“Estado de sítio” no
final da Copa do Mundo: Liberdade para Sininho, militantes do MEPR e todos os presos políticos do governo Pezão/Dilma!
Neste sábado, 12 de
julho, véspera da final da Copa do Mundo da mafiosa e corrupta FIFA, em um
verdadeiro estado de sítio foram presos 19 ativistas políticos, entre eles a
companheira Sininho, militantes do MEPR e outros ativistas independentes em uma
megaoperação policial que contou com a participação de 80 agentes, uma aeronave
e o apoio do serviço de inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro e da ABIN/PF
do governo Dilma. Sininho foi detida em Porto Alegre e levada para a capital
fluminense onde se encontra presa junto com os demais companheiros. A acusação
é que ela, militantes do MEPR e companheiros independentes estavam organizando
um “protesto violento” durante a final do mundial de futebol. Trata-se de uma
clara perseguição política, onde “provas” foram forjadas pela Delegacia de
Repressão a Crimes de Informática (DRCI) justamente para incriminar os
companheiros por formação de quadrilha, acusando-os de portarem armas e
explosivos para desferir um “ataque terrorista”, enquanto ocorreria a partida
entre a Alemanha e a Argentina. O delegado geral da Polícia Civil do Rio,
Fernando Veloso, cinicamente declarou ter provas “robustas e consistentes de
que parte do grupo planejava protestos violentos, que aconteceriam entre este
sábado e no domingo, na final da Copa do Mundo. Essa operação pode ter evitado
uma série de atos de violência com artefatos explosivos que essa quadrilha
pretendia desencadear, especialmente neste domingo” (G1, 12/07). Desde a LBI
denunciamos esta farsa montada contra os camaradas e responsabilizamos os
governos Pezão/Dilma pela prisão dos militantes que convocaram publicamente uma
manifestação para este domingo com o objetivo de contestar os gastos
bilionários com a farra da FIFA no Brasil. Nossa corrente, que já teve
militantes presos durante os protestos contra a Copa, se coloca
incondicionalmente ao lado da companheira Sininho, dos militantes do MEPR e
demais ativistas políticos presos e exige sua liberdade imediata assim como convoca
as demais organizações políticas a se somarem a esta campanha, inclusive
mantendo o protesto que está marcado para este domingo no Rio de Janeiro, as
13hs, na Praça Saens Peña, na Tijuca! O ataque repressivo a Sininho e demais
companheiros é um ataque ao conjunto da esquerda anticapitalista e
revolucionária, já que atenta diretamente contra as liberdades democráticas dos
ativistas e organizações políticas que contestam não só a farra bilionária da
FIFA como o conjunto do regime político burguês em nosso país!
O advogado de defesa de
Elisa Quadros, Marino D'Icarahy, afirmou que a operação policial é uma
tentativa de calar as vozes que vêm das ruas, criminalizando a atuação dos
movimentos sociais. Até a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ)
denunciou que as prisões eram arbitrárias. Em nota a OAB-RJ declarou:
“Considerando-se que uma manifestação foi convocada para amanhã, dia 13, as
prisões parecem ter caráter intimidatório”. Os companheiros ficarão presos
temporariamente, por no mínimo cinco dias, acusados por formação de quadrilha
armada, com pena prevista de até três anos de reclusão. O caráter político da
prisão ficou ainda mais claro na declaração da delegada Renata Araújo, adjunta
da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI). Ela informou que
declarações, panfletos e páginas na Internet de membros da Frente Independente
Popular (FIP), Black Blocs e outros ativistas estavam organizando a
manifestação “Não vai ter final” em alusão ao próprio movimento “Não vai ter
Copa”. Para reprimir as manifestações neste final de Copa, mais de 25 mil
homens de várias corporações policiais, incluindo os treinados nos EUA e
agentes da PF, participarão do esquema repressivo, informou o fascista
Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que classificou o esquema como
a maior operação de segurança da história do Rio de Janeiro. Este é o “grande
legado” que a “Copa das Copas” das empreiteiras deixará para o Brasil, junto
aos operários mortos nos estádios e nas demais obras, como o viaduto que
desabou em BH!
As diferenças políticas
e programáticas que temos com o MEPR e a própria Sininho só reforçam a
necessidade de fazermos a campanha pela liberdade dos companheiros! Por isso, a
LBI faz nossas as palavras da nota publicada pelo MEPR em que se afirma “Ao
prender e perseguir mulheres e homens que lutam os governantes não os atacam
como indivíduos somente, atacam a causa que esses ativistas representam e, por
isso, não pode haver silêncio em nosso meio. O posicionamento e o trabalho
ativo pela libertação de nossos presos é uma obrigação de todos os que defendem
uma mudança em nossa sociedade, qualquer que seja sua orientação política ou
ideológica” (MEPR, 12/07). Prestamos toda nossa solidariedade aos lutadores
perseguidos pela repressão estatal independente de que corrente seja! Chamamos as organizações políticas a romperem com a política de “lavarem
as mãos” quando são presos militantes e ativistas de correntes adversárias!
Como genuínos trotskistas, nos delimitamos do limitado programa anarquista dos
Black Blocs e mesmo dos desvios espontaneístas dos maoistas do MEPR e da FIP.
Entretanto, nossa crítica leninista a este setor nunca servirá para justificar
a repressão estatal, como se esta necessitasse dos desvios “ultraesquerdistas”
ou “espontaneístas” para atacar o conjunto do movimento de massas! A crítica
marxista a chamada “tática BB” também não deve representar a apologia política
do pacifismo, como tanto insiste o PSTU e PSOL, que muitas vezes se somam ao
coro reacionário do PT e da direita na crimininalização destes companheiros.
A posição da vanguarda
classista deve ser intransigente na defesa incondicional de todos os ativistas
populares que integram o movimento “Não vai ter Copa”, diante da repressão
estatal. Alertamos que há ainda mais mandados de prisão sendo expedidos e segue
a perseguição aos militantes “foragidos”. A farra bilionária da FIFA foi um
período em que nosso país mergulhou na corrupção deslavada e no arbítrio
fascistóide. O direito à manifestação foi simplesmente cassado. Cercos
militares contra manifestações, “batidas” nas primeiras horas do dia em casas
de ativistas, espancamentos, prisões em massa e processos ilegais, além de 250
mil pessoas removidas de seus locais de habitação, esse é o verdadeiro legado
da Copa do Mundo no Brasil, acompanhada da “farra” dos negócios realizados
pelas corporações capitalistas, as custas das péssimas condições de vida do
povo brasileiro. Por isto, mais do que nunca, no dia da final do mundial de
futebol, gritemos bem alto: Liberdade para Sininho, militantes do MEPR e
ativistas independentes presos políticos dos governos Pezão/Dilma em nome garantir
uma final sem protestos populares na Copa da mafiosa FIFA, em um estado de
sítio montado no Rio de Janeiro!