Mais uma trabalhadora negra assassinada brutalmente pela PM de Cabral com as bênçãos de Dilma
Mais um crime covarde
foi praticado impiedosamente pela fascista e odiosa Polícia Militar de Sergio “Caveirão”
(PMDB) e seu comparsa, o Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de
Janeiro e ex-agente da ditadura militar José Mariano Beltrame, contra mais uma
trabalhadora negra e moradora de favela, fato que não é novidade haja vista o
verdadeiro processo de extermínio que há décadas a juventude negra e pobre vem
sofrendo no país. Na manhã do último dia 16, a vítima destes carrascos foi a trabalhadora
Claudia da Silva Ferreira de 38 anos, mãe de quatro filhos, covardemente
baleada por policiais militares quando saia de sua residência para comprar pão
no Morro da Congonha, zona norte do estado, sendo em seguida colocada friamente
no porta-malas do camburão de uma viatura, a qual saiu em direção ao Hospital
Carlos Chagas na zona norte, quando em meio ao trajeto a porta da viatura se
abriu e Claudia foi projetada para fora do veiculo, ficando pendurada pela
roupa no para-choque, sendo arrastada no asfalto barbaramente por cerca de 250
metros. Transeuntes avisavam os policiais que a mulher estava sendo arrastada,
fato ignorado pelos PMs que continuavam a guiar tranquilamente a viatura.
Segundo a filha de Claudia, Thais Silva de 18 anos que presenciou a cena
macabra: “Eles arrastaram a minha mãe como se fosse um saco e a jogaram para
dentro do camburão como um animal”, denuncia. É desta forma que agem os cães de
guarda da burguesia quando se trata de atacar a população pobre e explorada das favelas e
periferias dos grandes centros urbanos.
De acordo com a versão
da PM, como de praxe, Claudia foi baleada durante uma troca de tiros com
bandidos, fato amplamente desmentido por moradores locais, que veementemente
negaram tal afirmação em entrevistas a própria imprensa burguesa. Ainda de
acordo com vizinhos de Claudia “a polícia chegou atirando, baleando a mulher e
em seguida a colocou na viatura já desacordada”. A Secretaria de Saúde Pública
do Estado do Rio de Janeiro afirmou que Claudia deu entrada já sem vida no
Hospital Carlos Chagas, o que caracteriza homicídio por parte da polícia, que
para “fazer uma média” com a opinião pública e devido às pressões dos moradores
de Congonhas que na sequência organizaram uma série de protestos no bairro
contra os verdugos a serviço do governo Cabral, que cinicamente mandou “prender
administrativamente” dois subtenentes e um soldado, os quais não tiveram seus
nomes divulgados e segundo seus comparsas mafiosos da corporação “Também foi
instaurado um inquérito policial militar (IPM) para investigar o caso”
(Estadão, 17/03). Este fato certamente ficará por isso mesmo, visto o salvo-conduto
que estes bandidos de farda possuem para massacrar a população pobre.
Impressionante também é o silêncio de figuras abjetas e asquerosas como a
canalha do PIG, do porte dos Datenas, Rezendes e congêneres, que esperneiam de
indignação quando a vidraça de um banco é quebrada numa manifestação e agora
estão calados diante de tamanha barbaridade cometida pelos seus heróis
fardados, o que torna estes porta-vozes da burguesia cúmplices deste crime
contra nossa classe.
PM BRASILEIRA: UMA
VERDADEIRA “MÁQUINA” DE MATAR
A Polícia Militar
brasileira como cria direta da ditadura militar vem ao longo dos anos se
tornando completamente incontrolável, sendo criticada – embora demagogicamente –
até mesmo por um órgão imperialista como a ONU, que recentemente propôs a
dissolução desta, como afirma matéria do jornal O Globo: “O Conselho de
Direitos Humanos da ONU pediu nesta quarta-feira (30/05) ao Brasil maiores
esforços para combater a atividade dos 'esquadrões da morte' e que trabalhe
para suprimir a Polícia Militar, acusada de numerosas execuções extrajudiciais”
(O Globo, 08/2012).
De acordo com matéria do
Jornal do Brasil: “Em 2011, no Rio de Janeiro, 524 pessoas foram mortas pela
Polícia Militar em todo o estado, segundo dados do Instituto de Segurança
Pública, do governo fluminense. Em São Paulo, no mesmo período, foram 437
mortes, segundo a Secretaria de Segurança Pública paulista. Somadas, as estatísticas
revelam que, nos dois estados mais populosos do país, 961 mortes foram
cometidas por agentes do Estado em 2011 - um número 42,16% maior do que as
vítimas da pena de morte em todos os países pesquisados pela Anistia
Internacional” (Jornal do Brasil, 03/2012). A população negra se torna neste
caso, a maior vítima em potencial desta política de extermínio com contornos “malthusianos”
caracterizado por uma guerra de classe declarada pela burguesia e seu Estado
contra o proletariado, principalmente à sua parcela mais oprimida e
superexplorada que são justamente os trabalhadores negros, se desenvolvendo em
um verdadeiro “holocausto urbano” como diz uma música do grupo Racionais MCs.
Segundo artigo do Negro
Belchior em seu blog “A pesquisa Participação, Democracia e Racismo”, do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quinta-feira
apontou que, a cada três assassinatos no País, dois vitimam negros. Os dados
foram apresentados pelo diretor Daniel Cerqueira, no lançamento da 4ª edição do
Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi). De acordo com a pesquisa, a
possibilidade de o negro ser vítima de homicídio no Brasil é maior inclusive em
grupos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes. A chance
de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação com os
brancos. E ainda mostra que negros são maiores vítimas de agressão por parte de
polícia. A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que em 2009, 6,5% dos negros
que sofreram uma agressão tiveram como agressores policiais ou seguranças
privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga),
contra 3,7% dos brancos” (Negro Belchior, 10/2013). Dados que confirmam inapelavelmente
o verdadeiro processo de genocídio em andamento no Brasil contra a população
negra levado a cabo pela burguesia e sua polícia fascista, um monstro parido
diretamente da ditadura militar financiada pela CIA e o governo imperialista
ianque.
COMBATENDO O TRAFICO?
Para levar a diante esta
política assassina contra os trabalhadores nos bairros pobres e favelas, a
burguesia articula através do PIG uma verdadeira campanha de manipulação acerca
do trafico de drogas. Esta política é resultado direto das ordens emanadas dos
corredores da Casa Branca e sua doutrina de “tolerância zero”, baseada
totalmente na criminalização da pobreza e higienização social, visando afastar
a população pobre das regiões de interesse principalmente da especulação
imobiliária, o que tem ocorrido de forma recorrente mais intensamente em São
Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com o portal de noticias Terra “Segundo
estudo da Fundação Getúlio Vargas, o preço do aluguel nas comunidades do Rio de
Janeiro aumentou 6,8% a mais do que nos bairros nobres da cidade, sendo que o
valor de um imóvel na zona sul cresceu em média 45% nos últimos dois anos
segundo o Sindicato da Habitação (Secovi). Mas há casos específicos em que a
valorização passou de 100%”. Ou seja, a tática da burguesia e do capital
financeiro é implantar as UPPs a ferro e fogo através dos criminosos do BOPE,
para depois impor um verdadeiro estado de sitio contra as comunidades tornando
a vida dos trabalhadores insustentável expulsando-os para as regiões mais
afastadas da cidade, muitas vezes para zonas de risco como morros, córregos, aterros
sanitários etc.
Além da especulação
imobiliária, outros que vem ganhando muito com as incursões assassinas dos facínoras
fardados nos bairros proletários são a industria bélica e automobilística, beneficiadas
pelos contratos hiperlucrativos com os gerentes da burguesia como Cabral no
Rio. De acordo com o site Noticias Automotivas “O governo do Rio de Janeiro vai
substituir parte da frota da Polícia Militar. Serão 1.181 unidades do Renault
Logan e 321 exemplares do Chevrolet Blazer. No entanto, esta nova frota vai
custar aos cofres públicos a “bagatela” de R$ 490 milhões no aluguel das novas
viaturas por um período de 60 meses.
Esse dinheiro todo
ficará nas mãos da empresa CS Brasil, que pertence à empresa Julio Simões, que
já ganhou R$ 220 milhões em aluguéis com o governo do Rio, e segundo fontes,
sem licitação. Já o setor de guerra ligados à repressão recebeu do governo
carioca em 2008 por exemplo, a cifra de R$ 310 por habitante (Estadão),
enquanto os investimentos em saúde no estado Fluminense em 2013 por exemplo
ficou abaixo da média nacional: de acordo com estudos do IBGE, a média dos
estados ficou em 11,29% nos gastos, enquanto Cabral “investiu” 7,2%, nos
mostrando que está em curso o recrudescimento do regime burguês contra a massa
operária para beneficiar diretamente os lucros do capital, mostrando que o
discurso moralizante e histérico do PIG sobre o combate ao tráfico de drogas
não passa de cortina de fumaça para esconder os verdadeiros interesses
burgueses por trás das políticas de repressão aos bairros operários, como
afirmou o traficante Nem preso em 2011, onde afirmou categoricamente a
participação da polícia na repartição de parte do lucro do tráfico. Além disso,
não é segredo que os verdadeiros beneficiados com o tráfico de drogas são
justamente os grandes magnatas do capital como o banco Santander por exemplo,
que recentemente esteve envolvido em denúncias de lavagem de dinheiro da droga,
ou mesmo a CIA e o governo norte-americano que tem no dinheiro do tráfico um
importante aliado no financiamento de golpes de estado pelo mundo.
CRIAR COMITÊS DE AUTODEFESA
NÃO PARA DESMILITARIZAR, MAS PARA DESTRUIR A POLÍCIA!
Neste sentido, diante de
uma situação de extermínio da população trabalhadora desde seu local de moradia
pelas mãos do Estado burguês, não resta outra alternativa que não seja a
resistência direta e sua autodefesa contra os facínoras fardados. Dessa forma,
é imperativo a criação de Comitês de autodefesa pelos trabalhadores que estão
sendo brutalizados pela PM como fizeram os Panteras Negras nos EUA nas décadas
de 60 e 70, como forma de sobrevivência de todas as comunidades moradoras das
favelas e periferias do país, bem como a articulação de uma frente única de
luta de favelas. Dessa forma, ao contrário do que pregam os revisionistas do
PSTU e PSOL que desejam desmilitarizar essa corporação, o movimento de
resistência tem que se basear num dos princípios mais fundamentais da luta de
classe elaborada por Marx e Engels que é a destruição violenta de todo aparato
repressivo da burguesia. Fato este que não pode estar separado da luta pelo poder
do proletariado, pondo fim definitivo através da revolução socialista a toda
ordem burguesa apodrecida que necessita da guerra contra nossa classe para
sobreviver. Desde já, prestamos toda nossa solidariedade a familia de Claudia,
vítima da Polícia fascista de Cabral.