terça-feira, 1 de julho de 2014


PSTU coliga com a REDE de Heloísa Helena “abrindo” um palanque em Alagoas para a dupla Eduardo&Marina

Caiu por completo a máscara do PSTU que afirmava utilizar as eleições burguesas para publicitar um programa “socialista” em oposição aos acordos e coligações com os partidos das classes dominantes. Em Alagoas, sem o menor constrangimento, o PSTU acaba de firmar uma coligação para disputar o governo e a vaga ao Senado com o PSOL/ REDE, representado na figura da vereadora Heloísa Helena e Mário Agra, dirigentes da REDE e apologistas incondicionais da candidatura de Marina Silva no interior do PSB. Heloísa Helena e seu grupo político em nível nacional, que também agrupa os nomes de Martiniano Cavalcante e Elias Vaz envolvidos com o “bicheiro” Carlos Cachoeira, haviam rompido com o PSOL e se filiado ao REDE no ano passado. Como o novo partido da ecocapitalista não conseguiu o registro eleitoral, graças a uma manobra do TSE para beneficiar a candidatura do PT ao Planalto, os militantes do REDE se “espalharam” em vários partidos, enquanto Marina ingressa no PSB para ser a vice na chapa presidencial de Eduardo Campos. A ex-senadora permaneceu no PSOL alagoano para concorrer a uma cadeira no parlamento, porém declarou estar engajada na empreitada de sua ex-companheira do PT, como todos podem aferir em suas publicações políticas. O PSTU já vinha defendendo desde 2013 uma aliança eleitoral mais ampla, simpático a uma possível “filiação democrática” de Marina nas fileiras do PSOL, o que garantiria a eleição de uma espetacular bancada no Congresso Nacional. Obviamente, Marina optou por filiar-se a um partido burguês com ampla estrutura nacional, o PSB, enquanto aguarda para 2015 a finalização institucional do processo de legalização da REDE. Mas a ex-ministra do governo Lula orientou que seus apoiadores permanecessem em seus partidos de origem, incluindo legendas que vão do PDT, PV, PROS e até o PSOL, além é claro do próprio PSB. Esta é a situação eleitoral de Alagoas, onde uma franja larga de partidos estão engajados na campanha para Heloísa retornar ao senado, em um confronto direto com o ex-presidente Collor de Melo. Nesta polarização onde Collor e Renan são fiéis cabos eleitorais de Dilma, Heloísa galvaniza politicamente o apoio a dupla Eduardo & Marina, já que o PSDB no estado “naufragou” com a falência do governo Teotônio, abrindo mão da disputa para emplacar o nome Aécio Neves. Até aí nenhuma grande surpresa, Alagoas apenas reproduz o que os políticos burgueses apelidaram de “suruba eleitoral”, o “fato novo” mesmo foi o PSTU, que bastardamente reivindica o “classismo e as lutas” integrar diretamente o “chapão” burguês de Heloísa, indicando o cargo de vice governador na companhia do “cabeça” Mário Agra, que formalmente diz que votará em Luciana “Gerdau”, enquanto sua colega de chapa, a reacionária Heloísa (dirigente da cruzada antiaborto), jura “amor eterno” à neoliberal Marina Silva. Os Morenistas do PSTU como “bons” oportunistas, sem o menor princípio de classe, não conseguem passar no teste mais elementar da luta de classes: A cretina sedução do parlamento da burguesia!

Para falarmos com toda franqueza, podemos afirmar que a fórmula presidencial apresentada pelo PSTU, encabeçada por Zé Maria, não passa de uma casca vazia, na verdade uma “cobertura” pela esquerda da plataforma política burguesa do PSOL que está coligado na maioria dos estados da federação com os Morenistas. Cinicamente o PSTU se “escandaliza” com a aliança do PSOL “fechada” no Amapá com o PSB, tentando dar “lição de moral” no grupo do senador Randolfe Rodrigues que tentou em vão até o último momento encabeçar ele próprio uma chapa de oposição ao governo Capiberibe. Mas será que os Morenistas já se esqueceram tão rápido do conteúdo partidário da coligação celebrada por eles nas eleições passadas em Belém? E agora em Alagoas onde costuraram nos bastidores o acordo para apoiar Heloísa Helena, a principal “cabo eleitoral” da dupla “Dudu&Marina” no estado!

No “vale tudo” eleitoral do PSTU, onde também impera a demagogia da suposta defesa de uma política classista, não importa se os aliados do PSOL são amigos “muito íntimos” do chefão do jogo do bicho no país, afinal o grupo de Martiniano e Heloísa é “socialista” (socialdemocrata) ainda que sob a égide da corrupção programática e material. O que ocorre hoje em Alagoas com o PSTU é apenas o reflexo direto de seu arco de alianças em nível nacional, cabendo “acordos” (financeiros e políticos) que vão desde a grande corporação capitalista Gerdau no Rio Grande do Sul até a “costura” indireta para o palanque de Marina Silva no Nordeste.

Nós da LBI somos bem francos e “ácidos” na “leitura” política do atual mapa eleitoral surgido no país para este ano. Não existe nenhuma alternativa classista e revolucionária para os trabalhadores no marco das candidaturas já postas pelos partidos que se reivindicam da “esquerda socialista”. O PCB e PSTU são apêndices do PSOL, apesar de ambos contarem com candidaturas majoritárias à presidência da república, os acordos estaduais realizados sob a absoluta hegemonia programática do “maior partido” e, não por coincidência, o único com representação parlamentar no Congresso, comprovam o que afirmamos. O PCO “barrado na festa” eleitoral do revisionismo, que está no momento muito ocupado em “vibrar” com a realização da Copa no Brasil, significa apenas a versão política liliputiana do Morenismo. Na ausência de uma perspectiva operária e revolucionária para as próximas eleições não dissimularemos nossa posição na defesa do Boicote Eleitoral Ativo, combinando esta tarefa com a consigna da necessidade da construção do partido Leninista, demarcando desta forma com todas as variantes anarquistas e despolitizadas (antipartido) que estão no campo do Voto Nulo.