Imperialismo ianque
aprova “condenação” da Rússia no covil da ONU! Demais “BRICs” covardemente se
abstém do enfrentamento com os “donos do mundo”
A Assembleia-Geral da
ONU aprovou nesta quinta-feira, 27 de março, uma resolução apresentada pelos
EUA declarando inválido o referendo realizado no início do mês na Crimeia, no
qual foi aprovada a unificação com a Rússia. Houve 100 votos a favor, 11 contra
e 58 abstenções na votação na Assembleia integrada por 193 países. China, Índia
e Brasil, que integram junto com a Rússia o chamado BRIC vergonhosamente se
abstiveram demonstrando a covardia destes países de enfrentar, mesmo que na
esfera diplomática, o imperialismo ianque e europeu. O covil de abutres da ONU
aprovou o mesmo texto que a Rússia havia vetado no início do mês no Conselho de
Segurança, quando a China também se absteve cinicamente alegando que caso
votasse junto da Rússia estaria estimulando movimentos separatistas no seu
próprio território. Como se observa, ainda que os demais membros do BRIC possam
ser beneficiados economicamente com as sanções dos EUA a Moscou, já que Putin
tende a estreitar seus laços comerciais e militares com estes países “amigos”,
frente a retaliação ianque à soberana decisão do povo da Crimeia, seus
“parceiros” emergentes preferem não se chocar diretamente com a Casa Branca,
esperando o desfecho final da crise. A China, que teria poder militar para
através de uma aliança estratégica com a Rússia se contrapor minimamente aos
EUA, covardemente comandou a posição de abstenção dos outros membros do BRIC,
sinalizando seu objetivo de se preservar frente ao conflito em curso para se
alçar futuramente como “alternativa” ao poderio ianque diante de uma possível
fragilização russa.
Em 15 de março, um
projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que condenava o referendo
da Crimeia havia sido arquivado. O documento recebeu 13 votos favoráveis dos 15
membros do Conselho, mas foi rejeitado devido ao veto da Rússia, que, como
membro permanente, pôde bloquear a proposta. A China, como agora, se absteve,
sob o pretexto que o apoio a “independência” da Crimeia da Ucrânia pode abrir
um precedente para movimentos separatistas em futuras regiões chinesas como o Tibete. A conduta abjeta do PCCh demonstra na verdade que a covarde política da
burocracia restauracionista de Pequim deseja estrategicamente ver o avanço do
conflito entre o imperialismo ianque e a Rússia para que no futuro possa ela
mesmo ser supostamente a “potência militar” que faça o contraponto aos EUA,
ampliando sua área de influência política, econômica e militar. Acontece que
esta política do PCCh é suicida na medida em que favorece a sanha genocida da
Casa Branca não só contra a Rússia, mas sobre o conjunto das nações que não
estão servilmente alinhadas com o interesses dos monopólios ianques e europeus,
como o Irã e a própria China. Washington deseja futuramente livrar-se de Putin
e seu séquito estrategicamente para impor a sua semicolônia uma nova fase
histórica, hoje travada pelos arroubos do Kremlin, que utiliza do poderio
militar russo para barganhar áreas de influência regional com o imperialismo
ianque. Até antes da crise síria, a Casa Branca pretendia fazer da Rússia um
apêndice militar do Pentágono, já que do ponto de vista político desde a era
Yeltsin o Kremlin vem seguindo a Casa Branca em seus passos de rapinas
imperiais no planeta. Agora este processo encontra-se temporariamente congelado
porque o recuo forçado da ofensiva imperialista na Síria e Ucrânia fortaleceu a
Rússia como contraponto global à política de neocolonialista do Pentágono.
Frente a esta realidade, a China optou vergonhosamente por não fortalecer o
bloco político e militar com a Rússia, uma aliança que poderia sinalizar uma
clara contestação, mesmo no campo burguês, a hegemonia militar ianque sobre o
planeta, justamente quando a Rússia começa a emitir os primeiros sinais
políticos, ainda bem fracos é verdade, que pretende galvanizar um movimento
internacional para bloquear parcialmente a ofensiva imperialista contra os
povos e nações em pleno curso máximo.
O ministro das Relações
Exteriores do governo golpista e neofascista da Ucrânia, Andriy Deshchytsia,
foi escalado pelos EUA para apresentar o texto à Assembleia. Ele declarou: “O
objetivo deste documento é reforçar os princípios fundamentais das Nações
Unidas no momento em que eles estão enfrentando um grande desafio. Envia uma
mensagem essencial, de que a comunidade internacional não vai permitir que o
que aconteceu na Crimeia estabeleça um precedente para outros desafios à
estrutura internacional baseada em normas”. Não por acaso, no mesmo dia da
votação na ONU, o Congresso dos EUA aprovou um projeto de lei com uma ajuda
direta à Ucrânia de US$ 150 milhões e uma garantia de empréstimo que chega a
US$ 1 bilhão em apoio ao governo de Kiev. Também logo após a decisão, a OTAN se
pronunciou através do seu Secretário-Geral, Anders Fogh Rasmussen: “Todos os
aliados da OTAN garantiram nossa determinação de fornecer defesa efetiva...
Temos todos os planos colocados para fornecer defesa efetiva para nossos
aliados” usando as ex-repúblicas soviéticas da Estônia e Lituânia, dominadas
por títeres manietados pelo imperialismo ianque e europeu, como países
vulneráveis a possível “agressão russa”, já que a Ucrânia não é membro da OTAN.
Na verdade, as ameaças da OTAN são uma ação preventiva, já que a Alemanha teme
que um conflito bélico na região lhe seja extremamente prejudicial do ponto de
vista político e econômico. Há fortes divergências de como agir entre os EUA e
a Alemanha diante da crise com a Rússia, já que Merkel teme sérias
consequências para a Europa no caso de uma guerra, afetando não só o
fornecimento de gás e petróleo, mas colocando em risco os investimentos dos
capitalistas alemães na Rússia. O abastecimento de energia da União Europeia
depende do gás importado da Rússia. A Rússia não é só o principal provedor de
energia da Alemanha como também seu quarto sócio comercial por fora da União
Europeia.
Em resposta a decisão, o
embaixador russo na ONU, Vitaly Churkina, declarou que “Esta resolução não terá
nenhum efeito sobre nossa posição, já que o documento tem um fundo claramente
anti-Rússia. Consideramos que submetê-lo a uma votação só pode complicou as
coisas”. Ao mesmo tempo há informações que um contingente de 100 mil soldados
russos estão estacionado nas proximidades da fronteira da Crimeia com a
Ucrânia. Frente a esta realidade, os marxistas revolucionários além de
denunciarem a posição vergonhosa dos “BRIC’s” de sequer defenderem um país
membros do bloco dos ataques diplomáticos do imperialismo ianque e europeu,
declaram que se postam incondicionalmente ao lado da Rússia contra os EUA, a UE
e seus agentes neonazistas internos no caso de um enfrentamento bélico com as
potências capitalistas e a OTAN! O isolamento de Putin diante de seus próprios
parceiros comercias e políticos “privilegiados” demonstra que se diante da
profunda ofensiva neoliberal do imperialismo vier a ocorrer o deslocamento de
setores da burguesia nacional em alguns países para o campo político do
anti-imperialismo, como foi o caso da Venezuela do coronel Chávez e poderá ser
também uma possibilidade para a Rússia do ex-agente da KGB Putin, caberá
fundamentalmente ao proletariado mundial, mantendo sua independência de classe,
se postar em frente única com estes setores em luta contra o império, já que os
demais membros do BRIC se mostraram totalmente covardes em enfrentar os ditames
do imperialismo ianque.