O cenário estava todo preparado para o tão esperado anúncio da redução da taxa de juros por parte da famigerada Febraban, mas os rentistas “recalcitrantes” exigem ainda mais submissão do governo da ex-poste Dilma, e como afirma um ditado popular: “Quem muito se verga acaba mostrando os fundilhos”. Os parasitas financeiros, encastelados na entidade paraestatal, conseguiram que o governo da frente popular efetuasse o maior assalto da década aos pequenos poupadores alterando a metodologia do cálculo dos rendimentos da Caderneta de Poupança. Agora a remuneração da poupança popular segue um critério móvel, lastreada na variação da taxa SELIC, um índice absolutamente fictício que não baliza absolutamente nenhuma operação no mercado financeiro, a não ser um piso mínimo de negociação dos títulos públicos vendidos no pregão da dívida interna. Os já minguados rendimentos da Caderneta de Poupança foram vergonhosamente achatados como pretexto para promover a queda das taxas de juros (meio por cento ao mês mais um ínfimo índice da TR) o que simplesmente não ocorreu. No mundo real, e não no faz-de-conta do Palácio do Planalto, mensalmente os juros permanecem na casa dos 13% ou mais de 300% ao ano! Os banqueiros, “fiéis depositários” do imenso fundo financeiro da Caderneta de Poupança, que por lei deveria ser concentrada exclusivamente nos bancos estatais para fomentar a habitação popular, agora vão poder remunerar abaixo dos 6% ao ano os rendimentos da Caderneta, enquanto praticam o crime da usura cobrando de seus clientes mais de 300% ao ano do cheque especial ou cartão de crédito (ver fac-símile).
A malta dos apologistas da frente popular entrou em um delírio coletivo “pilantroso” afirmando que as mudanças operadas pelo governo na Caderneta tinham o objetivo de “preservar os direitos dos trabalhadores”, já os cretinos da chamada “oposição de esquerda” parece que emudeceram diante do descarado confisco da presidente “paladina” dos juros baixos. Figuras “respeitáveis” da blogosfera “progressista” como Carta Maior ou Altamiro Borges tentam cinicamente apresentar Dilma enfrentando “bravamente” os banqueiros, em uma atitude inédita na recente história da república dos novos barões. O “blog do Miro”, por exemplo, vende o seguinte conto: “Os banqueiros até agora não engoliram a investida do governo federal para reduzir as taxas de juros e para enfrentar a 'lógica perversa' da agiotagem financeira”, alguém precisa avisar ao “ingênuo” dirigente do PCdoB que a única investida real do governo foi contra o bolso do trabalhador, que teve tungado os rendimentos de sua Caderneta de Poupança.
Mas, de fato, os agiotas da Febraban não se contentaram somente com a “ajudinha” dos neomonetaristas da equipe econômica chefiada pelo capacho Mantega, e exigem mais do governo, já voltadas suas atenções para os próximos leilões de títulos públicos. Acontece que a taxa SELIC serve como uma referência mínima da taxa de juros que o Tesouro Nacional está disposto a pagar para “colocar” seus papéis no mercado financeiro. Como existe uma “abundância” de capital migrando para a economia brasileira, as taxas de juros pagas pelo governo para a rolagem da divida estatal tendem a cair. E este ponto concentra o “mau humor” da Febraban, que não quer “forçar o cavalo a beber água” antes de uma sinalização clara do governo acerca da rentabilidade do spread pago pelos títulos públicos de longo prazo.
Enquanto a “queda de braço” entre os rentistas internacionais (maquiados de banqueiros “brasileiros”) e o governo marionete de Dilma prossegue, a população pobre paga a conta da “pendenga”. Os juros na ponta final do consumidor terão no máximo uma pequena redução, sem alterar o padrão escorchante praticado nas últimas décadas, o que coloca o Brasil no panteão mundial dos ganhos do mercado financeiro. Somente a completa estatização da banca privada, com confisco do capital sem um centavo de indenização, e sob controle da classe operária, poderá gerar um “ambiente” econômico com juros negativos aos pequenos produtores e uma remuneração justa aos pequenos poupadores e ao FGTS. O caminho para a derrota efetiva da ofensiva do capital financeiro internacional contra os povos e nações, passa necessariamente pela revolucionária luta do proletariado mundial para instaurar um novo regime social de produção, baseado no planejamento central da economia e na ditadura do proletariado.