Milhares de pessoas saíram às ruas nesta sexta-feira (06.12)
em Madri para protestar contra o aquecimento global em meio a COP-25 que reúne
mais de 50 países. A jovem ativista Greta Thunberg, promotora de um movimento
global de protesto contra a “falta de ação dos governos”, participou do ato e
declarou: “Os líderes estão nos traindo. Já chega”, lamentou Thunberg ao
afirmou “A mudança vem, quer vocês gostem ou não”. Essa é a linha da pressão
das ONG´s sobre os governos burgueses para que estes promovam pequenos ajustes
dos seus planos econômicos em nome de “preservar a natureza”. Trata-se de uma
utopia reacionária declaramos os Marxistas Revolucionários. Essas entidades e
suas “celebridades” patrocinadas pela própria mídia capitalista, como Greta,
levam a acreditar que os governos dos principais países imperialistas do mundo
e os conglomerados internacionais “tomem consciência” da situação, sendo
capazes de adotar medidas em favor da preservação do meio ambiente. Até o
momento, não foram cumpridos nenhum dos objetivos de redução de emissões
propostos em qualquer uma das 25 cúpulas climáticas, um quadro agravado pela
saída dos EUA do chamado “Acordo de Paris”. Assinado em 2015, o Acordo de Paris
tem o objetivo de conter as emissões de gases de efeito estufa e manter o
aumento da temperatura do planeta abaixo de 2ºC, se possível em até 1,5°C. No
centro da COP deste ano está a disputa pelo financiamento das ações,
considerando a meta de doação de pelo menos US$ 100 bilhões (cerca de R$ 386
bilhões) por ano de países imperialistas as semicolônias em troca de concessões
econômicas e domínios territoriais, como no caso o controle da Amazônia
brasileira pelas metrópoles capitalistas. Tanto que o famigerado Banco Mundial
(BM) anunciou um plano de “investimento” de US$ 200 bilhões para combater a
mudança climática entre 2021 e 2025. O pacote tem o por objetivo financiar
“investimentos em agricultura inteligente” em 20 países, ou seja, incrementar o
controle dos grandes grupos de alimentos em áreas até agora fora de seu alcance.
Cinicamente os porta-vozes dos governos das grandes potências capitalistas
discursaram em “defesa do planeta” e pelo estabelecimento de acordos globais
para a redução de emissão de gás carbônico e da preservação das florestas, em
uma suposta “cruzada” contra o chamado “aquecimento global”. Com a maior cara
de pau culpam a China pelo aumento da temperatura climática do mundo para
encobrir que os monopólios imperialistas são os principais responsáveis pela
destruição das forças produtivas, a começar pela principal delas: o homem e
suas condições de vida. Além disso, o plano da ONU para “zerar o desmatamento”
foi montado por ONGs em parceria com governos das metrópoles centrais que visam
colocar as florestas, reservas minerais e aquáticas das semicolônias sobre o
controle de um “consórcio global” que fere as soberanias formais das nações
atrasadas, como o Brasil. Enquanto barbarizam países inteiros como a Líbia,
Síria ou o Iraque para controlar petróleo, água e urânio in natura, infectam a
África com o vírus Ebola para incrementar os lucros da indústria farmacêutica
ou para testes bacteriológicos de armas de guerra, dizimando populações
nativas, os representantes do capital fazem demagogia “em defesa da natureza”.
Contra esta farsa, os Marxistas Revolucionários denunciam a impossibilidade de
haver qualquer preservação da própria espécie humana assim como do
meio-ambiente, das florestas e das fontes aquáticas sob o tacão dos grandes
monopólios transnacionais, já que o capitalismo leva a humanidade à barbárie e
às guerras de espoliação impondo fome, miséria e desemprego. Ao mesmo tempo,
desmascaramos os charlatões que através do chamado “ecossocialismo” não fazem
mais que reforçar a tese revisionista de que o proletariado está superado como
direção política da revolução socialista apresentando as “novas vanguardas”
(verdes, luta de gênero) como eixo principal da “utopia” de uma “economia
sustentável”. Eles “esquecem” que o conceito de forças produtivas elaborado por
Marx, engloba fundamentalmente a força de trabalho, ou em outras palavras, o
proletariado, a força produtiva principal. Em uma sociedade que condena a
maioria da população, inclusive nos países imperialistas, à miséria absoluta as
forças produtivas efetivamente deixaram de crescer e só podem voltar a fazê-lo
através da Revolução Proletária para garantir a existência da humanidade em
harmonia com a Natureza em um futuro comunista.