quinta-feira, 24 de julho de 2014


Professores de Fortaleza decretam greve para derrotar os ataques neoliberais da oligarquia Gomes e seu aliado “canino”,
o PT!

Mais de dois mil trabalhadores em educação de Fortaleza decidiram na manhã desta quinta-feira, 24 de julho, que entrarão em greve no próximo dia 1 de agosto. Expressando o profundo repúdio à política de arrocho salarial e corte de direitos do prefeito Roberto Cláudio (PROS), filhote da oligarquia Ferreira Gomes, os professores rechaçaram as esmolas oferecidas pela administração municipal, exigindo o pagamento das “dívidas” que a prefeitura tem com os trabalhadores, como 4,9% do piso salarial retroativo a janeiro, aumento do vale alimentação e o pagamento dos anuênios atrasados. Além disso, eles exigem que a proposta de concentrar mais poderes nos diretores de escolas seja retirada já que os gestores seguem as truculentas ordens diretas do prefeito e de seus aliados políticos, que vão desde a direita (DEM) até o PT. A companheira Simone Freitas, professora e dirigente da TRS/LBI, interveio na assembleia (Ver Vídeo) denunciando não só os ataques desferidos pela prefeitura do PROS, mas também a política da direção do SINDIUTE que hoje faz o jogo da direção estadual do PT, aliada da oligarquia Ferreira Gomes. Não por acaso, os burocratas sindicais que romperam com a corrente revisionista “O Trabalho” e se bandearam corrompidamente para a Articulação (PT) trataram de em nome do “respeito à lei de greve” adiar por mais de uma semana o início da paralisação, quando os professores já desejavam sair da assembleia de braços cruzados para impedir a perseguição e o assédio moral dos diretores, capachos da prefeitura, tanto que tiveram um aumento de 40% em seus salários no último ano para intimidar os trabalhadores em educação e defender o programa educacional privatista e excludente de Roberto Cláudio! Como afirmou a companheira Simone, a greve só será vitoriosa se o SINDIUTE romper com a sua política de paralisia e apoiar os piquetes nos locais de trabalho impulsionados desde a base da categoria, conduta que certamente não ocorrerá tendo em vista a política de colaboração de classes desta canalha sindical vendida.

A greve dos professores de Fortaleza ocorre em um momento delicado para o prefeito Roberto Cláudio e a própria oligarquia Ferreira Gomes (PROS). Depois do “racha” na base de apoio do governo Dilma no estado do Ceará, a coligação que apoiava o prefeito se dividiu e o PMDB do Senador quadrilheiro Eunício Oliveira e do vice-prefeito Gaudêncio vem capitalizando pela direita o desgaste das duas gestões de Cid Gomes no governo do estado, estando o peemedebista bem à frente nas pesquisas eleitorais para governador. Em desespero, a oligarquia Ferreira Gomes entregou a cabeça de chapa para um candidato do PT, Camilo Santana, que é um verdadeiro laranja de Cid no interior do PT. Com a divisão da classe dominante, a luta dos professores pode avançar em suas reivindicações, entretanto para conquistar este objetivo precisa superar a política da direção petista no SINDIUTE, que no “frigir dos ovos” responde docilmente aos aliados do próprio prefeito. Uma importante deliberação da assembleia é que nenhum candidato a deputado ou prefeito tenha direito de voz nas assembleias, já que todo arco político desde o PROS, passando pelo PT e até o PSOL já assumiram cargos de confiança na prefeitura de Fortaleza e atacaram direitos dos professores. No caso do PT, Luizianne Lins (DS), agora candidata a deputada federal e antes prefeita, reprimiu várias greves dos professores. Já o PSOL, no primeiro mandato de Luizianne, assumiu vários cargos de confiança na Secretaria Municipal de Educação (SME) via indicações do hoje vereador e candidato a deputado estadual João Alfredo, tendo estes psolistas perseguido ativistas e impondo o corte de direitos! Lembremos que o PSTU se coligou com o PSOL e tem como candidatado a governador o bancário Ailton Lopes, um desses dirigentes do PSOL que tinha cargo de confiança na prefeitura, assim como os indicados do PCB que também conforma hoje a “Frente de Esquerda” no Ceará. Por isso, a LBI defende o boicote eleitoral ativo contra o circo da democracia dos ricos e apoiou a deliberação dos professores!

Os setores de oposição à diretoria do SINDIUTE estão divididos entre a LBI, TPOR e PSTU. Este último se resume a ser um apêndice da Articulação compondo minoritariamente a diretoria e avalizando sua política de concessões a prefeitura. Já a TPOR também integra a diretoria apesar da fraude no processo eleitoral denunciada pela LBI (que se recusou a assumir negando-se a compactuar com esta farsa), sendo um verdadeiro “enfeite de bolo” para legitimar os golpes da burocracia sindical “chapa branca” contra os professores. Uma prova disso é que até mesmo o sindicato mudou de nome na calada da noite e está sob a ameaça de deixar de existir devido às manobras de aparatos da Articulação visando preservar seus privilégios políticos e materiais. Desde o núcleo de professores da LBI chamamos estas correntes políticas a romperem com a diretoria farsante do SINDIUTE e formar na greve uma frente de luta pela vitória da paralisação, realizando plenárias próprias para organizar os piquetes e a intervenção nas atividades da greve. Este é o desejo inclusive de uma ampla gama de ativistas classistas que se referenciam nas correntes de oposição!

Os próximos dias serão decisivos! Logo no começo do mês de agosto, a Câmara Municipal reabrirá as sessões com a presença do prefeito Roberto Cláudio e sua claque. Desde a administração petista Luizianne Lins, os protestos ocorridos nesta “cerimônia” são marcados por brutal repressão da Guarda Municipal contra os trabalhadores em Educação e demais servidores municipais. Lembremos que os agentes de saúde de Fortaleza também indicaram greve para o dia 1 de agosto, colocando na ordem do dia a paralisação de todo o funcionalismo. Está mais do que na hora de colocar a corja capitalista do PROS, PT, PMDB e seus serviçais nanicos contra a parede para arrancar um verdadeiro reajuste salarial e derrotar os ataques do filhote da oligarquia Ferreira Gomes e seus aliados de ontem e de hoje, que podem até se apresentar divididos nas eleições de outubro mas estão unidos nos ataques aos trabalhadores e suas conquistas.