Neonazistas não passarão
impunemente pela Crimeia, derrotar os entreguistas de Kiev nas ruas e na
guerra!
A Ucrânia está às
vésperas de uma guerra civil, os neofascistas que tomaram o poder na capital
Kiev não esperavam a forte reação do proletariado do país, concentrado
principalmente nas regiões industriais do Sul e leste. A população da Crimeia,
onde fica localizada a maior base militar naval do Mar Negro, majoritariamente
de origem russa não aceita como legítimo o governo golpista comandado pelo
entreguista, Oleksander Turchinov, do Partido Pátria. Na histórica cidade de
Sebastopol (cidade heroica), onde estão localizadas as principais instalações
da frota naval russa no Mar Negro, a população forma milícias armadas que
pretendem proclamar a independência total da Crimeia em relação ao governo de
Kiev, que já pediu apoio da Casa Branca para atacar o sul do país. A mídia “murdochiana”
atribui a resistência da Crimeia em aceitar as ordens do novo governo da
coalizão pró-imperialista (PP e organizações neofascistas) como sendo um
produto exclusivo das diferenças étnicas, “esquecem” que Sebastopol resistiu
heroicamente de Outubro de 1941 até julho de 1942 à invasão nazista alemã de
seu território. Agora quando as hordas fascistas realizam marchas em Kiev,
destruindo os símbolos da resistência contra o nazismo e apoiadas pelo atual
governo golpista, não nos surpreendemos com a corajosa reação da classe
operária da Crimeia que afirma que não será dominada pelos neonazistas, desta
vez incentivados pelo imperialismo
ianque. Diante da ameaça de uma agressão à população da Crimeia pelos golpistas
de plantão, o governo Russo não se fez de rogado e convocou o parlamento (Duma)
para aprovar o envio de uma força militar para sustentar a soberania da Crimeia
em relação a Kiev. A península da Crimeia é uma região estratégica para os
planos Putin estender a influência russa sobre o que denominou de “Eurásia”, a
instalação de um enclave militar dos EUA e da UE nesta região desmoralizaria
completamente o peso político de Moscou, que mesmo com o desaparecimento da
URSS ainda se constitui como a segunda maior potência militar do planeta. Na
base naval da Crimeia, “devolvida” a Ucrânia em 1954 por Khrushev, o governo
russo mantém cerca de 25 mil marinheiros, incluindo até modernos submarinos
nucleares. Por sinal foi neste mesmo porto de longa tradição militar que a
tripulação do famoso encouraçado Potemkin se amotinou precisamente em
Sebastopol, dando lugar ao começo da Revolução Russa em 1917.
O reacionário governo
Turchinov, ancorado no que pensa ser uma “insurreição popular” de extrema-direita,
que derrocou o vacilante Yanukovich do Partido das Regiões, convocou as forças
armadas da Ucrânia para dar uma resposta enérgica ao que chamou de “ingerência
russa” em seu território. Longe de ser um ato de “bravura nacional” de
Turchinov, este antes assegurou-se que o “padrinho” da praça Maidan, Barack
Obama, lhe daria total respaldo político e militar. Obama logo atendeu ao
pedido dos golpistas e ameaçou explicitamente Putin de que a OTAN poderá entrar
em uma guerra contra a Rússia. Ironicamente o chacal imperialista falou em
defesa do respeito à “soberania de um país”, logo este monstro que tem as mãos
sujas de sangue do povo líbio e que recentemente ameaçou atacar a soberania da
Síria. Mas não demorou muito para que as bravatas de Turchinov caíssem por
terra, logo pelas mãos do comandante em chefe da marinha ucraniana, o almirante
Denis Berezovski, que anunciou sua absoluta fidelidade “ao povo e ao governo
autônomo da Crimeia”.
Desgraçadamente muitas
correntes revisionistas tem visto com extrema simpatia política o processo de
ascensão do neofascismo na Ucrânia. Morenistas da LIT/PSTU afirmam que a queda
do governo burguês restauracionista de Yanukovich foi produto de uma “revolução”,
e que o Partido Pátria (PP) do atual presidente Turchinov e da ex-primeira
ministra Yulia Tymoshenko não seria de “direita mas apenas neoliberal”. Não
seria demais lembrar a estes impostores da LIT que o partido de Hitler “Nacional
Socialista” não era originalmente “100% fascista”, sua “evolução” para as
posições da extrema-direita mais recalcitrante foi produto da própria dinâmica
da luta de classes na Alemanha. Não por coincidência, o PP mantém em seu
gabinete interino um dos “três grandes” partidos políticos que impulsionaram os
protestos, o ultranacionalista Svoboda (neofascista), liderado por Oleh
Tyahnybok, que clama pela “libertação” de seu país da “máfia
judaico-moscovita”. Tentar separar o chamado “movimento Maidan” das iniciativas
nazi que hoje aterrorizam a Ucrânia, configura uma enorme fraude política,
utilizada largamente pelos revisionistas que também apoiam a “revolução made in
CIA” que ameaça desestabilizar o governo nacionalista burguês da Venezuela.
Como Marxistas
Revolucionários conhecemos muito bem a natureza de classe do atual governo
russo, assim como das forças políticas que se alinhavam em torno do
ex-presidente Viktor Yanukovich, ambos herdeiros políticos do processo da
restauração capitalista da antiga URSS. Mas em um conflito político que ameaça
transbordar da arena regional para o cenário mundial, e que o imperialismo
ianque assume novamente o protagonismo militar, como ponta de lança para
sedimentar seu ataque aos povos e conquistas operárias históricas, não
poderíamos ficar “neutros” sob a falácia de que nenhum dos dois lados é
representante das posições revolucionárias. Frente às ameaças da Casa Branca e
seus acólitos europeus de retaliar a Rússia caso esta apoie militarmente a
vontade soberana da população da Crimeia, nós Leninistas estaremos na primeira
fileira da mesma trincheira de combate do governo Putin, lutando neste mesmo
campo militar, porém com total independência política dos interesses das
burguesias nacionais em uma possível guerra. A derrota do imperialismo, que em
sua atual ofensiva neoliberal contra as nações oprimidas ressuscita como sócio
o nazi-fascismo, continua sendo nosso primeiro objetivo estratégico, sendo
desta maneira o melhor caminho para “fertilizar” novos Vietnãs e abrir o passo
novamente para a revolução socialista mundial.