7 a 1: Dilma em “alerta
vermelho” ao mesmo tempo em que as hienas da direita salivam para “faturar”
politicamente em cima da humilhante derrota
A acachapante vitória da
seleção alemã sobre um atônito Brasil nesta tarde de 8 de julho com certeza
entrará para a história do futebol mundial, mas também terá desdobramentos na
arena política nacional por mais que os principais protagonistas da “Copa da
eleição” tentem negar. Mal terminava o primeiro tempo da partida, com a vitória
já previamente selada da Alemanha, a principal questão que se debatia nas
chamadas “redes sociais” da internet não era futebolística e sim política. Qual
seria o impacto da humilhante derrota brasileira sofrida no gramado nas
próximas eleições presidenciais, ou mesmo se as “Jornadas de Junho” retomariam
com toda a força após o término da Copa sem a “Taça”. Para responder
corretamente estas questões, em primeiro lugar teríamos que separar os
verdadeiros fatores táticos da derrota em campo da seleção, para depois tentar
estabelecer uma “ponte” entre o desastroso resultado esportivo e a conjuntura
que se abre no país com o “apito” inicial da corrida eleitoral. A elástica goleada
sofrida hoje não foi produto de uma “fatalidade” ou mesmo dos desfalques de
Neymar e Thiago Silva, sem dúvida dois nomes importantes no elenco “canarinho”,
o vexame de hoje é a consequência de todo um planejamento “criminoso” da
comissão técnica da CBF, privilegiando a convocação de jogadores medíocres “bancados”
por corporações capitalistas (em sua maioria estrangeiras) e de uma formação
tática completamente equivocada em campo. O caso emblemático do nosso ineficaz centroavante
Fred, patrocinado pela UNIMED, revela o horizonte tacanho que visualizava
Felipão e sua “turma”. Aliás, nosso treinador muito mais se preocupou em fechar
contratos de publicidade do que preparar tecnicamente a seleção brasileira. De
fato, antes da Copa, Felipão só “contabilizou” menos do que o jogador Neymar,
realizou comerciais para as empresas Gillette, Sadia, Vivo, Ambev, Peugeot e
Walmart. Em março deste ano, três meses antes da Copa, ele apareceu em 318
inserções de comerciais na mídia televisiva. A tentativa de tentar transferir
totalmente o ônus da derrota da seleção para a conta política do governo Dilma
é oportunista, apesar da presidente ter sua parcela de responsabilidade ao
prestigiar a máfia dirigente da CBF, inclusive com a destinação de “generosas”
fatias do orçamento “público” estatal para uma entidade privada. Sejamos
sinceros se a fragorosa derrota da seleção não servirá para criar uma onda de
ufanismo patrioteiro no país, como em 70, também não poderá ser utilizada pela
direita tucanalha pelo simples fato de que o grande “desastre” da Copa (tão
esperado pelo PIG) só ocorreu dentro das quatro linhas do gramado.
Para os interesses da
Casa Branca no país era totalmente descartado que a FIFA entregasse o “Caneco” à
seleção brasileira, e não temos a menor dúvida que a obscura entidade presidida
por Joseph Blatter não passa de mais um organismo colateral do imperialismo,
sob a fachada “esportiva”. Não porque Obama e C&A sejam contra a
continuidade da gerência neoliberal petista por mais um mandato, mas pela
necessidade de colocar o novo governo Dilma acuado “nas cordas”, preparando a
transição para um governo da direita ortodoxa “pró-ianque” em 2018. Nós da LBI
caracterizamos a “montagem” desta situação em um artigo escrito na véspera da
abertura da Copa: “Ao contrário do tricampeonato no México, onde a burguesia
mundial precisava dar a vitória para a ditadura militar, hoje ocorre o inverso,
sendo a derrota brasileira na Copa a melhor opção do imperialismo para
disciplinar a Frente Popular na direção do capital financeiro” (Blog da LBI, 11
de junho/2014).
As organizações Globo
trabalharam em duas frentes de ação, uma para a derrota da seleção e outra para
uma catástrofe da Copa. Na primeira tarefa alabou ao máximo as pseudoqualidades
do decadente Felipão, o técnico responsável pelo rebaixamento do Palmeiras no campeonato
brasileiro anterior. Felipão montou claramente uma equipe para a derrota,
convocando jogadores inexperientes e sem o “talento” necessário para disputar
uma Copa do Mundo, salvo algumas exceções. Apesar da sofrível campanha da
primeira e segunda fases, Felipão manteve a estratégia na armação do time,
sendo apoiado integralmente pelos ventríloquos da mídia “murdochiana”. O “histórico”
resultado do placar de hoje foi apenas a confirmação de uma crônica previamente
anunciada... o Brasil não vai ganhar a Copa!
O governo Dilma
obviamente tenta agora capitalizar demagogicamente o resultado da Copa fora do
campo: “A Copa das Copas!”, explorando eleitoralmente a constatação da inexistência de uma
catástrofe tão sonhada pelo PIG. Porém, a verdade é que o “grande legado”
deixado pela “Copa das empreiteiras” será o recrudescimento da repressão
policial e política em relação aos movimentos sociais, acompanhada da “farra”
dos negócios realizados pelas corporações capitalistas, as custas das péssimas
condições de vida do povo brasileiro.