Conferência dos muy “amigos (sic!) da Síria”, comandada pela Sra. Clinton, declara abertamente que financiará o ELS. Os canalhas Morenistas afirmam que a “ajuda” da CIA veio tarde!
A segunda conferência dos “amigos da Síria” realizada em Istambul no último final de semana resolveu “escancarar” o apoio do imperialismo Ianque ao chamado “Conselho Nacional Sírio” e seu braço armado o “Exército Livre da Síria”. Coube a Burhan Ghalioun “presidente” do CNS, ungido no encontro à categoria de “representante do povo sírio” anunciar o pagamento aos mercenários, passando por suas mãos: “O CNS vai se encarregar do pagamento de salários fixos a diretores, soldados e outros que são membros do Exército Livre da Síria”, os fundos já estariam assegurados pelo Departamento de Estado dos EUA. O “presidente” do CNS, Ghaliun, acadêmico sírio exilado em Paris, interpretou este aporte financeiro (cerca de 15 milhões de dólares) como um respaldo considerável: “Isso significa que o regime sírio já não pode ser considerado legítimo a partir do dia de hoje e que o povo sírio tem direito a derrubar este regime ilegítimo”, afirmou o fantoche da Casa Branca à imprensa “murdochiana”. As declarações “sinceras” de Istambul foram precedidas por uma “guerra encoberta” comandada pela CIA, como aponta Michel Chossudovsky, diretor do Center for Research on Globalization, em entrevista à TV Russia Today: “O Exército Livre da Síria são a infantaria da aliança militar ocidental, OTAN, seus integrantes são assessorados por militares, a exemplo dos oficiais franceses presos na Síria em fevereiro. Calaram sobre isso e a verdade proibida é que está sendo desencadeada uma guerra encoberta usando esse suposto ‘exército’ há mais de um ano sem que ele represente ninguém na Síria”.
A rápida aceleração dos “investimentos” da troika imperialista no CNS é produto direto da sequência de derrotas sofridas pelo ELS diante das forças leais ao governo Assad. O anúncio da “oferta” de dinheiro em troca do serviço sujo dos bandos de sabotadores veio também depois que as sanções unilaterais dos EUA, contra fundos da Síria e comércio com o país, não lograram nenhum êxito significativo em termos de abalar a estabilidade política do governo sírio. A chefe da diplomacia do imperialismo norte-americano, Sra. Clinton, afirmou que “está quase convencida que não haverá mudanças no regime Assad pela via pacifica”, o que significa quase um anúncio de intervenção militar da OTAN, diante do rotundo fracasso do CNS que não conta com uma base social sólida no país, mais além de um punhado de mercenários. A questão em “aberto”, a saber, diz respeito aos ritmos do imperialismo em atacar diretamente a Síria como um corredor preparatório de sua invasão no Irã.
Mas nem diante de tantas evidencias da “mão” do imperialismo no conflito interno da Síria, planejado pela CIA para desestabilizar um governo nacionalista-burguês adversário direto do enclave de Israel, os canalhas da “família” Morenista se convencem acerca de qual é o campo político correto do proletariado mundial neste confronto. Assim como atuaram na Líbia ao lado dos “rebeldes” da OTAN, agora na Síria voltam a clamar descaradamente por uma intervenção do imperialismo para acudir o derrotado ELS. Estes revisionistas que cantam loas a fraudulenta “primavera árabe”, impulsionada por Obama, se queixam da covardia do imperialismo em “derrubar a ditadura de Assad”, cinicamente afirmam que: “Os organismos internacionais representantes do imperialismo norte-americano e europeu, como a ONU... se omitiram, fugiram covardemente e deixaram o caminho livre para a continuidade do massacre brutal e assassino do governo sírio contra a classe trabalhadora.” (Sítio do Movimento Revolucionário, 04/04/2012). O PSTU, Morenistas um pouco mais tímidos que o MR no chamado a unidade com Washington, chegou a participar de ato público com a direita árabe em São Paulo para “comemorar” um ano da tal revolução made in USA na Síria: “Os combates em Damasco são considerados os mais importantes desde o início da revolução síria, que completou um ano no dia 15 de março.” (Sítio do PSTU, 20/03/2012). Realmente é difícil não acreditar que o PSTU (LIT) não esteja levando uma “pontinha” da Casa Branca para promover “atos públicos” em defesa da contrarrevolução aberta para derrotar as massas árabes e palestinas, grandes prejudicadas no caso de uma ocupação militar sionista sobre o território sírio.
O famigerado “Exército Livre da Síria”, já anunciou a colaboração recebida pela logística militar do gendarme de Israel, além do governo turco membro da OTAN. Os marxistas leninistas que nunca nutrimos a menor simpatia política pelo regime da oligarquia Assad, declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um “lado" na guerra civil da Síria, o nosso campo é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas “fichas”. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã,é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. Os regimes de Damasco e Teerã, pela sua própria natureza de classe, insistem em confiar em seus aliados capitalistas “russos e chineses”, um grave equívoco político e militar que pode enfraquecer terrivelmente a resistência nacional a ofensiva brutal do imperialismo que se avizinha. O proletariado mundial deve permanecer alerta a nova guerra de rapina que o imperialismo prepara, e assim como ocorreu no Vietnam desencadear a mais ampla solidariedade com os povos e nações atacadas pela Besta imperial. O amargo exemplo da desastrosa derrota sofrida na Líbia onde a quase totalidade da “esquerda” postou-se no campo da contrarrevolução não deve se repetir, sob pena de enfrentarmos o pior retrocesso histórico desde a ascensão do nazismo.