Dilma confirma Brizola Neto no comando do MT, um “presente de grego” para os trabalhadores neste 1º de Maio
Após uma longa espera, desde dezembro quando Carlos Lupi foi exonerado do Ministério do Trabalho por denúncias de corrupção, a ex-presidente “poste” nomeou nesta segunda-feira (30/04) o suplente de deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro, Brizola Neto, para a pasta do trabalho. A escolha de Dilma é contrária à cúpula do PDT que se opunha a predileção política manifestada pela presidente já há algum tempo. Dois nomes de “confiança” foram apresentados a Dilma pela direção do PDT quando da saída de Lupi, o do secretário geral do partido, Manoel Dias e o do deputado federal (RGS) Viera Cunha. Apesar da Força Sindical, ligada ao PDT, também vetar o nome de Brizola Neto, Dilma resolveu bancar o nome do neto do velho caudilho “nacionalista”, com claro objetivo de controlar indiretamente o PDT, através de potenciar artificialmente lideranças mais “jovens” e submissas aos ditames neoliberais do Palácio do Planalto. Brizola Neto que não conseguiu sua reeleição para a Câmara dos Deputados em 2010, iniciou sua trajetória política reivindicando o legado “nacionalista” de seu avô, além de afirmar sua identidade com os ideais anti-imperialistas da chamada “revolução” bolivariana de “Hugo Chávez”. Mas os arroubos mais “radicais” do jovem Brizola parecem que ficaram definitivamente para trás, passando rapidamente a ser um defensor fervoroso do programa neomonetarista levado a frente pelo atual governo da frente popular.
A escolha de Brizola Neto para chefiar o Ministério do Trabalho deve ter conseguido fazer revirar o cadáver do ex-governador Brizola no túmulo, traído por todos seus “seguidores” desde Cézar Maia passando pelo casal Garotinho e a própria Dilma, agora pelo próprio neto “post mortem”. Acontece que o histórico fundador do PDT, que inicialmente apoiou o governo de Lula, havia rompido com o PT em função da opção entreguista e do arco de aliança reacionário montado para dar apoio político a frente popular.O velho Brizola pouco antes de morrer em 2004 travava um dura batalha no interior do PDT para tirar completamente o partido da “base aliada”, apesar dos inúmeros arrivistas sedentos por cargos e verbas estatais do Planalto. Pessoalmente Brizola se preparava para sua candidatura à prefeitura do Rio em 2004, com uma plataforma política de oposição frontal ao governo de Lula, mas a sua vida faltou a este último e decisivo “encontro”, deixando o PDT “órfão” como mais um partido fisiológico e nas mãos de picaretas sem nenhuma história de luta, como Lupi e seus comparsas mafiosos.
O novo Ministro do Trabalho é apenas uma marionete no formato de um governo pró-imperialista e subordinado às ordens da Casa Branca. Brizola Neto será mais um cúmplice da política de arrocho salarial e “ajuste”, do governo Dilma como o que condena os servidores públicos federais a estarem sem aumento salarial por quase quatro anos. Além disto, o cobiçado Ministério do Trabalho controla as verbas do FAT (fundo de garantia) utilizada para financiar com juros subsidiados as grandes empreiteiras do país. O PDT como um partido burguês “domesticado” à nova ordem mundial, segue seu curso oportunista, chegando a seguir a orientação da fascista UDR na recente votação da reforma do Código Florestal na Câmara dos Deputados.
Lentamente e de forma “discreta” Dilma vem reordenando seu governo ainda mais à direita, com uma composição de estafetas das oligarquias e tecnocratas alinhados com a ofensiva burguesa mundial contra as conquistas sociais dos trabalhadores. A etapa de expansão econômica do país com o alargamento das margens de crédito do proletariado, facilita a execução de um pacto social implícito, com a aquiescência das burocracias sindicais do PT, PCdoB, PDT, mas também com a ajuda da esquerda revisionista do PSTU e PSOL. Nesta conjuntura, a indicação de Brizola Neto no MT e Graça Foster na presidência da PETROBRAS, esta última acaba de condenar a estatização “meia boca” da YPF pelo governo argentino, deve acentuar o curso neoliberal da frente popular e preparar o retorno de Lula em 2014, sobre “novas” bases já alicerçadas, isto é, se o imponderável do destino não resolver atuar.