O Ministério Público (MP) do estado do Rio de Janeiro, sob
orientação direta do criminoso governador Wilson Witzel, deu prosseguimento às
investigações do esquema de lavagem de dinheiro do gabinete do então deputado
estadual Flávio Bolsonaro, filho do presidente neofascista, descobrindo que o
chefe da milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro, o ex-PM
Adriano Magalhães da Nóbrega, foragido da polícia, ficava com parte dos valores
arrecadados através de “rachadinha” no gabinete do então parlamentar estadual.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção),
órgão vinculado ao governo de Witzel, Adriano Nóbrega fez contato com Danielle
por Whatsapp no dia 29 de dezembro do ano passado, período no qual já estava
foragido e com a investigação do Caso Queiroz já em pleno curso. O mafioso
Queiroz demonstrou preocupação com a manutenção de Danielle Mendonça como
funcionária fantasma na Alerj devido às eleições de 2018 e o receio de que o
aumento da exposição do deputado estadual Flávio Bolsonaro levasse a imprensa a
descobrir a esposa do miliciano em seu gabinete. O MP estadual afirma que
Danielle revelou numa outra mensagem que foi o ex-marido quem arrumou a
nomeação de funcionária fantasma na Alerj. Os promotores públicos afirmam ainda
que Flávio Bolsonaro homenageou Adriano de Nóbrega com moção de louvor pelos
inúmeros serviços prestados a sociedade e destacam que Adriano e Queiroz foram
amigos de farda. O MP sustenta também que ao nomear a esposa e a mãe de Adriano
para cargos comissionados, Flávio Bolsonaro transferiu, ainda que
indiretamente, recursos estatais para o acusado de integrar milícia. Segundo o
MP, Adriano interveio junto a Queiroz na tentativa de manter sua ex-esposa
Danielle Mendonça da Costa no cargo e admitiu que era beneficiado por parte dos
recursos desviados por parentes dele também nomeados na Alerj. O Ministério
Público do Rio de Janeiro, que fez operação de busca e apreensão também na loja
de chocolates de Flávio Bolsonaro, declarou ter indícios de que o senador
Flávio Bolsonaro e sua mulher, Fernanda, pagaram em dinheiro vivo de forma
ilegal R$ 638,4 mil na compra de dois imóveis em Copacabana (zona sul). Para os
promotores, o uso de recursos em espécie tinha como objetivo lavar o dinheiro
obtido por meio da “lavagem de dinheiro no antigo gabinete de Flávio na Alerj.
Em entrevista à RedeTV em janeiro deste ano, Flávio citou suas atividades
empresariais como fonte de seu patrimônio. Porém, relatório do Coaf (Conselho
de Controle de Atividades Financeiras) de janeiro contradisse a versão do atual
senador para explicar seus ganhos financeiros. O documento apontou movimentação
atípica de Flávio Bolsonaro de R$ 632 mil entre agosto de 2017 e janeiro de
2018. Segundo o RIF (Relatório de Inteligência Financeira), Flávio recebeu no
período R$ 120 mil como lucro da loja. O valor é menor do que sua remuneração à
época como deputado estadual, que somou R$ 131 mil no mesmo período. O órgão
não conseguiu identificar a origem de outros R$ 90 mil recebidos por ele. Com o
filhote fascista no “centro do furacão” e sob a mira de Witzel, Jair Bolsonaro
tenta tirar o “corpo fora”, anunciando que nada tem a ver com os “negócios”
de Flávio e que se responsabiliza apenas
por seus próprios atos. O “poderoso chefão”
miliciano todos sabem que é o próprio presidente
neofascista, que já se prepara para enfrentar fortes turbulências em seu
governo com o retorno à mídia do escândalo da “rachadinha”. Mas por mais
exposto que esteja o “mar de lama” deste governo, sem a mobilização de massas,
ganhando as ruas e fábricas, a margem de manobra e recomposição política de
Bolsonaro é que vem prevalecendo na conjuntura, principalmente com o
recrudescimento da ofensiva neoliberal contra as conquistas históricas do
proletariado brasileiro. Enquanto a crise do regime vigente estiver limitada as
disputas intermilicianas, ou mesmo no seio das alas da burguesia nacional, a
classe operária vai continuar amargando profundas derrotas. É urgente
apresentar aos trabalhadores e o povo oprimido deste país um novo projeto de
poder revolucionário, que passe ao largo do cretinismo eleitoral da esquerda
reformista.