A estúpida tese do
imperialismo que a derrubada do Boeing na Ucrânia serviria aos interesses dos
rebeldes pró-russos
Um dia após a derrubada
do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia, Obama cinicamente afirmou que o
Boeing 777 foi abatido por “um míssil terra-ar lançado a partir de uma área
controlada por rebeldes pró-Moscou”. Desde a Casa Branca, o falcão negro acusou
que ataques desse tipo não são possíveis sem treinamento e equipe
especializada, insinuando que foi com a ajuda da Rússia que a resistência
separatista derrubou a aeronave. No mesmo tom, a embaixadora ianque na ONU,
Samantha Power, declarou que “Devido à complexidade técnica, é improvável que
os separatistas pudessem operá-lo (sem assistência técnica). Não podemos
descartar a assistência técnica dos russos”. Por fim, a víbora Hillary Clinton,
ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, defendeu medidas enérgicas caso se
comprove uma ligação da Rússia com a derrubada do avião. Durante uma
entrevista, “madame” Clinton afirmou: “Parece haver uma consciência crescente
de que insurgentes russos estavam por trás da derrubada de um avião Malaysia
Airlines na Ucrânia. Se houver evidências que apontem nessa direção, o
equipamento veio da Rússia. Há uma grande preocupação não só com um avião civil
derrubado, mas o que isso significa sobre a continuação do conflito no Leste da
Ucrânia e do papel da Rússia”. Como se observa, o imperialismo, seus
porta-vozes e a mídia venal já estão em plena “campanha” para acusar os
rebeldes e a própria Rússia como responsáveis pela derrubada do Boeing, quando
na verdade o ataque se tratou de uma operação desastrosa montada pela CIA em
conjunto com as FFAA da Ucrânia para abater o avião presidencial de Putin que
voava no mesmo horário e região, errando o alvo e matando centenas de civis. A
tese patrocinada por Obama é absolutamente ridícula, tanto do ponto de vista
político como militar. De forma alguma interessava aos separatistas das
“repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk abaterem um avião civil matando
quase 300 pessoas, tendo em vista que tal ação desencadearia uma feroz ofensiva
política, diplomática e militar internacional contra a resistência pró-russa,
como já está ocorrendo através da farsa orquestrada por Obama e toda a corja
capitalista. Além disso, do ponto de vista estritamente militar, os rebeldes
não possuem esse tipo de míssil terra-ar, inclusive seus dirigentes já haviam
denunciado há várias semanas que o próprio Putin não estava fornecendo armas e
munições para o combate da resistência aos bandos fascistas e ao governo
fantoche de Kiev, que estavam avançando rapidamente sobre as “repúblicas
populares”. Na verdade, está em curso uma verdadeira operação política e
midiática mundial montada pelo imperialismo, com o apoio dos investigadores da
Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) que estão no local da
queda do avião, para culpar os rebeldes visando tanto seu completo esmagamento
militar como aumentar a pressão e as sanções sobre a Rússia, que já não vinha
prestando apoio aos rebeldes, porém os defendia no campo diplomático e na ONU.
No mais, o fato dos restos do avião terem caído nas proximidades da cidade de
Donetsk, forçando que os rebeldes permitam o acesso de “investigadores-espiões”
imperialistas na delicada zona de conflito que controlam reforça o quão
patética é a tese vendida pelo imperialismo e seus lacaios. O mais grave é que
esta cantilena estúpida, que serve à ofensiva da OTAN na Ucrânia, será
“comprada” pelo revisionismo trotskista que desde o início da crise da Ucrânia
tem se postado no campo político e militar dos golpistas de Kiev, dos bandos
fascistas e do imperialismo!
Não estamos “apenas”
diante de uma “guerra de versões” como deseja fazer crer a mídia “murdochiana”
enquanto trafica e patrocina em uníssono “a” versão que melhor convêm aos EUA e
a UE, mas frente a uma verdadeira operação tramada nos gabinetes do Pentágono
para isolar a Rússia e eliminar o próprio Putin fisicamente, como o
imperialismo ianque fez com Chávez e Israel com Arafat. Como fracassou a
tentativa de derrubar o avião presidencial russo, a Casa Branca resolveu
utilizar o bárbaro crime que perpetrou contra centenas de civis para justificar
o incremento militar da OTAN nas ex-repúblicas soviéticas, acusando os rebeldes
pró-russos de ter abatido o avião e convocando reuniões emergenciais da ONU e
da OTAN para organizar a pressão contra o Kremlin e a resistência. Alguém em sã
consciência pode duvidar que após o bombardeio midiático e dos “laudos” dos peritos
imperialistas da OSCE, a ofensiva militar sobre Donetsk e Lugansk não será
ainda mais fulminante? Lembremos da Síria... na época os peritos da ONU
acusaram o governo Assad de lançar gás mortal contra seu próprio povo quando na
verdade o envenenamento em massa foi perpetrado pelos “rebeldes” pró-OTAN
armados e financiados pelas potências imperialistas! Não por acaso, o
primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, afirmou que “A queda do avião da
Malaysia Airlines é um crime contra a humanidade cometido por terroristas
apoiados pela Rússia”, exigindo uma reação diplomática e militar ainda mais
forte, como fazem os facínoras neste momento para legitimar frente à “opinião
pública” uma nova onda de ataques genocidas aos rebeldes “russos”!
Para que incautos e
ingênuos não digam que apenas se trata de mais uma “teoria da conspiração”
lançada pela LBI, é importante saber que já durante a cúpula dos BRICS em
Fortaleza, Putin (que foi importante dirigente da KGB) denunciou publicamente
que agentes secretos da CIA estavam infiltrados entre jornalistas e repórteres
na cerimônia no Brasil para através de disparos de flashes fotográficos por
máquinas ultramodernas lançarem ataques radioativos que poderiam debilitar
gravemente sua saúde. Naquele momento ele já alertava que estava em curso um
plano para eliminá-lo. Hoje sabemos muito bem que basta receber um “abraço” de
alguém portando um transmissor de radiação acima dos padrões suportáveis ao ser
humano ou mesmo um “flash” para desencadear um processo de reprodução anômala
(cancerígena) nas células. Obviamente, que o agente encarregado da missão se
protegia com um colete de chumbo para não se contaminar radiativamente também.
No caso em questão, não temos a menor dúvida que esta caçada encontra-se em
andamento, ainda mais em um momento onde a polarização mundial coloca o imperialismo
ianque e europeu em confronto iminente com poderosas nações semicoloniais como
a Rússia e o Irã, que tem forte poderio bélico e inclusive nuclear. A crise no
Oriente Médio com o genocídio sionista de Israel contra o povo palestino coloca
ainda mais em revelo esta perspectiva.
Putin foi muito comedido
porque sabe do alcance que a crise poderia tomar e por estar à frente de um
governo burguês nacionalista, limitado em seus conflitos com o imperialismo.
Atribuiu o ataque ao Boeing 777 da Malaysia Airlines ao governo de Kiev: “O
país em cujo espaço aéreo ocorreu a queda é o responsável. A tragédia não teria
ocorrido se as ações militares não tivessem sido retomadas na região por Kiev”.
Por sua vez, o governo da Ucrânia montou uma série de diálogos falsos gravados
para “provar” que o míssil partiu dos rebeldes. Os separatistas negaram ter
abatido a aeronave. O porta-voz da república popular de Donetsk, Sergey
Kavtaradze, disse ao canal de TV russo Rossiya que eles não seriam capazes de
derrubar um avião comercial voando a 10 mil metros: “Os sistemas de defesa
aérea portáteis que nós temos trabalham até um máximo de 3 a 4 mil metros.
Portanto, é possível dizer até mesmo antes de uma investigação que as forças
armadas ucranianas destruíram (o avião)”. Nesta sexta-feira, o ministério da
Defesa russo afirmou que o sistema de mísseis ucraniano estava ativo na
quinta-feira, dia da queda do avião: “Os meios de detecção eletrônicos russos
registraram no dia 17 de julho uma atividade na estação de radar Kupol, que trabalha
em conexão com os sistemas de mísseis Buk-M1”. Segundo o ministério, a estação
de radar situa-se a 30 km de Donetsk, a cidade do leste da Ucrânia próxima ao
local da catástrofe aérea, em uma zona onde são registrados combates entre as
forças ucranianas e os rebeldes pró-russos.