quinta-feira, 3 de julho de 2014


Bombardeio na Faixa de Gaza, tanques cercam a Cisjordânia: Vingar a ofensiva genocida de Israel através da luta pela destruição do enclave sionista e por uma Palestina soviética!

Durante toda esta semana o enclave sionista de Israel bombardeou sistematicamente a Faixa de Gaza. Só nesta quinta-feira, 03 de julho, aviões sionistas lançaram mísseis por 15 vezes no território palestino. Na Cisjordânia, houve novas incursões militares com tanques e tropas atacando o povo palestino, inclusive crianças. Esta ofensiva tem como base manifestações reacionárias em várias cidades de Israel que exigem “vingança” pela morte de três colonos sionistas na Cisjordânia. O desaparecimento dos jovens colonos sionistas que ocupavam terras palestinas foi dado como pretexto pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu iniciar a operação militar Guardião Fraterno (uma referência bíblica) com o aumento da presença militar israelense na Cisjordânia, detenções arbitrárias, toques de recolher, demolições de casas, invasões e as mortes de 10 pessoas. O jovem palestino Mohammed Abu Khdeir, de 16 anos, foi sequestrado e barbaramente assassinado como parte desta reação sionista. Além dele, outros quatro jovens foram mortos: Yusuf Abu Zagher, de 18 anos, no campo de refugiados de Jenin, na terça-feira (1º/7); Mahmoud Dudin, de 15 anos, na cidade de Dura; Mohammad Abu Thahr, também de 15 anos, e Nadim Nuwara, de 17 anos, ambos alvos de um atirador de elite israelense. São “apenas” quatro das mais de 1.500 crianças e adolescentes palestinos mortos pela ação israelense entre 2000 e 2013, ou seja, uma a cada três dias. Como se observa, as verdadeiras vítimas são sempre os palestinos, que tiveram seu território histórico rapinado pelo enclave e seus colonos há décadas. Para vingar a ofensiva genocida de Israel é preciso unir o povo palestino e seus aliados da região no combate pela destruição do enclave sionista e por uma Palestina soviética, rompendo com as “negociações de paz” tem desmoralizado a direção da ANP frente às massas em luta!

Os objetivos dessa operação de guerra são o estabelecimento de um acordo ainda mais desfavorável aos palestinos, a desmoralização completa do Hamas, a exemplo do que aconteceu com a OLP, o isolamento da Faixa de Gaza da Cisjordânia e o estrangulamento das condições de vida em Gaza, hoje uma região completamente dependente do Egito e da UE, aliados dos EUA. O verso de que os novos ataques sionistas seriam uma “resposta” aos lançamentos de mísseis Qassam contra o território israelense é uma farsa. Enquanto mísseis caseiros atingem na maioria das vezes áreas remotas que não chegam a causar nem mesmo danos materiais, um enclave militar financiado pelo imperialismo investe sua descomunal força contra uma minúscula região onde vivem amontoadas cerca de 1,5 milhão de pessoas. A Faixa de Gaza mais se parece com uma prisão a céu aberto, com Israel buscando copiar os campos de concentração nazista.

O fato de Israel ter bombardeado a Faixa de Gaza pouco mais de um mês após as facções palestinas terem fechado o acordo demonstra que a ocupação teme a unidade palestina, mesmo que ela seja apenas um elemento de barganha em nome da política dos “dois estados”. Lembremos que no final de abril o chacal Netanyahu anunciou o cancelamento da sessão de “negociações de paz” marcada para maio, reforçando que Israel se nega a sentar à mesa com um governo que tenha a presença do Hamas. Do ponto de vista dos interesses do povo palestino, essas negociações sempre foram parte de uma estratégia de traição à causa por parte do corrupto Al Fatah de Abbas, tendo em vista que não correspondem aos interesses do povo e sim a uma barganha visando fortalecer o aparato da ANP. De qualquer forma, é necessário lutar para que a “unidade palestina” esteja baseada na consigna da destruição do enclave sionista e não no seu reconhecimento, como quer a direção do Al Fatah que pressiona o Hamas para fazer mais essa concessão a fim de garantir “ajuda internacional” da Europa e dos EUA ao aparato da ANP.

O porta-voz das Brigadas Ezedin Al-Qassam do Hamas – partido à frente do governo de Gaza – disse em coletiva de imprensa que “a ameaça de uma ação militar israelense contra a Faixa de Gaza não nos amedronta” e garantiu que as brigadas têm meios para contra-atacar. Mísseis artesanais foram lançados em Israel, porém a maioria foi interceptada e o restante não causou vítimas. Não bastassem os bombardeios que ceifaram já dezenas de vítimas, Israel prepara uma invasão terrestre a Gaza. Tanques israelenses na fronteira do território palestino estão posicionados para entrar na área marcada pela pobreza, onde vivem 1,5 milhão de pessoas. Diferente do que vende a mídia burguesa, a ação palestina não é um ato terrorista, mas uma resposta legítima ao avanço das colônias sionistas.

Para vencer Israel e derrotar sua ofensiva militar é preciso impulsionar uma frente única com a resistência palestina, o Irã, a Síria e o Hezbollah, onde as organizações marxistas revolucionárias atuem na mesma trincheira de combate destes países e dos grupos políticos na luta contra o imperialismo, tendo completa independência política diante do programa burguês-teocrático destes regimes e grupos. Nesse sentido, é preciso que os trabalhadores pelo mundo se levantem em luta contra Israel se postando pela vitória militar da resistência palestina para destruir o enclave nazi-sionista! Alertamos que no curso desta tarefa, a superação das direções burguesas e teocráticas, que apesar das heroicas ações militares que encabeça é refém de um programa teocrático-burguês e uma condição fundamental para a conquista da verdadeira pátria palestina no conjunto dos territórios históricos rapinados pela máquina de guerra sionista. Sem depositar-lhes qualquer confiança política, os revolucionários se colocam incondicionalmente em defesa do Hamas, da Jihad islâmica e de todas as organizações da resistência palestina e árabe perseguidas pelo imperialismo, o sionismo e seus tentáculos assassinos. As guerrilhas anti-imperialistas da Palestina, Afeganistão, Iraque, Síria, Irã e Líbano devem colocar todo seu aparato militar em solidariedade a Gaza para o armamento de todo o povo palestino contra o gendarme nazi-sionista. Somente a construção do partido revolucionário, seção da IV Internacional, poderá dirigir o proletariado e as massas palestinas e árabes ao triunfo da luta pela destruição do enclave nazi-sionista de Israel e o estabelecimento de uma Palestina Soviética baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e hebreus.