quinta-feira, 17 de maio de 2012



Enclave terrorista de Israel forma “governo de unidade” para atacar o Irã após a reeleição de Obama
O carniceiro primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alcançou nesta semana um acordo que lhe garante a maior base de apoio da história do Parlamento do enclave sionista. O líder nazi-sionista do Likud, Netanyahu, conquistou o apoio do Kadima, que era até então a principal força de “oposição”. O acordo dá ao governo o apoio de quase 80% do Parlamento (94 de 120 cadeiras) e foi anunciado em meio aos debates sobre a proposta de antecipação das eleições defendida recentemente por Netanyahu, tendo como objetivo formar um “governo de unidade” para se fortalecer na ofensiva militar contra o Irã, prevista para ocorrer após a reeleição de Obama. Com a adesão do Kadima, o governo desistiu de antecipar as eleições, que ocorreriam em setembro deste ano e agora ficaram para 2013. Até lá, a ampla maioria parlamentar deve facilitar os planos de Netanyahu, que clama pela agressão ao Irã e promove uma política de aumento de assentamentos e repressão aos palestinos. A coalizão governista passa a ser formada, além de Likud e Kadima, pelos ultradireitistas Yisrael Beiteinu (ultranacionalista), Shas (ultra-ortodoxos sefarditas) e outros partidos menores religiosos e de extrema-direita, assim como o Atzmaut.

A aliança entre o Likud e o Kadima ocorre justamente quando o embaixador norte-americano em Israel, Dan Shapiro, declarou que os planos dos EUA para um possível ataque contra o Irã estão prontos e tal opção está “totalmente disponível”. Não por acaso, a Câmara dos Deputados dos EUA acabou de recomendar que o Congresso aumentasse o orçamento militar para 2013 em US$ 849 milhões, planejando destiná-los a Israel como ajuda militar. Inicialmente, o Ministério de Defesa norte-americano pedira US$ 99,8 milhões para o financiamento de Israel. As emendas ao orçamento preveem que US$ 34 milhões serão destinados em 2013 para um projeto conjunto com Israel de desenvolver o sistema de defesa antimísseis Arrow, voltados a se proteger dos ataques iranianos. Além disso, o enclave sionista receberá mais US$ 111 milhões para desenvolver o projeto do sistema de DAM David’s Sling, e outros US$ 680 milhões para adquirir vários complexos antimísseis de Iron Dome. O imperialismo ianque poderia inclusive estrear uma “superbomba em seu futuro ataque ao Irã. Uma bomba “arrasa-bunker” de 13,6 toneladas, capaz de perfurar uma camada de até 65 metros de concreto antes de explodir, pode ser usada na agressão ianque, como declarou recentemente um general norte-americano da Força Aérea. O chefe-adjunto do Estado Maior da Força Aérea para operações, Herbert Carlisle, afirmou que a “superbomba”, que os militares começaram a receber no ano passado, é parte do arsenal disponível caso os EUA queiram bombardear países como o Irã, que possui instalações militares subterrâneas: “O explosivo penetrador em massa é uma grande arma. Continuamos a melhorá-la. Ela tem uma grande capacidade agora e vamos continuar a aprimorá-la. Ela é parte do nosso arsenal e será um potencial se precisarmosdela nesse tipo de cenário”, disse Carlisle em uma conferência sobre programas de defesa dos EUA. O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, declarou em entrevista há poucos dias ao National Journal que o planejamento para uma eventual ação militar contra o Irã começou há “muito tempo”.

Esses preparativos para a guerra contra o Irã ocorrem no marco da derrota dos mercenários pró-imperialistas na Síria. Obama, enquanto incrementa o armamento dos “rebeldes” do ELS em nome do apoio à fantasiosa “revolução árabe”, optou provisoriamente por um acordo com a Rússia por uma “transição” pela via da pressão da ONU. EUA, Grã-Bretanha e Israel preferiram adiar uma intervenção militar sobre o Irã para depois das eleições presidenciais ianques, que ocorrerão em novembro. Até lá, mantêm a pressão diplomática, as sanções econômicas e o apoio aos mercenários na Síria enquanto fomentam a oposição interna no Irã. Neste cenário reside a importância do acordo entre Likud e Kadima, que mostra a unidade sionista em torno da necessidade da agressão ao Irã.
A ofensiva ianque contra o Irã tem como lastro as vitórias conquistas pela Casa Branca e seus aliados no último ano no Oriente Médio. É sabido que os EUA há tempos planejam debilitar ou eliminar seus adversários e “amigos” decrépitos na região. Em paralelo às transições democratizantes ordenadas que vêm promovendo exitosamente na Tunísia, Egito e Bahrein, Obama conseguiu derrubar o regime Kadaffi na Líbia via agressão da OTAN e está provocando um franco processo de desestabilização do governo Assad na Síria, fragilizando também o Hezbollah e o Hamas. Desta forma, Obama vem impondo um isolamento dramático ao Irã. Até mesmo a Rússia, depois das manifestações patrocinadas pela Casa Branca contra Putin, está sendo forçada a que se mantenha distante militarmente de seu aliado iraniano.

Os revolucionários não são partidários do “regime dos Aitolás” no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Ao mesmo tempo, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando estão armados “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica. Diante de um provável ataque dos EUA e do sionismo é necessário desencadear urgentemente uma campanha internacional na defesa incondicional do Irã, postando-se no campo da nação oprimida contra o imperialismo e pela destruição do enclave nazi-terrorista de Israel.