Ocorreram neste ano de 2012 em São Paulo dois atos de 1º de Maio dos setores que historicamente convocavam a atividade para a Praça da Sé. PSOL, PCB, Unidos pra Lutar (CST), Intersindical (Nova Central) e Pastoral Operária mantiveram o ato na Sé, enquanto o PSTU/CSP-Conlutas concentrou no Masp seus militantes vindos do congresso da central e finalizaram “sua” passeata na... Igreja da Consolação! Não houve o “ato unificado” na Praça da República, como foi anunciado anteriormente por ambos os lados. O motivo da ruptura foi a disputa em torno da eleição para o Sindicato dos Químicos de São José dos Campos entre a Unidos Pra Lutar (CST) e o PSTU, com acusações de práticas pró-patronais entre os dois bandos morenistas. A CST acusa membros da chapa ligada a CSP-Conlutas de ingressarem na justiça burguesa para impedir que diretores demitidos formassem parte da outra chapa, ligada a Unidos, reforçando a ofensiva da patronal contra a diretoria, conduta vergonhosa admitida publicamente pelo próprio José Maria de Almeida, dirigente do PSTU e da Conlutas, no sítio do partido. Em resumo, como disputam o mesmo espaço no corrompido “mercado sindical”, os aparatos sindicais controlados pela chamada “oposição de esquerda” acabaram por não chegar a um acordo, tendo o PSTU uma clara posição divisionista que não esteve calcada em nenhuma crítica programática ao PSOL, PCB, Unidos e Intersindical, como por exemplo, a realização por parte desses setores do ato de 1º de Maio em conjunto com as “pastorais sociais” da Igreja Católica. A CSP-Conlutas foi incapaz de realizar qualquer delimitação com seus ex-parceiros porque, além de não se opor a essa política de submissão a arquirreacionária instituição religiosa, neste exato momento está levando a frente uma aberta orientação de colaboração de classes na “câmara setorial” com o governo Dilma e as grandes empreiteiras, responsável por impedir e sabotar as greves operárias nas obras do PAC, como em Belo Monte.
Banca de publicações da LBI na Praça da Sé
desperta interesse do ativismo classista
desperta interesse do ativismo classista
Como denunciou a LBI e os sindicalistas
revolucionários da TRS em seu manifesto de 1º de Maio distribuído amplamente ao
ativismo, esse processo expressa a corrupção política e material do
conjunto da “oposição de esquerda” e do PSTU em particular. O fato do PSOL e da
CST defenderem a política de “CPI pra valer” no caso do escândalo envolvendo as
relações de Carlos Cachoeira com todos os poderes da República não é nenhuma
surpresa e demonstra a que nível de integração ao regime político burguês
chegaram esses senhores que se postam como paladinos da “ética na política” e
da moralização do Estado capitalista. O PSTU, porém, até pouco tempo atrás,
ainda tinha o respeito de um setor classista do ativismo porque fazia algumas
críticas pontuais à política de alianças do PSOL com a burguesia e seus
partidos (PV, PPS...). Com o advento da fantasiosa “revolução árabe”, onde o
PSTU passou de malas e bagagens para o campo da contrarrevolução imperialista,
apoiando a ofensiva patrocinada por Obama e a OTAN contra os regimes
nacionalistas burgueses da Líbia, Síria e Irã, essas ilusões com os morenistas
por parte de setores honestos da vanguarda diminuiu bastante. Não por acaso, o
mesmo PSTU-LIT que faz o jogo do Departamento de Estado ianque acusando os
regimes líbio e sírio de serem “ditaduras sanguinárias” para melhor justificar
as agressões imperialistas é o que estabeleceu um escandaloso “compromisso
nacional” com o governo Dilma e as grandes empreiteiras e recorre à justiça
burguesa para que demitidos não possam participar de eleições sindicais,
visando assim fortalecer a CSP-Conlutas na disputa com o bloco sindical formado
em torno da Unidos-Intersindical. Não temos nenhuma simpatia pelos morenistas
da CST, ainda mais direitistas que o PSTU em seu apoio aos mercenários pró-OTAN
na Líbia e na Síria, tanto que chegaram a defender abertamente que a OTAN e a
ONU enviassem armas para os mercenários “rebeldes” do CNT na Líbia. Porém,
quando uma corrente degenerada como a CST chega ao ponto de criticar
publicamente o PSTU por este integrar a “tripartite” da Construção Civil e usar
métodos pró-patronais em eleições sindicais é porque o nível de podridão (leia-se
corrupção) da CSP-Conlutas chegou a um nível tão profundo que permite que tais
críticas sejam feitas até mesmo por aqueles morenistas que romperam à direita
com a LIT, voltaram ao PT e hoje estão abrigados no PSOL!
Em meio a essa guerra de aparatos sindicais, os
satélites do PSTU que também aplaudem a mal-chamada “revolução ou primavera
árabe” como a LSR, MR e LER marcharam a reboque da política divisionista da
CSP-Conlutas sem esboçarem qualquer denúncia de que a ruptura do ato de 1º de
Maio na Praça da Sé por parte do PSTU não correspondeu a nenhuma delimitação
programática “principista” e sim a um cálculo estritamente de aparato em meio à
disputa sindical com os outros setores da “oposição de esquerda”. Apesar de
todos os ataques a democracia operária no congresso na CSP-Conlutas, que se
encerrou na véspera do ato de 1º de Maio, essas correntes se limitaram a
resmungar contra os “exageros” do PSTU em sua conduta ultra-burocrática que em
nada deixa a dever aos pelegos da CUT, mas não podem romper com esta central
porque são no fundo partidárias entusiastas da política da LIT no Oriente Médio
em apoio à reação democrática patrocinada pela Casa Branca em nome do “combate
as ditaduras”, inclusive atuando em unidade tática com a OTAN para derrubar
Kadaffi e quem sabe no futuro Bassar Al-Assad. Em resumo, são “farinha do mesmo
saco” que servem para criar uma cortina de fumaça a serviço do moinho de vento
do império.
Em oposição a essas correntes que tem uma política
revisionista do trotskismo do mesmo naipe da levada a cabo pelo PSTU e a
CSP-Conlutas, a LBI e os sindicalistas revolucionários da LBI defenderam neste
1º de Maio a ruptura com esta “central” que evoluiu para posições abertamente
pró-imperialistas e pró-patronais, fazendo um chamado aos lutadores classistas
e revolucionários para que se somem aos nossos esforços de impulsionar pela
base e nas mobilizações diretas um reagrupamento revolucionário e sindical
capaz de construir um embrião de uma alternativa de direção para os
trabalhadores. Neste 1º de Maio publicitamos a necessidade de agrupar em torno
de uma plataforma revolucionária as oposições classistas e coletivos que
estejam dispostos a estabelecer uma frente única para apresentar esse
reagrupamento como um canal de expressão política às lutas dos setores
operários e explorados contra o governo Dilma, os patrões e para combater a
ofensiva imperialista em curso.