quinta-feira, 10 de maio de 2012


Síria é alvo de mega-atentado organizado pelos mercenários do “Exército Livre” para justificar intervenção militar da OTAN!

Pelo menos 55 pessoas morreram e 372 ficaram feridas nesta quinta-feira, 10 de maio, após duas explosões na zona de Qazaz, periferia de Damasco. A maioria das vítimas, segundo o governo, são civis. O ataque está sendo considerado o mais violento desde o início das provocações organizadas pelos mercenários pró-imperialistas contra o governo de Bashar al Assad, iniciadas em março do ano passado no lastro da ofensiva imperialista contra a Líbia. As explosões ocorreram perto da sede dos serviços de Inteligência em uma clara demonstração de que foram tramados pelos grupos de oposição de direita (CNS e ELS) financiados pela Casa Branca e o imperialismo europeu, com o apoio da Turquia e assessorados pelo Mossad sionista.

Logo o “Observatório Sírio de Direitos Humanos” (OSDH), montado em Londres para desestabilizar o governo, anunciou que autoria dos ataques seriam as próprias forças armadas que apóiam o regime. Esta farsa não se sustenta por um minuto sequer. Primeiro porque em Damasco o apoio a Bashar al Assad é enorme, segundo porque os alvos foram agentes da inteligência do próprio governo! Na verdade as informações para o ataque foram repassadas pelos inspetores-espiões da ONU, que estão auxiliando os grupos mercenários em sua tentativa de desestabilizar o regime. De quebra, o mega-atentado serve para justificar a necessidade de uma agressão externa da OTAN ao país, já que as potências imperialistas vendem que Assad não está cumprindo o “plano de paz” armado pela ONU via a mediação de Koffi Anan.
A agência de notícias oficial "Sana" informou que os observadores da ONU inspecionaram o local onde aconteceram os dois ataques. Não por acaso, o chefe dos observadores da ONU na Síria, general Robert Mood, pediu ajuda internacional para conter a violência no país: “Peço ajuda a todo o mundo na Síria e no exterior para deter a violência”. O que seria essa “ajuda” senão a intervenção da OTAN, como ocorreu na Líbia em nome da defesa dos “direitos humanos”? Os observadores se encontram na Síria para verificar o cumprimento do plano de paz da ONU que estipula, entre outras coisas, um cessar-fogo, em vigor desde 12 de abril. Mas de fato cumprem o papel de força auxiliar dos grupos financiados pelo imperialismo. A armação é tão clara que o chanceler russo, Serguéi Lavrov, assegurou que havia “mãos externas” na ação, declarando que “há alguns países que realizam ações práticas para explorar a situação síria” (Actualidad, 10/05).O mediador internacional Kofi Annan, o lobo em pele de cordeiro, declarou que “Estes atos abomináveis são inaceitáveis e a violência na Síria deve parar”(G1, 10/05). Mas quem vai “parar o banho de sangue” organizado pelos mercenários, será a ONU e a OTAN que apóiam os grupos armados para derrubar o governo? Piadas de mal gosto a parte, o que está claro é que os “(muy) amigos da Síria” resolveram aproveitar a presença dos observadores-espiões da ONU para incrementar sua ofensiva militar.

Lembremos que a segunda conferência dos “(muy) amigos da Síria” realizada em Istambul no mês de abril resolveu “escancarar” o apoio do imperialismo ianque ao chamado “Conselho Nacional Sírio” e seu braço armado o “Exército Livre da Síria”. Os “investimentos” do imperialismo no CNS é produto direto da sequência de derrotas sofridas pelo ELS diante das forças leais ao governo Assad. O anúncio da “oferta” de dinheiro em troca do serviço sujo dos bandos de sabotadores veio também depois que as sanções unilaterais dos EUA, contra fundos da Síria e comércio com o país, não lograram nenhum êxito significativo em termos de abalar a estabilidade política do governo sírio. A chefe da diplomacia do imperialismo norte-americano, Sra. Clinton, afirmou que “está quase convencida que não haverá mudanças no regime Assad pela via pacifica”, o que significa quase um anúncio de intervenção militar da OTAN, diante do rotundo fracasso do CNS que não conta com uma base social sólida no país, mais além de um punhado de mercenários. A questão em “aberto”, a saber, diz respeito aos ritmos do imperialismo em atacar diretamente a Síria como um corredor preparatório de sua invasão no Irã.
Nem diante de tantas evidencias da “mão” do imperialismo no conflito interno da Síria, planejado pela CIA e o Mossad para desestabilizar um governo nacionalista-burguês adversário direto do enclave de Israel, os canalhas da “família” morenista se convencem acerca de qual é o campo político correto do proletariado mundial neste confronto. Assim como atuaram na Líbia ao lado dos “rebeldes” da OTAN, agora na Síria voltam a clamar descaradamente por uma intervenção do imperialismo para acudir o derrotado ELS. Estes revisionistas que cantam loas a fraudulenta “primavera árabe”, impulsionada por Obama, se queixam que é preciso mais apoio do imperialismo aos mercenários para “derrubar a ditadura de Assad”. Segundo a LIT “Desde o final de 2011, a lucha de classes na Síria chegou a sua máxima expressão, iniciando-se una guerra civil. Depois de meses de mobilizações populares que eram brutalmente reprimidas pelo regime sírio, surge o denominado Exército Livre da Síria (ELS). Esta força combatente está conformada, fundamentalmente, por setores da população civil que tomaram as armas e por soldados que desertaram do exército regular que responde a ditadura de Assad. Líderes do ELS asseguram que suas fileiras contam com 40 mil combatentes e suas ações militares se circunscrevem, geralmente, a táctica de guerra de guerrilhas” (Sítio LIT, 20/04). Para resolver sua fragilidade militar, o famigerado “Exército Livre da Síria” já anunciou a colaboração recebida pela logística militar do gendarme de Israel, além do governo turco membro da OTAN. Isso é justamente o que pede a LIT ao declarar “Sustentamos que o armamento da população deve estender-se e as ações militares devem ser centralizadas a partir de una direção unificada de todas as unidades e comitês populares armados. Por outro lado, é preciso exigir aos governos armas e assessores militares para a resistência armada síria”(sítio LIT., 20/04)! Mais claro impossível, com essa política escandalosa a LIT chega ao ponto de apoiar o mega-atentado em Damasco como parte das "ações militares centralizadas" contra a “ditadura sanguinária de Assad”!

Os marxistas leninistas nunca nutrimos a menor simpatia política pelo regime da oligarquia Assad, porém declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um “lado" na guerra civil da Síria, o nosso campo é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas “fichas”. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. Já a LIT está no campo dos mercenários do ELS e da contrarrevolução, que acabam de promover um banho de sangue conta o povo sírio, matando mais de 55 pessoas!