Logo o
“Observatório Sírio de Direitos Humanos” (OSDH), montado em Londres para
desestabilizar o governo, anunciou que autoria dos ataques seriam as próprias
forças armadas que apóiam o regime. Esta farsa não se sustenta por um minuto
sequer. Primeiro porque em Damasco o apoio a Bashar al Assad é enorme, segundo
porque os alvos foram agentes da inteligência do próprio governo! Na verdade as
informações para o ataque foram repassadas pelos inspetores-espiões da ONU, que
estão auxiliando os grupos mercenários em sua tentativa de desestabilizar o
regime. De quebra, o mega-atentado serve para justificar a necessidade de uma
agressão externa da OTAN ao país, já que as potências imperialistas vendem que
Assad não está cumprindo o “plano de paz” armado pela ONU via a mediação de
Koffi Anan.
A agência de
notícias oficial "Sana" informou que os observadores da ONU
inspecionaram o local onde aconteceram os dois ataques. Não por acaso, o chefe
dos observadores da ONU na Síria, general Robert Mood, pediu ajuda
internacional para conter a violência no país: “Peço ajuda a todo o mundo na
Síria e no exterior para deter a violência”. O que seria essa “ajuda” senão a
intervenção da OTAN, como ocorreu na Líbia em nome da defesa dos “direitos
humanos”? Os observadores se encontram na Síria para verificar o cumprimento do
plano de paz da ONU que estipula, entre outras coisas, um cessar-fogo, em vigor
desde 12 de abril. Mas de fato cumprem o papel de força auxiliar dos grupos
financiados pelo imperialismo. A armação é tão clara que o chanceler russo,
Serguéi Lavrov, assegurou que havia “mãos externas” na ação, declarando que “há
alguns países que realizam ações práticas para explorar a situação síria” (Actualidad,
10/05).O mediador internacional Kofi Annan, o lobo em pele de cordeiro,
declarou que “Estes atos abomináveis são inaceitáveis e a violência na Síria
deve parar”(G1, 10/05). Mas quem vai “parar o banho de sangue” organizado pelos
mercenários, será a ONU e a OTAN que apóiam os grupos armados para derrubar o
governo? Piadas de mal gosto a parte, o que está claro é que os “(muy) amigos
da Síria” resolveram aproveitar a presença dos observadores-espiões da ONU para
incrementar sua ofensiva militar.
Lembremos que
a segunda conferência dos “(muy) amigos da Síria” realizada em Istambul no mês
de abril resolveu “escancarar” o apoio do imperialismo ianque ao chamado
“Conselho Nacional Sírio” e seu braço armado o “Exército Livre da Síria”. Os
“investimentos” do imperialismo no CNS é produto direto da sequência de
derrotas sofridas pelo ELS diante das forças leais ao governo Assad. O anúncio
da “oferta” de dinheiro em troca do serviço sujo dos bandos de sabotadores veio
também depois que as sanções unilaterais dos EUA, contra fundos da Síria e
comércio com o país, não lograram nenhum êxito significativo em termos de
abalar a estabilidade política do governo sírio. A chefe da diplomacia do
imperialismo norte-americano, Sra. Clinton, afirmou que “está quase convencida
que não haverá mudanças no regime Assad pela via pacifica”, o que significa
quase um anúncio de intervenção militar da OTAN, diante do rotundo fracasso do
CNS que não conta com uma base social sólida no país, mais além de um punhado
de mercenários. A questão em “aberto”, a saber, diz respeito aos ritmos do
imperialismo em atacar diretamente a Síria como um corredor preparatório de sua
invasão no Irã.
Nem diante de
tantas evidencias da “mão” do imperialismo no conflito interno da Síria,
planejado pela CIA e o Mossad para desestabilizar um governo
nacionalista-burguês adversário direto do enclave de Israel, os canalhas da
“família” morenista se convencem acerca de qual é o campo político correto do
proletariado mundial neste confronto. Assim como atuaram na Líbia ao lado dos
“rebeldes” da OTAN, agora na Síria voltam a clamar descaradamente por uma
intervenção do imperialismo para acudir o derrotado ELS. Estes revisionistas
que cantam loas a fraudulenta “primavera árabe”, impulsionada por Obama, se queixam
que é preciso mais apoio do imperialismo aos mercenários para “derrubar a
ditadura de Assad”. Segundo a LIT “Desde o final de 2011, a lucha de classes na
Síria chegou a sua máxima expressão, iniciando-se una guerra civil. Depois de
meses de mobilizações populares que eram brutalmente reprimidas pelo regime
sírio, surge o denominado Exército Livre da Síria (ELS). Esta força combatente
está conformada, fundamentalmente, por setores da população civil que tomaram
as armas e por soldados que desertaram do exército regular que responde a
ditadura de Assad. Líderes do ELS asseguram que suas fileiras contam com 40 mil
combatentes e suas ações militares se circunscrevem, geralmente, a táctica de
guerra de guerrilhas” (Sítio LIT, 20/04). Para resolver sua fragilidade
militar, o famigerado “Exército Livre da Síria” já anunciou a colaboração
recebida pela logística militar do gendarme de Israel, além do governo turco
membro da OTAN. Isso é justamente o que pede a LIT ao declarar “Sustentamos que
o armamento da população deve estender-se e as ações militares devem ser
centralizadas a partir de una direção unificada de todas as unidades e comitês
populares armados. Por outro lado, é preciso exigir aos governos armas e
assessores militares para a resistência armada síria”(sítio LIT., 20/04)! Mais
claro impossível, com essa política escandalosa a LIT chega ao ponto de apoiar
o mega-atentado em Damasco como parte das "ações militares
centralizadas" contra a “ditadura sanguinária de Assad”!
Os marxistas
leninistas nunca nutrimos a menor simpatia política pelo regime da oligarquia
Assad, porém declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um
“lado" na guerra civil da Síria, o nosso campo é frontalmente oposto
aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas “fichas”. Impedir que a
OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar
o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu
combate revolucionário e anti-imperialista. Já a LIT está no campo dos mercenários
do ELS e da contrarrevolução, que acabam de promover um banho de sangue conta o
povo sírio, matando mais de 55 pessoas!