida unidade política para
enfrentar os duros ataques neoliberais e retrógados que se delineiam no próximo
horizonte, porém esta unidade deverá ser forjada no calor da ação direta dos
explorados e oprimidos, que deverão levantar uma plataforma em defesa das
liberdades democráticas e de organização da classe operária. Alimentar ilusões
em alianças inócuas e sem nenhuma base real de luta com frações da burguesia é
preparar o caminho para novas derrotas do proletariado, à semelhança do que
ocorreu nas últimas eleições onde a Frente Popular participou e legitimou o
processo mais fraudulento de toda nossa curta história republicana. Nossa tarefa
tática no próximo período deverá ser a da recomposição de forças no campo
operário e popular, na perspectiva da revolução socialista como a única vereda
programática segura para conduzir a derrota da ofensiva neofascista. O PT já
revelou historicamente que seu "norte" de acordos e conciliação é
absolutamente suicida, desgraçadamente o PSOL e suas tendências internas não
conseguem abstrair esta ácida lição da luta de classes. Quanto ao PCdoB nem
precisa lembrar que seu papel recorrente é o mesmo do velho
"Partidão", capachos da burguesia e coveiros da revolução em nome do
"etapismo" stalinista. O momento crucial da história se impõe com o
desafio revolucionário: É urgente construir o Partido Marxista Leninista!