terça-feira, 3 de dezembro de 2019

EDITORIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 344: SERVILISMO DO NEOFASCISTA AO IMPERIALISMO IANQUE FOI “PREMIADO” COM UMA “SURRA DE BARRA DE AÇO” DE TRUMP NAS COSTAS DE BOLSONARO


Todo o servilismo do governo neofascista do Brasil ao imperialismo ianque desde que tomou posse há quase um ano foi “premiado” com uma verdadeira “surra de barra de aço” de Trump nas costas de Bolsonaro e da economia nacional. O midiático presidente norte-americano anunciou a restauração de tarifas sobre o aço e o alumínio importados do Brasil e da Argentina, países que, segundo ele, estariam desvalorizando suas moedas em relação ao dólar e, assim, atrapalhando produtores dos EUA no mercado internacional, sobretudo no setor agrícola.  ​A medida anunciada pela Casa Branca foi a última de uma série de ações negativas adotadas por Washington em relação ao Brasil nos últimos meses, que contrariam a tendência propagada pelo Bolsonarismo que assumiu o Planalto, estabelecendo uma aliança automática vergonhosa com EUA. Mesmo antes de ser eleito por via de uma fraude completa, Bolsonaro sempre demonstrou grande subserviência para com a administração Trump. Cinicamente, a suposta “amizade” entre os dois vinha sendo apresentada como uma fonte de garantia de inúmeros benefícios a serem obtidos pelo Brasil nessa relação de dependência com os Estados Unidos, o que obviamente não ocorreu devido a relação de completa espoliação histórica entre a metrópole imperialista ianque e semicolônia capitalista brasileira.

Além da taxação aos produtos brasileiros, recentemente, a Casa Branca “não cumpriu” sua promessa de apoiar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e ao manter o veto à entrada da carne bovina in natura brasileira no mercado norte-americano. A entrada do Brasil no organismo, que permitiria mais “facilidades” ao Brasil em matéria de comércio internacional era uma das promessas feitas pelo governo do velhaco Donald Trump ao neofascista Jair Bolsonaro, na patética visita do “capitão” presidente aos EUA, em março último. O “cano” dado pelo imperialismo ianque ao governo neofascista é ainda mais vergonhoso, se na “lei das compensações” globais levarmos em conta que os EUA nos levaram a base aeroespacial de Alcântara, de onde poderão lançar foguetes com menos despesa e maior alcance para a África, sem sequer nos deixar entrar nas futuras instalações militares. O “pedido” de adesão do Brasil a OCDE dependia da aprovação dos Estados membros, que incluem as nações capitalistas mais “desenvolvidas “do mundo, além de alguns países semi-coloniais que servem apenas como “alegoria” a este organismo multilateral controlado pelo imperialismo.

Em meio a um processo de impeachment, Trump se prepara para uma nova disputa eleitoral, o anúncio de taxação dos produtos brasileiros configura uma clara sinalização para o público interno que entre seus “aliados” e a prioridade ianque, a Casa Branca sempre opta obviamente pelos EUA. O discurso nacionalista de Trump sensibiliza os devastados pela crise econômica capitalista no maior mercado do mundo, porém não aglutina a elite financeira que pensa em contornar o colapso ianque justamente com a expansão da internacionalização do capital volátil nas colônias. Tentar escapar da crise econômica com o incremento do mercado interno nos EUA, é uma ilusão já há muito tempo foi descartada pela burguesia imperialista ianque quando iniciou o chamado processo de “globalização” em meados dos anos 90. Trump tenta se agarrar a algumas medidas de impacto populista mas que não apontam uma alternativa real para as classes dominantes diante da iminência de um novo crash financeiro. Nesse momento o Brasil e o governo Bolsonaro são alvos diretos do ataque de Trump para tentar recompor suas bases políticas e eleitorais.

Se não fosse dramático para o povo oprimido brasileiro, poderíamos até rir da “surra de barra de aço” que o capitão fascista levou do seu patrão norte-americano, porém desgraçadamente a submissão do nosso país aos ditames do imperialismo mundial tem efeitos devastadores na vida dos trabalhadores brasileiros, onde reina o desemprego e a carestia. Nossa tarefa é combater a ofensiva imperialista na América Latina e no Caribe para na trincheira da luta contra Trump e Bolsonaro fortalecer uma alternativa de direção revolucionária nestes países! Os Marxistas Leninistas dizemos claramente que só a revolução socialista, com a expropriação da burguesia em nível mundial e a liquidação do modo de produção capitalista podem pôr um fim às forças destrutivas, às guerras e aos monopólios predadores que ameaçam a existência da humanidade e subjugam as colônias como o Brasil!