terça-feira, 31 de julho de 2012


No mundo, uma revolução “em cada esquina”... No Brasil, Conlutas/PSTU se nega a convocar uma greve operária com ocupação de fábrica para barrar as demissões na GM!

Durante o crash financeiro de 2008, o conjunto da esquerda catastrofista, tendo a frente o PSTU-LIT, alardeava que uma das expressões que o capitalismo estava entrando em sua fase de colapso final era a crise das grandes montadoras mundiais, mais particularmente da norte-americana General Motors (GM). Não foram poucas vezes que o PSTU anunciou que a GM mundial iria quebrar. Hoje, passados exatamente quatro anos do epicentro do crash, a montadora ianque, tendo o apoio decidido do governo Obama, reestruturou totalmente sua linha de produção, lançou novos modelos pelo planeta e reduziu drasticamente o número de operários em suas fábricas, impondo um brutal ritmo de produção que garante a fabricação da mesma quantidade de automóveis com menos trabalhadores. No Brasil em particular, a GM nunca vendeu tanto, embalada pela redução de IPI adotada pelo governo Dilma. Ainda assim lançou um “Plano de Demissões Voluntárias” (PDV) que colocou no olho da rua mais de 350 operários e anunciou a intenção de fechar a linha de produção de veículos leves, demitindo mais 1500 trabalhadores, o que de fato significa fechar a própria fábrica de São José dos Campos. Ontem como hoje, tanto Obama como Dilma/Lula apoiam a “reestruturação” da GM premiando-a com subsídios, usando a crise econômica como pretexto para injetar bilhões na montadora. Os revisionistas da LIT-PSTU que vendiam o conto de que a crise financeira era a antessala da “revolução”, agora só lamentam que a empresa se recuperou à custa dos trabalhadores, tem lucros bilionários e deseja incrementar os ritmos de produção via novas demissões. Os mesmos que alardeavam que a “revolução” estava batendo às portas, a exemplo do PSTU que dirige o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, agora, diante das demissões se limitam a pedir que o governo da frente popular no Brasil impeça o fechamento da fábrica e negam-se terminantemente a chamar a greve com ocupação da empresa para barrar o desemprego. Mas, não eram esses revisionistas catastrofistas que pregavam aos quatros cantos que a crise estava gerando as condições para o debacle final do capitalismo, mesmo sem a intervenção consciente e organizada de um partido revolucionário? O que afinal de contas deu errado no esquema do PSTU, que vergonhosamente não reage à altura dos ataques desferidos pela GM?

Antes de qualquer coisa, é preciso entender que a crise financeira de 2008 e seus efeitos nos anos seguintes serviram para a burguesia mundial atacar direitos e receber ajudas bilionárias dos Estados nacionais, seja no Brasil ou nos EUA. Asseguradas pelos governos capitalistas, as grandes montadoras trataram se usar o fantasma da crise para demitir e incrementar os ritmos de produção, enquanto se capitalizavam com recursos públicos. Nunca houve a possibilidade real da quebra da GM, uma montadora norte-americana estratégica, porque obviamente é para socorrer os grandes capitalistas que serve o Estado burguês. Somente os revisionistas idiotas acreditaram neste conto, mais particularmente a LIT-PSTU. E por que o fizeram? Justamente porque “venderam” para a vanguarda que o crash financeiro de 2008 estava arrastando o capitalismo para o debacle e logo a revolução chegaria... Como nada disso ocorreu, esses cretinos não organizaram a resistência dos trabalhadores ao violento ataque dos capitalistas, no máximo copiaram a política da burocracia sindical “chapa branca” da CUT e Força Sindical, “exigindo” uma “contrapartida social das montadoras” pela redução do IPI e a intervenção do governo Dilma/Lula. Foi assim na Embraer diante das 5 mil demissões em 2009, na desocupação do Pinheirinho e está sendo assim na GM de São José dos Campos! Lembremos que em 2009, no auge do crash financeiro e quando o PSTU dizia que a revolução “estava na esquina”, houve as demissões na Embraer. Naquela época a teoria catastrofista neutralizou a capacidade de reação das massas exploradas, ao passo que tal elaboração serviu para justificar a inoperância das direções do movimento operário. Por este motivo, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, dirigido pelo PSTU há mais de 20 anos é a mais importante entidade sindical operária da Conlutas, não organizou a resistência com paralisações e ocupações de fábrica na Embraer diante da demissão de quase 5.000 operários. José Maria de Almeida, em seu balanço de final de ano reproduzido no documento “Observações sobre o nosso trabalho sindical de base”, atribuiu a ausência de resistência à indisposição de luta dos operários, negando a responsabilidade política da vanguarda e ocultando que a direção do sindicato mandou os trabalhadores ficarem em casa enquanto saía a sentença judicial a partir da ação protocolada pela Conlutas em companhia da Força Sindical. E aonde foi parar a tão alardeada “revolução mundial” se no Brasil, pelo que diz José Maria Almeida, os trabalhadores sequer querem lutar por seus empregos?

Como a LBI alertou durante todos esses anos, a crise econômica mundial é produto da enorme financeirização da economia capitalista que tem comprometido os próprios investimentos na produção industrial com a especulação de ações e títulos nas bolsas de mercado. O que vemos hoje são os efeitos conjunturais de uma crise estrutural do capitalismo e que, não significa, necessariamente, sua agonia final. Entretanto, os patrões estão utilizando-se da crise para demitir em massa e subtrair direitos dos trabalhadores, passando a uma ofensiva global para fazer com que a população explorada pague pela crise. Enquanto o governo Lula/Dilma liberou mais de 600 bilhões de reais para “socorrer” as montadoras, bancos, indústrias, etc. com medidas protecionistas do capital, os trabalhadores têm efetivamente pago a conta da anarquia capitalista com milhares de demissões e arrocho salarial.

Não é surpresa que a política patronal da CUT, Força Sindical, CTB, UGT, etc., a soldo do governo Dilma e da burguesia, ajuda na degola dos trabalhadores, impondo a paralisia ao movimento operário e popular. Adotam uma política de negociar a flexibilização de direitos, de reduzir a jornada com redução de salários, colocando os trabalhadores num beco sem saída: perder o emprego ou reduzir a jornada com retirada de conquistas. A Conlutas-PSTU, por sua vez, frente às demissões ocorridas na Embraer e agora da GM, adotou uma estratégia criminosa de chamados à unidade com a canalha governista da CUT e centrais pelegas como a FS, CTB, CGTB, etc. para pressionar e aconselhar Dilma a tomar “medidas concretas” em defesa dos trabalhadores. Mais do que uma concessão política, em nome da tática de dialogar, a Conlutas capitula vergonhosamente diante do governo Dilma, desarmando qualquer luta para liquidar efetivamente as demissões em massa. Não há retórica classista ou malabarismo político do PSTU que consiga camuflar sua orientação colaboracionista que alimenta profundas ilusões no governo da frente popular. A Conlutas, mais uma vez, semeia ilusões de que o governo pró-imperialista de Dilma possa ser um aliado dos trabalhadores contra os ataques da patronal, dos quais ele próprio é o principal algoz e, dessa forma, desarma politicamente a resistência dos trabalhadores.

O PSTU anunciou em seu sítio na internet no dia 25/07 que “durante reunião entre GM, prefeitura e sindicato, a empresa não aceitou a proposta dos trabalhadores e a ameaça de demissões permanece. Nova reunião deve ocorrer no dia 4 de agosto, às 9h. Até lá, a GM se comprometeu a não demitir”. Frente a essa realidade é preciso preparar a resistência. Para barrar as demissões em massa é necessária, desde já, uma mobilização nacional, unitária e centralizada dos trabalhadores, baseada num programa operário e anticapitalista, capaz de defender os empregos através da greve com ocupação de fábrica. A unidade de que os trabalhadores necessitam não se resolve por resoluções ou chamados inócuos “aos que lutam”, mas sim determinando com que programa, com quem e contra quem lutaremos. Para vencer, o proletariado precisa superar as direções das centrais governistas e a própria linha política da Conlutas, já que só com sua ação direta e não lançando inócuos apelos a Dilma e aos patrões pode-se derrotar a ofensiva capitalista.

Quanto à “revolução” tão alardeada pelo PSTU como produto do crash financeiro de 2008, sobrou a ofensiva imperialista que a Casa Branca impõe no Oriente Médio via bombas da OTAN e os “rebeldes” mercenários armados pela CIA e o Mossad, não por acaso saudada por esses revisionistas canalhas como a “revolução árabe”! Dá para acreditar no PSTU?

segunda-feira, 30 de julho de 2012


Leon Panetta, chefete do Pentágono, vai à Tunísia e ao Egito saudar a vitória da “revolução” made in USA

O Secretário de Defesa ianque, Leon Panetta, iniciou nesta segunda-feira, 30 de julho, uma visita à Tunísia e logo depois seguirá para o Egito, dois países que foram palco da (mal) chamada “revolução árabe”. O principal objetivo da viagem é reforçar a ofensiva política e militar contra a Síria, aproveitando a estreita ligação do governo tunisiano liderado pelo partido islâmico moderado Ennahdha com as monarquias pró-imperialistas do Golfo Pérsico, que apoiam os mercenários do ELS com armas e munições, força “rebelde” pró-imperialista que está travando neste exato momento batalhas contra o exército nacional sírio na cidade de Aleppo, um dos principais centros econômicos do país. Panetta também discutirá uma futura associação militar com a Tunísia e saudará o que o Pentágono considera uma “transição exitosa e relativamente estável para a democracia”. Depois, no Cairo, capital do Egito, vai costurar um acordo para garantir proteção a Israel e selar uma cruzada regional contra o Irã. Seu périplo também inclui a Jordânia, país que junto com o Egito, são os dois Estados árabes fronteiriços com Israel e os únicos que assinaram um tratado de paz reconhecendo a existência do enclave sionista. O tema da agressão a Síria dominará todos os contatos de Panetta, mas terá relevância ainda maior ainda no encontro previsto para se realizar em Amã com o rei Abdulah II da Jordânia, sob o pretexto de reforçar a segurança na fronteira com a Síria diante da chegada de cerca de 140 mil desalojados pelo conflito. Esses são os resultados práticos da transição orquestrada pela Casa Branca e saudada pelos revisionistas como uma “revolução” que tirou de cena os desgastados Ben Ali e Mubarak, renovando seus gerentes de plantão para desferir em melhores condições sua ofensiva neocolonialista contra o Irã e a própria Síria.

O presidente egípcio, Mohamed Morsi, já confirmou que receberá Panetta na terça-feira, 31 de julho, sendo o Egito o único país árabe que não tem relações diplomáticas com o Irã, o que tornaria mais fáceis os planos de Washington. Em troca dessa colaboração, o Secretário de Defesa ianque confirmará que repassará ao “novo” governo 1,3 bilhão de dólares anuais como parte do “estado da assistência militar”, a maior cifra que a Casa Branca oferece a um Estado do Oriente Médio, depois do enclave de Israel. Panetta se reunirá também com o chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas e ministro da Defesa, o marechal Mohamed Hussein Tantawi, para selar o compromisso da cúpula militar egípcia com a divisão de poder com o “governo eleito” a fim de garantir estabilidade à transição. Desde a saída de cena de Mubarak, a chamada transição negociada, o governo Obama reduziu o envio dos “subsídios” que os EUA destinavam ao Egito desde a assinatura dos acordos de Camp David com Israel, nos anos 70. O “subsidio” ianque que era destinado ao Egito está sendo enviado para os mercenários sírios, que combatem pela causa da “revolução made in USA”. Agora Panetta vem retomar os patamares anteriores de colaboração, garantindo o apoio do Egito ao isolamento do Irã e a segurança de Israel.

Não por acaso, o “tour” acaba em Jerusalém, onde Panetta acertará com Ehud Barak, ministro da defesa sionista o reforço da ajuda militar de três bilhões de dólares para Israel e os preparativos ao ataque ao Irã após a reeleição de Obama. Durante esse período, o Pentágono espera que o governo Assad tenha caído na Síria ou mesmo renuncie através da ação militar dos mercenários e da adesão de uma parte da burguesia síria aos planos de uma “transição democrática” como ocorreu na Tunísia e no Egito. Lembremos que Washington aprovou na semana passada uma lei que dá a Tel Aviv mais acesso a seu mercado de armas e munições, sempre com os olhos voltados a criar condições para um eventual ataque contra usinas nucleares iranianas, devido à negativa de Teerã a renunciar a seu programa nuclear.

Antes de embarcar para a Tunísia, o secretário da Defesa ianque deu declarações provocadoras. Disse que a ofensiva dos “rebeldes” mercenários em Aleppo representa um “prego no caixão” do presidente Bashar al Assad. Ameaçador, declarou que não está em debate se o regime da oligarquia Assad vai cair, mas “quando” isso vai acontecer. A viagem do chefete do Pentágono é mais um desdobramento da charlatanesca “revolução” árabe, saudada pelos revisionistas, que impôs pelas bombas da OTAN a queda de Kadaffi e vai avançando na desestabilização do governo sírio, enquanto consolida a “transição” conservadora no Egito e na Tunísia. Frente a esse quadro, os marxistas revolucionários têm como tarefa desmascarar toda essa farsa criada pela esquerda revisionista que acaba por servir ao imperialismo, ao enterrar o real significado da revolução, denunciando esses pseudotrotskistas que na verdade estão se postando no campo político e militar da OTAN.

Como já alertamos várias vezes, o imperialismo ianque já vinha há algum tempo planejando tirar de cena seus antigos títeres para garantir a estabilidade política necessária à continuidade de seu domínio mais “legitimado” na região. Dessa forma, Ben Ali e Mubarak, apenas foram substituídos por novos gerentes do próprio staff do regime e no caso do Egito e Tunísia a continuidade do poder da burguesia foi assegurada pelo principal sustentáculo do Estado capitalista, ou seja, as forças armadas das quais o próprio Mubarak também já fizera parte. Não houve qualquer mudança na base econômica, nem tampouco ruiu a superestrutura do regime político. Em outras palavras, o caráter de classe do Estado continuou o mesmo, uma máquina de opressão e dominação da burguesia nacional e do imperialismo sobre as massas trabalhadoras exploradas. Agora, Leon Panetta e a Casa Branca articulam seus aliados para avançar ainda mais as garras do império contra a Síria e o Irã, saudando ao lado dos revisionistas a “vitória da revolução árabe” made in USA!

sexta-feira, 27 de julho de 2012


Obama celebra um novo acordo militar com o gendarme de Israel: O segundo passo da escalada imperialista contra a Síria e Irã

Esta sexta-feira (27//06) ficou marcada por mais um ato de guerra do presidente neofalcão Barack Obama ao aprovar uma lei, no congresso ianque, que reforça ainda mais os vínculos bélicos-militares entre o império ianque e o gendarme genocida de Israel. Destina-se estrategicamente a dar um passo adiante na escalada imperialista contra a Síria e Irã no plano “externo” e “acalmar” no âmbito nacional o eleitorado sionista, descontente com Obama, que representa a burguesia financeira imperialista. Paralelo a esta iniciativa institucional do governo, a madame Clinton (presidente do clube dos "muy" amigos da Síria) conseguiu a liberação emergencial de 50 milhões de dólares para a ofensiva do ELS sobre a cidade de Alepo. Esta escória de "insurgentes", manietada diretamente pelo imperialismo é curiosamente considerada por alguns dementes bastardos do trotskismo como uma "força nacionalista".

Obama sancionou esta lei não como um raio em céu de brigadeiro, mas como uma resposta imediata do Pentágono às ameaças do governo iraniano de fechar a passagem do Estreito de Ozmuz, caminho naval por onde passam grandes quantidades de petróleo (40% do tráfego marítimo petroleiro mundial) oriundos dos países árabes produtores da região e também pelo anúncio de que a Síria, como legítimo método de defesa, usaria armas químicas contra as tropas invasoras do gendarme de Israel. O Estreito de Ozmuz há muitos anos tem sido palco de inúmeras crises entre os EUA e Irã, como em 1988 quando a marinha de guerra norte-americana derrubou um avião civil iraniano; em 2007 um barco americano invadiu as águas iranianas e seus marinheiros foram presos. Para navegar no Estreito todos, inclusive a Marinha dos EUA, são obrigados a passarem por águas territoriais iranianas, o que nos dá a dimensão da sua enorme importância estratégica no campo militar.

A Casa Branca ao aprovar o pacote de “ajuda adicional” ao Estado nazi-sionista de Israel, de quase um bilhão de dólares , deseja afinar seus tambores de guerra no Oriente Médio, fortalecendo seu posto avançado na região, do qual, após as eleições presidenciais, se valerá para dar início à intervenção militar contra os sírios e o país dos aiatolás como um segundo passo de sua guerra de rapina contra países considerados não-alinhados com o “american way life”. Cinicamente, Obama afirma ter feito este acordo em nome da “segurança” na região: “Eu fiz disso uma prioridade na minha administração para aprofundar a cooperação com Israel através de todo um espectro de questões de segurança” (O Estado de S. Paulo, 27/7), isto é, os capitalistas “estão de olho” na manutenção da segurança dos petrodólares, aos interesses políticos e econômicos do império, do domínio militar absoluto do Golfo Pérsico e do seu entorno geopolítico. Para tanto, o enclave sionista deve contar com a “módica” ajuda de US$ 111 milhões prevista para se proteger de possíveis ataques iranianos, além dos US$ 680 milhões para um sofisticadíssimo sistema antimísseis e o desenvolvimento de uma vintena de superbombas chamadas “arrasa bunker”, cada uma pesando 14 toneladas, tendo uma capacidade de penetrar 70 metros na terra para destruir as instalações nucleares subterrâneas do Irã.

Os marxistas revolucionários tem um campo claro de atuação diante desta criminosa operação de guerra levada a cabo pelo monstro imperialista e seus títeres. Diametralmente oposto do que fazem os canalhas revisionistas do trotskismo (LIT, PTS, etc.), que se postam ao lado da “revolução árabe” (made in CIA) ao apoiar a insurgência impulsionada pela OTAN, que praticamente destruiu toda a infraestrutura nacional da Líbia e pretende igualmente conduzir a política de terra arrasada sobre a Síria e proximamente o Irã. Mais do que nunca está colocada a necessidade da destruição do enclave nazi-terrorista de Israel como parte inerente da derrota das forças saqueadoras da OTAN.

quinta-feira, 26 de julho de 2012


LBI participa da reunião anual da SBPC realizando uma importante campanha de assinaturas do Jornal Luta Operária

Ocorreu entre os dias 22 a 26 de julho a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em São Luís, no Maranhão. A LBI esteve presente na atividade expondo  suas inúmeras publicações, acompanhando os debates políticos e científicos de maior importância. No curso desta SBPC a LBI desenvolveu uma importante campanha de assinaturas de sua principal publicação, o Jornal Luta Operária. O JLO configura-se hoje no cenário da esquerda brasileira como o periódico mais regular (quinzenal) e dinâmico na análise e intervenção dos principais fatos da luta de classes. A recepção do JLO na SBPC surpreendeu até mesmo a equipe de editores que esteve presente no evento, realizando em apenas três dias mais de cem assinaturas anuais da imprensa operária. Ainda que modesto, o êxito da campanha de assinaturas do JLO na SBPC, é produto do reconhecimento da vanguarda militante em nosso país, que mesmo divergindo de nossa linha editorial guarda um profundo respeito pela seriedade do nosso trabalho de propaganda do marxismo revolucionário.

O principal encontro científico da América Latina contou com a participação de 10 mil estudantes e professores de todo o país e aconteceu em meio à greve nacional dos docentes universitários. Várias palestras “alternativas” discutiram o processo de sucateamento da universidade pública pelo governo Dilma e como organizar a resistência aos ataques do MEC as instituições federais de ensino. Durante a reunião, diversas obras clássicas de Marx, Engels, Lênin e Trotsky foram adquiridas pelos participantes da SBPC, com a banca de publicações da LBI constituindo-se em uma importante referência na defesa do socialismo científico como alternativa a barbárie imposta pelo senil modo de produção capitalista ao conjunto da humanidade.

Em meio à completa ausência de obras literárias referenciadas no marxismo na SBPC e da presença quase nula de correntes políticas de “esquerda” atuando de forma organizada, os militantes da LBI intervieram na reunião nacional aproximando uma série de companheiros que tiveram os primeiros contatos com o marxismo e da sua luta teórica e militante por tirar a humanidade do verdadeiro obscurantismo e da crise social que o capitalismo e sua “ciência” impõem ao planeta, tanto no terreno econômico, como político e ideológico. Não por acaso, vários livros sobre a necessidade da defesa de Cuba e sobre a guerra de rapina da OTAN na Líbia foram vendidos justamente como parte desse combate político e teórico contra a ofensiva que o imperialismo mundial leva adiante para dominar novos mercados e destruir qualquer foco de resistência a seus domínios geopolíticos.

Nesse sentido, a ampla repercussão do Jornal Luta Operária, particularmente o artigo intitulado “A descoberta da ‘Partícula de Deus’: a ‘última fronteira da ciência’ a serviço da reação contrarrevolucionária e ideológica do imperialismo”. O debate em torno desse tema vem sendo utilizado pela mídia e pelos cientistas a soldo do capital para desviar o foco daquilo que realmente representa o “Bóson de Higgs”, ou seja, a possibilidade da humanidade existir sem a necessidade de um “princípio” religioso que dê sustentabilidade ideológica e política à permanência do sistema capitalista como imutável e eterno (como Deus!). Como explicaram os militantes da LBI aos companheiros pretigiaram nosso banca na SBPC à resposta a esse debate somente poderá ser dada quando a civilização humana estiver despida dos preconceitos religiosos e da exploração alienante do homem, realidade que será possível com um novo modo de produção oriundo de uma revolução proletária voltado para o desenvolvimento material e intelectual de toda a sociedade e não de alguns poucos burgueses como é a sociedade socialista.

Ao publicitar o marxismo revolucionário na reunião anual da SBPC, os militantes da LBI explanaram a uma série de companheiros que ao fundir dialética com o materialismo, Marx e Engels criaram o materialismo filosófico que concebe a natureza como matéria em movimento a partir da luta constante de forças em conflito. O contato com a luta proletária e com o socialismo levou Marx e Engels a estender esta metodologia da natureza em geral à sociedade humana, descobrindo a lei do desenvolvimento da história do homem. Os homens exigem antes de tudo comida, bebida, moradia e vestuário, antes de poder praticar a política, ciência, arte, religião. A existência determina a consciência. A concepção materialista da História, base da doutrina marxista, exposta no Manifesto Comunista, é a ciência que permite aos revolucionários comunistas prognosticar, a cada época, as tarefas táticas e estratégicas para potenciar o proletariado organizado em sua luta contra a exploração e a opressão capitalista. Foi justamente no terreno da estratégia proletária que residiu a maior contribuição de Marx, como o próprio assinalou: “Historiadores burgueses já haviam, muito antes de mim, apresentado o desenvolvimento histórico dessa luta de classes e os economistas burgueses, a anatomia econômica das classes. O que fiz de novo foi demonstrar: 1. que a existência das classes está vinculada meramente a determinadas fases históricas de desenvolvimento da produção; 2. que a luta de classes conduz necessariamente à Ditadura do Proletariado; 3. que essa Ditadura mesma constitui apenas a transição rumo à abolição de todas as classes e a uma sociedade sem classes” (Carta a J. Weydemeyer, 05/03/1852).

Contribuições tão caras ao pensamento humano, como a necessidade inexorável da revolução social violenta assim como da ditadura do proletariado para que a sociedade humana avance desta fase para a abolição de todas as classes são os legados de Marx mais abominados pelos revisionistas oportunistas de todos os matizes que se dizem marxistas, desde Bernstein até os pseudotrotskistas de nossos dias, como o PSTU-LIT. A LBI, ao contrário desses revisionistas não se furtou de usar o espaço de debates na SBPC para defender essas teses, publicitando o marxismo revolucionário e apresentando o socialismo científico como uma alternativa à barbárie capitalista!

quarta-feira, 25 de julho de 2012


Os falsos vestais do PSTU “desconfiam” da honestidade do “vereador socialista Elias Vaz”

“Um parlamentar socialista que é flagrado chamando o chefe de uma quadrilha nacional de corrupção de ‘companheiro’ deve ser imediatamente afastado de suas funções até que se concluam as investigações!” (Carta aos socialistas do PSOL). Desta maneira, os falsos vestais do PSTU tentam demonstrar a “pureza” de seus “métodos socialistas” diante do envolvimento, fartamente comprovado, do vereador Elias Vaz (dirigente do  PSOL goiano) com o esquema do mafioso Carlinhos Cachoeira. Tentando dar uma lição moral aos seus camaradas do PSOL que: “junto conosco, faz parte da oposição de esquerda aos governos”. (Carta aos socialistas do PSOL), o PSTU desconfia, dez anos depois de alianças com o grupo político de Elias (MTL), da honestidade do “parlamentar socialista”. Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que o “ético” PSTU só se manifestou publicamente sobre o fato há poucos dias, quando a própria aliança eleitoral com o PSOL não tinha avançado em Goiânia, em função do veto do próprio partido de Elias. Isto quando as denúncias contra Elias (colhidas em escutas telefônicas da PF) já ocupavam as manchetes há cerca de quatro meses! Nós mesmos da LBI já tínhamos apontado, há cerca de três meses, o envolvimento do vereador burguês corrupto e também do presidente do PSOL de Goiás, Martiniano Cavalcante, nos “negócios” de Cachoeira. Mas, mesmo sabendo das ligações de Elias com o crime organizado, até mesmo por terem militância em Goiânia e larga trajetória de acordos com o MTL, o PSTU esperou o prazo final da possibilidade da coligação eleitoral com o PSOL, para somente depois “atirar” contra “o companheiro” Elias, anteriormente considerado o melhor nome para encabeçar a chapa da “oposição de esquerda” em Goiânia.

Na “carta aos socialistas do PSOL de Goiânia” os Morenistas se ressentem pelo tratamento que Elias dispensa a Cachoeira nas ligações telefônicas grampeadas, considerado como um “companheiro”. Para o PSTU: “Companheiro, estimados camaradas, significa ‘aquele que come do mesmo pão’. Essa expressão acabou sendo banalizada pelo PT. Mas nós, revolucionários, fazemos questão de usá-la da maneira apropriada. E nós nunca comemos nem comeremos do mesmo pão que Carlinhos Cachoeira!” (Carta aos socialistas do PSOL). Quanta firmeza de princípios... chega a nos emocionar... a encenação do PSTU, voltada a enganar os muito tolos e ingênuos que não conhecem o caráter fraudulento dos Morenistas! Estranhamente, a carta do PSTU não aborda uma única linha acerca dos empreendimentos comerciais e políticos, levados em conjunto por Cachoeira e o MTL. Somente se indignam “moralmente” com o tratamento de “companheiro”, mas porque será que omitem que Cachoeira financiava a “frente de esquerda” em Goiânia, a qual o PSTU integrou nas eleições passadas. Vejamos o que a própria imprensa burguesa já declarava em maio acerca das iniciativas políticas de Cachoeira em parceria com Elias: “Em 26 de março de 2011, Cachoeira conversa pelo telefone com outro vereador da cidade, Santana Gomes (então no PMDB, mas hoje filiado ao PSD). Cachoeira deixa claro que a eleição de Elias em 2012 é uma prioridade. O problema, diz Santana, é que dentre os vereadores cuja reeleição é interessante para o grupo, Elias é o mais ideológico” (O Globo, 19/05/2012). A “parceria” do MTL com o bicheiro, segundo as gravações da PF, para além da política, envolvia empresas de veículos e construção civil, remontando mais de uma década.

A trajetória “político-empresarial” da dupla Elias Vaz e Martiniano Cavalcante vem de longe (formando cooperativas de transporte e abrindo postos de gasolina) e não é novidade para nenhum militante de esquerda em Goiás, a não ser para os “probos” do PSTU, sempre tão “distraídos”, quando se trata de “camaradas da oposição de esquerda”. Realmente seria uma calúnia afirmar que o PSTU poderia chamar de “companheiro” um quadrilheiro do quilate de Carlinhos Cachoeira, mas quanto aos seus sócios do PSOL... A verdade é que, mais uma vez, as lições “morais” cínicas do PSTU não conseguem enganar ninguém, buscaram até o último momento a coligação com o PSOL de Goiânia, indicando o nome de Elias a prefeito, e agora posam de “noivas traídas”, escandalizadas com o desvio ético do parlamentar burguês do PSOL. Será que os cretinos do PSTU também não sabem que o senador Randolfe Rodrigues do PSOL não passa de um “laranja” do “capo” Sarney, ou será que os Morenistas só ficariam horrorizados se uma denúncia midiática viesse à tona no Amapá?

Para finalizar seus respeitosos conselhos “doutrinários” mencheviques ao PSOL (defesa de um partido das bases, assassinando Lenin pela segunda vez), o PSTU conclui descaradamente que: “Achamos uma pena estarmos separados nas eleições. ...No momento em que o vale-tudo da política desgasta os partidos tradicionais, que já viraram piada perante a população, a tarefa dos socialistas é mostrar claramente que somos o oposto de tudo isso que está aí.” (Carta aos socialistas do PSOL). Seria cômico se não fosse trágico, o PSTU tentar levantar a bandeira do principismo político nas eleições. Estes revisionistas do leninismo são os mesmos que acabaram de fechar uma aliança com o PSOL e PCdoB em Belém, apoiando uma figura burguesa tão corrupta quanto a de Elias, trata-se do ex-prefeito petista Edmilson Rodrigues. O candidato da frente de esquerda em Belém, é um “velho” conhecido do PSTU, administrou a cidade oito anos em “companhia” dos tubarões capitalistas, além de uma “malta” de vereadores “picaretas”. O mesmo Edmilson que agora o PSTU apresenta escandalosamente como “socialista”, em sua conveniente amnésia, reprimiu violentamente todas as mobilizações do funcionalismo público municipal, em particular as greves dos combativos professores. Mas, se a “obsessão” oportunista de eleger um vereador a qualquer preço, não deve ser considerada o “vale-tudo da política”, então os “camaradas” do PSOL não cometeram erro nenhum em acobertar Elias Vaz!

terça-feira, 24 de julho de 2012


Armas químicas do arsenal militar da Síria devem apontar contra Israel e os saqueadores da OTAN

O governo sírio afirmou nesta segunda-feira que caso o imperialismo e seu braço armado, a OTAN, intervenha no conflito interno do país, usaria seu arsenal militar de armas químicas contra as forças invasoras. A mídia “murdochiana”, em sua habitual sordidez, logo se mostrou escandalizada com o fato e mais uma vez descarregou suas manchetes contra a “tirania sangrenta do ditador Assad”. Acontece que armas químicas letais já vem sendo usadas fartamente pela OTAN em toda a região denominada de Oriente Médio e África, só na guerra civil da Líbia foram utilizadas mais de cem toneladas de mísseis com urânio empobrecido, com capacidade de contaminação radioativa em um raio de mais de 30 quilômetros. No próprio atentado terrorista que vitimou parte da cúpula militar do regime na semana passada, há fortes indícios da utilização de mísseis disparados a partir de drones norte-americanos lançados do território turco, onde existe uma base da OTAN. Por sua vez, o comando do “Exército Livre da Síria”, ELS, em uníssono com o porta-voz do Pentágono, George Little, ameaçou o governo Assad caso atacasse alvos ianques. Obama equipou seus agentes mercenários do ELS com armas sofisticadas, para criar um clima de terror no país e com isso superar a enorme inferioridade política e militar dos “insurgentes” pró-ianques, tratados pela escória revisionista (LIT/PSTU) como “revolucionários”. A verdade é que a oposição síria não reúne as menores condições sociais de tomar o poder, sua tática se concentra na ação militar terrorista como forma de minar paulatinamente o clã da oligarquia Assad, forçando-o a um pedido de renúncia. Este passo é no momento o centro das pressões dos “aliados” Russos e Chineses, operando uma transição pactuada do regime “fechado” de Assad para um governo “aberto” a investimentos imperialistas (principalmente no setor de gás e minerais) e que encerre a querela militar com o gendarme sionista. Isto significaria reconhecer a invasão israelense das colinas de Golan como um fato histórico irreversível e abrir mão definitivamente da influência política síria sobre o Líbano. A anulação da Síria como “potência” militar regional, pela via da ascensão de um novo governo neoliberal, manietado diretamente pelos centros imperialistas, deixaria completamente isolados a Palestina e o Irã, parada final da ofensiva imperial sobre os povos árabes, ironicamente batizada pela Casa Branca de “revolução árabe”.

A profunda derrota da luta anti-imperialista sofrida na Líbia, com a queda do regime nacionalista-burguês do coronel Kadaffi, potenciou os apetites vorazes do imperialismo na região, provocando a reprodução da estratégia ianque em um país que ainda representa limitadamente uma barreira de contenção a expansão sionista em toda região. A Síria é considerada o centro geopolítico do Oriente Médio e vem “equilibrando” historicamente as diferentes demandas das etnias que povoam secularmente seu espaço territorial. O regime dos Assad, produto distorcido e último herdeiro do legado político do Nasserismo, veio cedendo gradativamente a integração do país às empresas ocidentais, sob os aplausos de uma burguesia nacional completamente impotente diante das pressões imperialistas. Agora, o regime atingiu o máximo grau de desgaste social, ao adotar medidas econômicas impopulares, acionando o sinal de alerta para a ação da sabotagem interna terrorista. Como última opção, caso a oligarquia Assad não ceda o governo diante dos “apelos” internacionais, o imperialismo executará a intervenção militar, com resultados imprevisíveis no marco das tensões regionais já existentes.

Enquanto se maturam as condições para a intervenção da OTAN, o imperialismo deve correr para preparar seu “governo de transição” com setores da burguesia síria que no momento ainda integram o regime. O malfadado ELS, uma legião de mercenários estrangeiros vindos da Líbia, Arábia e Qatar, não reúne as mínimas condições sociais de assumir a tarefa de uma força nacional de segurança, com autoridade estatal. Até o momento, as deserções no alto comando militar do regime foram absolutamente insuficientes, obrigando o ELS a seguir a linha dos atentados terroristas, ao invés da formação de uma tropa regular de combatentes nacionais. Neste marco, a superioridade bélica do imperialismo ainda não pode definir o conflito, como fez na Líbia, congelando a situação a um jogo diplomático, sob comando pessoal de Kofi Annan e não da própria ONU, totalmente ineficaz.

Como trotsquistas, defendemos incondicionalmente o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou não) contra a agressão imperialista à soberania de seu território. Denunciamos vigorosamente a demagogia “humanitária” dos sionistas e seus novos “companheiros” da esquerda revisionista, que possuindo o maior arsenal atômico clandestino do planeta, “gritam” como hienas assassinas contra as armas deste país que não se ajoelhou diante dos amos imperiais. Hoje, na Síria, a esquerda anti-imperialista adotou como principal eixo político de mobilização de massas a consigna: “A Síria não se ajoelha!” Independente do apoio político ao regime burguês de Assad, os marxistas revolucionários tem como centro programático o combate mortal ao imperialismo, postando-se sem vacilações na trincheira oposta a do pior inimigo dos povos.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Editorial do Jornal Luta Operária nº 239, 1ª Quinzena de Julho/2012
Começa o circo eleitoral da “democracia” dos ricos

Por mais uma vez o ciclo ordinário das eleições “representativas” ocupa o cenário político nacional, mobilizando forças desde a “extrema esquerda” até a direita fascista mais tradicional. Como interseção deste arco institucional encontram-se “projetos para a cidade”, recheados de promessas de “ética política” e moralidade pública, até de “participação popular”. Ausente mesmo nesta “confraria” burguesa obviamente está o programa da revolução socialista e da ação direta das massas contra o regime capitalista. Os representantes da “ala esquerda” do atual circo eleitoral (PSTU, PCB, PSOL e PCdoB) não passam de meros atores coadjuvantes do grande engodo nacional, coligando-se entre si, mas também com partidos “neoliberais” de todos os naipes, para legitimar a “festa” democrática. Esta esquerda comprometida com as “reformas possíveis” está muito longe de estabelecer a denúncia da democracia dos ricos e dos próprios mecanismos eletrônicos fraudulentos do atual processo institucional, que determina que os “vencedores” sejam “eleitos” por um seleto grupo de empreiteiras. Como Lenin corretamente asseverou no início do século passado, as eleições parlamentares (a III Internacional se recusava a participar de eleições para os cargos executivos, como governos locais e administração central) estão superadas historicamente como uma via das mais elementares transformações sociais, mas não estão esgotadas politicamente na consciência do proletariado. Portanto, ainda era necessário potenciar o papel do tribuno do povo, como agitador e publicista de uma plataforma revolucionária nas eleições burguesas. Este “tribuno do povo” pensado pelo genial Lenin, é com certeza o “candidato” ausente na lista de todos os partidos que integram este circo eleitoral de dimensões municipais.

Em 1982, quando o Partido dos Trabalhadores debutou nas primeiras eleições diretas para governador, após o golpe militar de 1964, Lula apresentou-se como candidato ao governo paulista. Com o eixo político de “trabalhador vota em trabalhador”, o então líder metalúrgico explicava à imprensa que o “mote” eleitoral do PT não permitiria a conquista de nenhum cargo executivo, mas que serviria como propaganda para elevar a “consciência de classe dos trabalhadores”. O PT nunca foi um partido leninista revolucionário  mas passados exatos 30 anos, a sua “paródia” de um partido operário estava bem a frente do atual oportunismo “policlassista” da esquerda que se apresenta como “socialista” nestas eleições. O PT, hoje representante da gerência capitalista do país, não encontra nenhuma oposição que sequer queira apresentar- se como “classista” e de confronto ao seu “projeto de poder” de pacto social. A chamada “oposição de esquerda”, muito aquém do PT de 82, tem como principal objetivo “estratégico” eleger “meia dúzia” de prefeitos para melhor administrar a crise do capitalismo em parceria com os partidos tradicionais da burguesia.

O campo governista da frente popular encabeçada pelo PT encontra-se fracionado entre os vários partidos da base aliada, além de uma grande fissura interna no seio do próprio petismo. Estas eleições municipais representam uma espécie de “prévias” internas da frente popular, para a decisão da composição da chapa presidencial de 2014, posto que a falida oposição de direita já está fora do jogo sucessório das próximas eleições. O governo da “poste” Dilma teria sido planejado inicialmente para um mandato tampão, já que Lula não poderia concorrer ao terceiro mandato consecutivo por força da Constituição. Mas a doença do ex-presidente e a própria dinâmica do botim palaciano, criando uma camarilha própria a favor da permanência de Dilma, alteraram sua interinidade política. O quadro atual aponta que estas eleições serão o palco de uma disputa entre o PT versus o próprio PT, onde partidos “aliados” como PSB e PMDB tentarão tirar o máximo proveito eleitoral desta disputa “fratricida”.

O centro das atenções eleitorais está concentrado obviamente em São Paulo, capital política do Brasil. De um lado o grupo petista da “Articulação”, ligado a Lula, bancando a todo custo a candidatura do iniciante Haddad, do outro o calejado tucano “despenado”, José Serra, adversário do governador Alckmin e protegido indiretamente por interesses políticos do Planalto. No meio do embate, novamente o PSB e PMDB, o primeiro prestando o “desserviço” de desmoralizar a figura de Lula e o segundo tentando uma barganha de cargos para o segundo turno. Se vitorioso Serra, líder folgado das pesquisas, abandona de vez o ninho tucano e suas pretensões ao planalto, ingressando no PSD do amigo Kassab. Seria mais um golpe no campo da oposição de direita e no próprio PSDB, e isto interessa de perto a anturragem da presidente Dilma. Se triunfa Haddad, a hegemonia de Lula se consolida, apesar de sua frágil saúde, tornando-o candidato inquestionável da frente popular em 2014. O PSB, aliado incondicional das pretensões da reeleição de Dilma, com vistas para ocupar sua vice, resolveu por reforçar seu arsenal de ataques ao PT, lançando candidaturas em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte. Em São Paulo os “socialistas” representantes da oligarquia mais reacionária ligada ao governo tucano, formalmente se uniram ao PT, cumprindo a função de “quinta coluna” da frente popular.

O movimento operário acompanha com profundo descrédito e apatia o desenrolar do circo eleitoral. Pela ausência de uma alternativa revolucionária nestas eleições acabará por conceder um voto “crítico” no PT e em menor escala na própria “oposição de esquerda”. A etapa contrarrevolucionária da luta de classes em nível mundial provoca um enorme retrocesso na consciência de classe do proletariado, tornando-o refém da demagogia eleitoral de uma esquerda completamente corrompida ao regime da democracia dos ricos, onde a disputa real acontece no interior dos grupos econômicos monopolistas e não na vontade soberana do povo. A tarefa da resistência ideológica recai neste momento a um punhado de corajosos militantes comunistas que não se vergaram ao peso dos poderosos aparatos de Estado, tampouco aos aparelhos sindicais burocratizados. A construção de um núcleo revolucionário que ouse “desafiar” programaticamente este arco da esquerda revisionista, mantém sua vigência histórica em plena etapa da ofensiva mundial da reação imperialista.

sexta-feira, 20 de julho de 2012



De volta o neonazismo ianque: os ecos de Columbine

Na madrugada deste dia 20 de julho, em um subúrbio de Denver, Colorado, James Holmes, de 24 anos, invadiu uma sala de cinema e atacou 71 pessoas que assistiam à estréia do filme “Batman, o cavaleiro das trevas ressurge”. O resultado foi trágico: 12 pessoas mortas e 59 feridas. Por ironia da história, a poucos quilômetros de onde ocorreu uma das maiores matanças de civis, no Instituto Columbine, quando em 1999 12 estudantes foram mortos e 24 ficaram feridos. Para a mídia murdochiana sensacionalista o episódio desta madrugada foi um fato isolado, uma atitude desesperada de um “louco transtornado”. Obviamente não foi nada disso. A tragédia atual é, antes de mais nada, um fenômeno correlato às tendências concretas e ideológicas hoje existentes no coração do monstro imperialista. Matanças como esta, acontecem inadvertidamente em épocas de recrudescimento militar e ofensiva contrarrevolucionária sobre os povos do planeta, sendo uma expressão da barbárie social que se assenta no pensamento neonazista tendo cada vez mais vazão e se cristalizando no seio da juventude de classe média norte-americana, cuja expressão se dá nestas “explosões de fúria”. O falcão negro Obama, como não poderia deixar de ser, em meio aos selvagens ataques à população civil síria por ele ordenados, que provocam centenas de vítimas, agora chora ao afirmar que “estamos chocados e entristecidos com o trágico e horroroso tiroteio em Colorado” (Folha de S.Paulo, 20/7).

Nos EUA, nas últimas décadas tem sido comum as matanças coletivas em escolas e em lugares públicos perpetrados por jovens oriundos da classe média, cujas mais conhecidas foram a de Columbine em 1999, quando dois estudantes mataram a tiros 12 colegas e uma professora. Ou ainda em abril de 2007, outro jovem atira e mata 32 pessoas e fere 15 em uma universidade na Virgínia. Os exemplos podem chegar a 20... Mas basta citarmos estes apenas para se ter uma idéia acerca das razões político-sociais que levam a estes massacres. No caso de Columbine, não por coincidência, a OTAN a serviço do Pentágono bombardeava a Iugoslávia durante a Guerra do Kosovo exterminando milhares de vidas. Em 2007 a corrida guerreirista de Bush manchava de sangue as ruas de Gaza, Bagdá, Afeganistão, perseguia as Farc etc. Os ataques de claro conteúdo fascista estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo norte-americano.

A tragédia de Denver, eco sangrento de Columbine, é a expressão mais acabada do estancamento das forças produtivas impostas pelo capitalismo. Como não há um contraponto revolucionário a esta degradação, a humanidade tende a caminhar para a barbárie imposta pelo império decadente. Sugestivo é a temática do filme durante o qual aconteceu a matança, o cavaleiro que ressurge das trevas, refletindo todo obscurantismo que hoje permeia o pensamento científico e ideológico produzidos pela expansão da ultradireita em quase todo o mundo e particularmente nos EUA. Desgraçadamente, se não houver uma direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o planeta, carnificinas neonazistas e guerras genocidas acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Sem a intervenção do proletariado nesta conjuntura fascistizante, ao contrário do que asseveram os “catastrofistas” do revisionismo trotskista (LIT, UIT-CI, CWI-CIT, Alan Woods etc.), o capitalismo não se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para as “trevas” tão ressaltadas no filme do “homem-morcego”.

Estamos vendo a volta com força do neonazismo ianque em escala interna e planetária. Para se opor a essa escalada arquirreacionária deve-se ter claro que ela é uma expressão da dura etapa de contrarrevolução e profunda ofensiva imperialista em curso, onde ao lado dos mortos de Denver estão os cadáveres de mais de 200 mil líbios trucidados pelos bombardeios da OTAN, ao melhor estilo dos jogos de guerra vendidos às crianças norte-americanas ou aos vilões eliminados por Batman. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias no mundo real, dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


Rajoy aprova no parlamento “plano de ajuste” imposto pela Troika! Manifestações carecem de uma perspectiva classista e revolucionária!

O governo espanhol aprovou nesta quinta-feira, 19/07, o pacote de “medidas de ajuste” ditado pela Troika (FMI, UE, BCE). O franquista Rajoy não teve dificuldades em garantir os votos necessários no parlamento para impor o corte de salários, fim de conquistas sociais, aumento de impostos, a suspensão do abono de Natal para os funcionários públicos e a redução do valor do seguro desemprego. Apesar de milhares de manifestantes terem se concentrado na Praça del Sol, em Madri e protestado em várias cidades do país, o eixo político das direções sindicais foi simplesmente exigir um referendo sobre as medidas. Toda a energia e combatividade dos trabalhadores espanhóis está sendo desperdiçada em uma política que de fato apenas reivindica alterações do plano de ajuste imposto pelo FMI e o BCE. Os poucos focos de manifestantes que romperam com a orientação da UGT e CCOO, ligadas ao PSOE e se dirigiram ao parlamento foram brutalmente reprimidos pela Polícia Nacional. É mais uma dura derrota sofrida pelo proletariado europeu que paga o ônus da crise capitalista com o aprofundamento da barbárie social. A ausência de uma direção revolucionária com influência de massas para enfrentar a ofensiva capitalista vai fazendo da Espanha uma nova Grécia, onde o PSOE abriu caminho para o PP franquista aprofundar os ataques aos trabalhadores.

Os manifestantes mais radicalizados chegaram até a linha de barreiras que protege o Congresso e foram reprimidos pelos agentes da tropa de choque. Os policiais usaram cassetetes e balas de borracha para dispersar os ativistas, muitos ligados a correntes anarquistas, que reagiram atirando objetos e incendiando latas de lixo nas ruas em torno da Puerta del Sol e da Câmara dos Deputados. No mesmo dia que o governo conseguiu a aprovação do ajuste mais duro dos últimos tempos, um corte de 65 bilhões de euros em dois anos, as centrais sindicais CCOO, UGT, CGT, Intersindical, USO e CSI-F ofereceram uma coletiva de imprensa em conjunto e que se limitarem a criticar a brutal medida do governo de Rajoy. As direções sindicais “exigem” do governo a convocação de um referendo sobre as medidas de austeridade e até falaram na possibilidade de realização de uma greve geral nos próximos meses. O que está claro é que o elemento comum que marca estas “lutas” é que todas têm um caráter claramente defensivo, não conseguem sequer barrar os ataques as suas conquistas sociais. São combates defensivos que ocorrem no marco de uma nova investida capitalista 20 anos depois da derrota histórica que o proletariado sofreu com a restauração capitalista da URSS e a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim, acontecimentos que abriram uma etapa de profunda ofensiva econômica, política e ideológica do capital contra os trabalhadores. O crash de 2008 veio a acentuar essa tendência. Pela ausência de um programa classista estas paralisações massivas tragicamente não avançam um milímetro sequer do ponto de vista de suas reivindicações econômicas e, muito menos, conseguem impor uma conquista política, como a queda de um governo “neoliberal” de esquerda ou direita pela via das mobilizações populares. Pelo contrário, a burguesia tem substituído seus governos desgastados de corte social-democratas, como foi o de Zapatero do PSOE por gerentes ainda mais aliados aos mandos da troika (BCE, FMI e UE) como é o franquista Rajoy (PP).

A política de obrigar as massas a pagarem a conta da crise financeira estimula protestos contra governos burgueses. Por sua vez, a traição das direções e, principalmente, a falta de alternativa revolucionária à esquerda pavimenta o retrocesso ideológico e o caminho da reação. O racismo e a xenofobia presentes nos protestos não estão restritos às ações da extrema-direita, são reforçadas entre as massas por suas direções que apoiam as medidas burguesas de restrições ao acesso ao emprego e à educação, principalmente contra ciganos e negros, mas também contra estrangeiros em geral. Na Espanha, por exemplo, a direção da UGT e CCOO assumiu a condição de polícia para proteger o parlamento burguês contra os anarquistas e setores mais radicalizados da marchas de protesto realizada neste dia 19/07, taxando-os de “provocadores”, sendo por isso elogiado pelas forças de direita governamentais pela sua “responsabilidade” e “espírito cívico”! Antes, na manifestação dos mineiros fizeram um pacto com a patronal em torno da pressão sobre o governo para não cancelar os subsídios as empresas, as mesmas que ameaçam demitir em massa!

Neste marco, em meio a um processo de convulsão social, com o aprofundamento do desemprego e o recrudescimento da crise capitalista no Velho Mundo, a direta avança assumindo os governos até então sob a gerência da social-democracia e dos partidos ditos “socialistas”. A direita recrudescida como o PSD em Portugal, PP na Espanha e a ND na Grécia, voltam aos governos para preparar novos ataques e impor novas derrotas. Essa tarefa é facilitada pela falta de uma perspectiva política classista por parte das direções que encabeçaram o movimento para além as reivindicações econômicas, um norte estratégico que aponte para a superação da decadente ordem burguesa que impõe a retirada de direitos e conquistas operárias. Insistimos na lição de que não haverá mobilizações, por mais multitudinárias e heroicas que sejam, como as que estamos presenciando na Espanha e Grécia, capazes de derrotar a burguesia e seus governos de plantão sem a adoção de uma estratégia revolucionária de luta pelo poder. Sob a direção de um programa revolucionário e de um partido bolchevique forjado no calor do combate das ruas poderemos marchar em toda a Europa para a “hora da verdade” no confronto de classe com a burguesia e vencer, caso contrário não romperemos com a onda de derrotas que estão sendo impostas aos trabalhadores! Pelo caráter defensivo que as direções sindicais e políticas imprimem às manifestações, tanto potencial de combatividade é desperdiçado, tendendo sempre a levar a classe a mais uma derrota, assim como acompanhamos perante a luta dos irmãos espanhóis e gregos, muito embora também tenham expressado a radicalidade da luta dos trabalhadores. O conjunto dos explorados reage ao saque de seus direitos para desonerar o Estado comprometido com o saneamento dos cofres dos bancos e das grandes empresas, mas se chocam com um dique de contenção capitaneado pelas suas direções sindicais burocráticas e os partidos “comunistas” e sociais-democratas (“socialistas”)comprometidos com a manutenção da ordem burguesa.

Os mineiros espanhóis mostraram o caminho, parando a produção, ocupando as ruas de Madri e ameaçando a burguesia! A ação direta dos trabalhadores guiados por um programa revolucionário marxista, que tenha como objetivo combater não apenas pontualmente o corte orçamentário, mas principalmente toda a política de ajuste capitalista, a perseguição aos irmãos imigrantes e a xenofobia, pondo em pé um Partido Comunista proletário, representa o primeiro passo para quebrar a onda de derrotas que tragicamente percorre o velho continente.

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Violenta guerra civil na Síria: Em que trincheira do combate os trotskistas devem estar?

Está em curso uma violenta guerra civil na Síria. Nesta quarta-feira, 18/07, o conflito teve mais um capítulo dramático. Um mega-atentado matou o Ministro da Defesa sírio, general Dawoud Abdelah Rayiha e vários outros membros do alto escalão do governo de Bassar al Assad. O ataque foi reivindicado pelo Exército Livre da Síria (ELS), grupo mercenário treinado e financiado pelas potências imperialistas, Israel, a Arábia Saudita, o Qatar e a Turquia, que em comunicado declarou: “Este é o vulcão de que falávamos, acabou de começar”. Como se vê, na guerra civil estão em combate o governo de Bassar al Assad, que até agora tem a seu lado o exército nacional e ainda grande apoio popular e, de outro, os “rebeldes” do CNS e do ELS. Estes dois grupos de oposição pró-imperialistas receberam nos últimos dias o apoio de vários dissidentes do regime e dizem que está se travando neste exato momento a “Batalha da Libertação” em Damasco, batalha que segundo eles só terá fim com a queda de Assad. Na verdade, esses mercenários não podem vencer sem a ajuda militar da OTAN e da ONU, por isso, com o mega-atentado, clamam por uma intervenção externa. Frente a essa realidade, os revisionistas cretinos do trotskismo (LIT, UIT...) dizem que está em curso uma “revolução” na Síria contra a “ditadura sanguinária de Assad”, seguindo como papagaios o que vende a mídia murdochiana e as ONGs a soldo do império. Em meio a esse quadro político e militar extremamente polarizado, de violenta guerra civil, se coloca uma questão de vida ou morte para a luta do proletariado mundial: em que trincheira do combate os genuínos trotskistas devem estar na Síria?

Para responder a essa questão é preciso definir em primeiro lugar qual campo da luta está representado os interesses imediatos e históricos do proletariado mundial, a defesa de suas conquistas sociais e o combate ao imperialismo, o maior inimigo dos povos. Ainda que não tenhamos a menor simpatia pelo governo sírio, temos claro que o regime da oligarquia Assad hoje é um obstáculo aos planos de invasão do Irã. Por isso, deve ser removido sob o patrocínio do imperialismo ianque e seus sócios europeus, da mesma forma como ocorreu com Kadaffi na Líbia. Sua derrubada serve também aos interesses de Israel, que pretende derrotar o Hezbollah, aliado incondicional do governo sírio e reocupar o Líbano. Nesse quadro de guerra civil, os marxistas revolucionários sabem identificar muito bem o foco da reação imperialista e entrincheirar-se no campo oposto: em frente única de ação com Assad e as forças sociais que o apoiam, tendo absoluta autonomia das direções burguesas e do próprio governo.

Os revisionistas do trotskismo (LIT, UIT, PO, CS, LOI-DO...) que demagogicamente afirmam estar do lado da luta do povo sírio, na verdade se postam no campo político e militar do imperialismo que patrocina o ELS e CNS. Obama e a víbora Clinton estão se valendo da fantasiosa “revolução árabe” para substituir Assad por um títere da Casa Branca, repetindo a verdadeira hecatombe social ocorrida na Líbia. Não por acaso, o Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, declarou nesta quarta-feira, 18/07, que “a comunidade internacional deve pressionar Assad a fazer o que é certo: renunciar e permitir a transição pacífica”. Já o ministro das Relações Exteriores da Grã Bretanha, William Hague, insistiu que o atentado ressaltou a necessidade da “aprovação urgente do uso de força pela ONU para encerrar o conflito”. O Conselho Nacional Sírio (CNS), que os revisionistas dizem estar em aliança tática para derrubar o “ditador Assad”, afirmou na terça-feira, 17/06, que está disposto a pedir ajuda a outras organizações regionais, leia-se o Comando Geral do Golfo (CGG) controlado pela Arábia Saudita em colaboração com os EUA, se a Rússia exercer seu poder de veto para evitar que o Conselho de Segurança da ONU aplique novas sanções contra Damasco na reunião marcada para hoje. Segundo o CNS “Não podemos nos chocar de novo contra a parede russa. Se o veto do país evitar que o Conselho de Segurança faça algo, pedimos que outras opções sejam exploradas”, o que representa também a possibilidade da intervenção da OTAN via ação da Turquia, país membro da aliança militar.

Nem diante de tantas evidencias da “mão” do imperialismo no conflito interno da Síria, planejado pela CIA e o Mossad para desestabilizar um governo nacionalista-burguês adversário direto do enclave de Israel, os canalhas da “família” revisionista se convencem acerca de qual é o campo político correto do proletariado mundial neste confronto. Assim como atuaram na Líbia ao lado dos “rebeldes” da OTAN, agora na Síria voltam a clamar descaradamente por uma intervenção do imperialismo ao lado do ELS. Estes revisionistas que cantam loas a fraudulenta “primavera árabe”, impulsionada por Obama, se queixam que é preciso mais apoio do imperialismo aos mercenários para “derrubar a ditadura de Assad”. Segundo a LIT, “Desde o final de 2011, a luta de classes na Síria chegou a sua máxima expressão, iniciando-se uma guerra civil. Depois de meses de mobilizações populares que eram brutalmente reprimidas pelo regime sírio, surge o denominado Exército Livre da Síria (ELS). Esta força combatente está conformada, fundamentalmente, por setores da população civil que tomaram as armas e por soldados que desertaram do exército regular que responde a ditadura de Assad. Líderes do ELS asseguram que suas fileiras contam com 40 mil combatentes e suas ações militares se circunscrevem, geralmente, a tática de guerra de guerrilhas” (Sítio LIT). Para resolver sua fragilidade militar, o famigerado “Exército Livre da Síria” já anunciou a colaboração recebida pela logística militar do gendarme de Israel, além do governo turco membro da OTAN. Isso é justamente o que pede a LIT ao declarar: “Sustentamos que o armamento da população deve estender-se e as ações militares devem ser centralizadas a partir de uma direção unificada de todas as unidades e comitês populares armados. Por outro lado, é preciso exigir aos governos armas e assessores militares para a resistência armada síria”(Idem)! Mais claro impossível! Com essa política escandalosa a LIT chega ao ponto de apoiar o mega-atentado desferido hoje em Damasco como parte das “ações militares centralizadas” contra a “ditadura sanguinária de Assad”! Não há a menor possibilidade, como vendem os delirantes revisionistas, que os “rebeldes sírios” se transformem em lutadores anti-imperialistas, porque estes foram desde o início do conflito armados e orientados pela CIA e o imperialismo como estes mesmos reconhecem publicamente nas reuniões dos (muy) amigos da Síria auspiciadas por Hillary Clinton!!! Até o maior dos bucéfalos já chegou à conclusão de que ocorre na Síria não é uma revolta popular como a que se iniciou no Egito e na Tunísia e muito menos uma “revolução de massas”, e sim uma marcha contrarrevolucionária coordenada militarmente pela OTAN e politicamente por Barak Obama, seguindo o mesmo script macabro aplicado na Líbia.

Para derrotar a ofensiva política e militar das potências abutres e de seus aliados internos (ELS e CNS) é preciso que o proletariado sírio em aliança com seus irmãos de classe do Oriente Médio se levante em luta contra a investida imperialista na região, travestida pela retórica de defesa dos “direitos humanos e democracia”. Neste momento, é fundamental estabelecer uma clara frente única anti-imperialista com as forças populares que apoiam o regime nacionalista burguês sírio assim como com o Hezbollah para derrotar a ofensiva da OTAN e da ONU sobre o país. Combatendo nesta trincheira de luta comum, os revolucionários têm autoridade política para rechaçar inclusive as concessões feitas pelo governo de Bashar Al-Assad e de seus “aliados” (Rússia e China) à ONU que pretende subjugar o país. Não será no campo da diplomacia burguesa ou mesmo patrocinando ilusões no poder de veto da Rússia e da China que se derrotará a ofensiva imperialista, mas no terreno vivo dos combates do proletariado mundial. Neste momento, mais além da demagogia russa, a Síria só pode contar mesmo com o apoio militar decidido do Irã e das heroicas guerrilhas do Hezbollah (Líbano) e do Hamas (Palestina), contra a invasão de seu território, ou mesmo, como está ocorrendo agora com o recrudescimento da uma guerra civil financiada por Israel e os EUA. O proletariado mundial tem um campo político bem delimitado neste conflito: do lado dos combatentes palestinos e libaneses que já organizam brigadas internacionais em solidariedade ao regime nacionalista da oligarquia Assad. Os próprios combatentes palestinos, que já combateram no passado o regime burguês sírio, sabem muito bem que Assad deposto por forças pró-sionistas, como esta falsa oposição “democrática”, significa uma vitória para Israel e um tremendo reforço na marcha imperialista para atacar o Irã, com um “corredor” aberto na Síria.

Os genuínos trotskistas não têm dúvidas de que lado ficar em um conflito desta dimensão. Estamos literalmente em meio a uma guerra civil onde a CIA e o Pentágono armam os mercenários e com a ajuda da ONU e da OTAN pretendem derrubar o governo nacionalista decadente de Assad! Os revolucionários estão pela defesa incondicional da nação oprimida e por sua vitória militar contra o imperialismo e seus agentes armados em meio a guerra civil em curso! Sem depositar nenhuma confiança política no regime Assad, os marxistas leninistas lutarão ombro a ombro, na mesma trincheira militar, com todas as forças que se proponham a derrotar os mercenários “livres” pró-sionistas, a serviço da OTAN. Vencido o imperialismo e seus serviçais, com as massas em ascenso por sua vitória, trataremos de acertar as contas com o decadente regime burguês de Assad. Desta forma estamos honrando no terreno vivo da luta de classes as lições de Trotsky e seu combate programático pela reconstrução da Quarta Internacional, sabendo distinguir os nossos inimigos de classe por trás de qualquer máscara “democrática” que eles utilizem e não se aliando a esta corja de bandidos como faz todo o arco revisionista canalha. Desta forma, estaremos forjando no calor do combate as condições para a construção de uma genuína alternativa revolucionária as atuais direções burguesas que via de regra tendem a buscar acordos vergonhosos com a Casa Branca, mas que nesta atual etapa da luta de classes acabam brutalmente assassinados como Kadaffi. O mega-atentado desferido hoje em Damasco comprova fatalmente mais uma vez o que afirmamos, cabendo ao proletariado mundial dar uma resposta política e militar a altura da bestial ação do imperialismo e seus sócios!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Governo Dilma anuncia mais um bilionário “pacote de bondades” para os empresários enquanto impõe arrocho salarial aos trabalhadores!

A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a nova versão do “Plano Brasil Maior” em forma de Medida Provisória com incentivos à indústria por parte do governo Dilma. Injeta mais 45 bilhões de reais do Tesouro Nacional no BNDES para financiar “empresas afetadas pela crise econômica”. O texto também prevê a elevação de R$ 209 bilhões para R$ 227 bilhões no limite de financiamentos do BNDES com subvenção da União para suposta modernização do parque industrial e cria a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias) que terá de dar cobertura a riscos de financiamentos de grande vulto para empresas envolvidas em obras do PAC ou realizadas por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas), bancando de fato compras de máquinas e equipamentos agrícolas. Por fim, o “pacote de bondades” do governo da frente popular aos empresários prevê a desoneração da folha de pagamento de cerca de 15 setores econômicos, com a redução da contribuição previdenciária patronal. Como as medidas atendem diretamente aos interesses dos capitalistas, houve amplo acordo entre o governo do PT e a oposição demo-tucana. Mesmo assim, Dilma voltou a abrir o cofre e ampliou a cota de cada um dos 87 deputados oposicionistas em emendas parlamentares de R$ 2,5 milhões para R$ 3 milhões. No total, foram incorporados R$ 43 milhões aos R$ 217,5 milhões que já estavam previstos para os parlamentares do PSDB, DEM e PPS. Enquanto presenteia os empresários, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 17/07, que “não há margem fiscal para ir além” da proposta de pífio aumento que ofereceu aos professores federais em greve e declarou que “O governo tem priorizado enfrentar a crise e preservar o emprego de quem não tem estabilidade. Os professores têm de entender o momento pelo qual o país passa e que outros servidores não tiveram aumento”. Em resumo, para os empresários bilhões em incentivos e empréstimos a fundo perdido e sem risco, para os trabalhadores o arrocho salarial!

Segundo o governo, com as medidas pretende incentivar a competitividade da indústria “nacional” no mercado mundial, reduzindo o chamado “custo Brasil”, uma verdadeira falácia montada para beneficiar a FIESP e CNI, hoje bases de apoio político da frente popular. Na carona desta “onda” desenvolvimentista Dilma também pretende ampliar o prazo de redução do IPI para as grandes montadoras de veículos até outubro, ou seja, até as eleições, visando garantir a vitória da base do governo nos municípios, que irá se fortalecer ainda mais com as conquistas das principais prefeituras do país. Lembremos que medida igual foi adotada por Lula em 2008 sob o pretexto do crash financeiro internacional. O detalhe é que hoje as montadoras estão batendo mês a mês recordes de vendas, apesar das elevações constantes nos preços dos carros novos. Mas apesar disso, anunciam demissões como a GM!

Com o plano o BNDES aumenta seus empréstimos as grandes empresas, assim como o BNB e o Banco da Amazônia. Tais medidas foram aplaudidas pelas centrais sindicais “chapa branca” como prova do apoio do governo à indústria nacional. Tamanha generosidade do governo Dilma baseia-se em uma verdadeira montanha de crédito obtido no mercado financeiro, que se vê atraído pelas altas taxas de juros oferecidas pelo Banco Central aos rentistas parasitários. A estabilidade política promovida pelo pacto social implícito do governo da frente popular é um fator fundamental para inserir o Brasil no mapa mundial dos “paraísos” de bolha creditícia, gerando esta sensação de “Brasil Maior” com a entrada de um grande contingente de novos consumidores no mercado através da ampliação do crédito aos chamados “microemprededores” enquanto impõe arrocho salarial ao funcionalismo público e aos trabalhadores em geral. A frente popular se mostra a melhor gerente do Estado capitalista com seu modelo de colaboração de classes e ainda se dá ao luxo de comprar os votos dos velhos representantes políticos da burguesia como o PSDB e DEM.

Os novos investimentos industriais têm como objetivo a acumulação capitalista concentrada em meia dúzia de “emergentes” burgueses, simpáticos a um modelo político de governo da colaboração de classes, como o presidente da FIESP, Paulo Skaf ou mesmo o megaempresário Eike Batista. O combate por uma plataforma em defesa dos salários, emprego e reajuste salarial mantém toda sua atualidade, mas não será vitorioso pela via da colaboração de classes, já que não há independência dos trabalhadores diante do governo da frente popular e mesmo nas “lutas” dirigidas pela “oposição de esquerda”, como na atual greve dos professores universitários sob o comando do Andes, que se limita a fazer pressão sobre o governo sem radicalizar seus métodos de luta direta.

O proletariado não pode cair no canto de sereia da “luta em comum” com os capitalistas, contra a desindustrialização do país, como atualmente fazem a CUT, CTB e FS, promovendo marchas com as federações patronais e aplaudindo as medidas anunciadas pelo governo Dilma. Ao contrário desse engodo que prega a união nacional em defesa do emprego e da produção, mas na verdade mantém o arrocho salarial e ataca a previdência pública dos trabalhadores enquanto presenteia os empresários com bilhões de reais, faz-se urgente organizar uma ampla campanha por um verdadeiro programa de reivindicações transitórias dos explorados, completamente distinto das atuais “campanhas salariais” corporativas, organizadas pela burocracia “chapa branca”e mesmo pela Conlutas, que sequer reivindicam a reposição plena das perdas históricas e tampouco tem como eixo a oposição operária e revolucionária ao governo Dilma. Com o início do circo eleitoral para amortecer a luta de classes, esta tarefa se impõe ainda mais urgente para a vanguarda classista que não se vergou a cooptação política e material imposta pela frente popular!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 239, 1ª Quinzena de Julho/2012


EDITORIAL
Começa o circo eleitoral da “democracia” dos ricos


PODRES PODERES
Matilha de bandidos cassa Demóstenes, o senador representante da “ética” republicana


CASSINO FINANCEIRO
O que está por trás das especulações acerca do crescimento do PIB de 2012?


VALE-TUDO ELEITORAL
Em nome da “revolução”, os cretinos do PSTU integram frente popular com o PCdoB para apoiar a candidatura de Edmilson Rodrigues pelo PSOL, o ex-prefeito petista que reprimiu professores em greve!


ENQUANTO DILMA PRESENTEIA MONTADORAS E GM ANUNCIA DEMISSÕES...
PSTU-Conlutas pede “contrapartida social” dos capitalistas e ajuda ao prefeito facistóide Eduardo Cury (PSDB)!


11º CONGRESSO NACIONAL DA CUT
CUT anuncia apoio a Haddad/Maluf e manifestações em defesa dos mensaleiros do PT!


BALANÇO DAS ELEIÇÕES DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS/CEARÁ
Divisão da Oposição, imposta pelo PSTU/PSOL, leva a vitória dos governistas da CUT/CTB


O “ANJO PORNOGRÁFICO” ENTRA EM CAMPO
100 anos do maior clássico do futebol brasileiro: o Fla-Flu, uma invenção “genial” do reacionário Nelson Rodrigues


FAMÍLIA “MURDOCH” MARINHO (TV GLOBO) VERSUS IGREJA UNIVERSAL (TV RECORD)
A Olimpíada mercantilizada é a “vítima” desta disputa comercial


A DESCOBERTA DA “PARTÍCULA DE DEUS”
A “última fronteira da ciência” a serviço da reação contrarrevolucionária e ideológica do imperialismo


ONTEM NA LÍBIA, HOJE NA SÍRIA...
A ONG “democrática” Human Rights Watch a serviço do imperialismo ianque


“REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA” MADE IN USA
OTAN “elege” coalizão comandada por Mahmoud Jibril, líder dos mercenários pró-imperialistas do CNT!


PRI VOLTA À PRESIDÊNCIA DO MÉXICO
Expressão “eleitoral” da ofensiva contrarrevolucionária mundial


ESPANHA EM LUTA
Mineiros marcham sobre Madri para enfrentar a ofensiva reacionária do franquista Rajoy!


COMBATE IDEOLÓGICO
Blog da LBI completa um ano como um instrumento vivo e militante na defesa programática do marxismo revolucionário!


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA