sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

MAIOR VITÓRIA DOS CONSERVADORES DESDE A ERA THATCHER SOBRE O TRABALHISMO NA INGLATERRA: AVANÇA O NEOFASCISMO FRENTE A IMPOTÊNCIA DO “NEW LABORISMO” COMANDADO POR JEREMY CORBYN


“Vou acabar com todas estas bobagens e vamos fazer (o Brexit) a tempo, em 31 de janeiro, sem ‘sim, sem ‘mas’, sem ‘talvez’”, afirmou o ultra-direitista Boris Johnson eufórico nesta sexta-feira, 13, antes de um encontro com a rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham para receber a missão de formar o governo. O direitista Johnson apostou na convocação de eleições antecipadas para esmagar o Trabalhismo no final de 2019 e impor a saída da Inglaterra da UE como parte de uma plataforma da extrema-direita. O Partido Conservador conseguiu a eleição de 363 deputados, 45 a mais que em 2017, em uma Câmara de 650 cadeiras. Esta é a maior vitória conservadora desde a era Margaret Thatcher em 1987. Por sua vez, o Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbyn, perdeu 59 deputados e terão 203 cadeiras na nova legislatura. O impotente Corbyn declarou que iniciará “uma reflexão interna” e não vai liderar o partido nas próximas eleições. Agora, Johnson poderá apresentar na próxima semana seu acordo de “Brexit” ao novo Parlamento, sob a forma de um projeto de lei que o traduza para a legislação britânica. Como afirmamos anteriormente, esse desfecho tem consequências diretas no processo de reorganização do fascismo europeu, agora impulsionado em uma escala estatal em países como EUA, Inglaterra e Brasil. É óbvio que muito além das questões institucionais, está em jogo poderosos interesses de mercado do imperialismo ianque, que apontavam para manter a subordinação comercial da Europa a indústria dos EUA. É neste ponto que se concentra o papel econômico da Grã-Bretanha (UK), um forte entreposto comercial dos EUA no mercado comum europeu. Os Marxistas Revolucionários não nutrem ilusão alguma na unidade do capital financeiro europeu celebrada no Tratado de Maastricht, porém não podemos assistir passivos a ofensiva fascista protoimperialista avançar em grande escala com o triunfo do “Bretxit” pelas mãos de Boris Johnson diante da impotência da social-democracia de “esquerda”. Sabemos historicamente que o nazismo necessita controlar um forte estado nacional para "desafiar" seus concorrentes imperialistas "democráticos", a Inglaterra pode servir de escada para esta escalada mundial, ao contrário da Alemanha atual que não possui contingente militar autônomo da OTAN. Uma prova contundente que a vitória do “Brexit” abriu a senda para reorganização do imperialismo fascista europeu foi a reação dos partidos de extrema-direita. Após o Reino Unido decidir sair da União Europeia, líderes da extrema-direita nacionalista de França, Holanda, Itália e outros países também afirmaram que iriam pedir referendos para deixar o bloco. A recente vitória da ND na Grécia derrotando o Syriza em mais um capítulo do que afirmamos. Por sua vez, o Partido Trabalhista em 2016 envidou todos seus esforços políticos e materiais pela vitória do "SIM", com seu "renovado" líder de "esquerda", Jeremy Corbyn, prometendo lutar por "medidas anti-recessivas" e "mudanças políticas" na política conservadora da cúpula estatal europeia. Depois, tentou capitalizar a crise do governo May mas foi a extrema-direita que ganhou terreno.


Como podemos observar, continua ascendente a tendência política de deslocamento à direita na Europa, com o avanço do nefascismo que questiona pela direita a representatividade da democracia burguesa. Este caminho está sendo pavimentado por um rebaixamento no nível de consciência das massas, um giro à direita no terreno da política e um retrocesso no campo da cultura que vem crescendo desde a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim e a vitória da restauração capitalista na URSS. Nesse sentido, é preciso alertar, preparar e organizar o proletariado e, particularmente, sua vanguarda mais combativa para um período de fascistização dos regimes e de mais aventuras militares neocolonialistas. Este processo reacionário está baseado em um profundo retrocesso na consciência do proletariado (apesar do revisionismo do trotskismo caracterizar que “revoluções” estão pipocando em todo o planeta) e somente pode ser barrado com a resistência operária e popular aos planos do imperialismo, apontando a Ditadura do Proletariado como alternativa revolucionária à crise do capital e seu regime político senil, o que para os comunistas se materializa por erguer em alternativa ao fascismo ascendente a palavra de ordem pela "União das Repúblicas Socialistas da Europa". A materialização deste longo e paciente combate passa pela construção de um partido internacionalista e revolucionário que lute por derrotar a União Europeia imperialista, sob a qual a vida das massas converte-se em uma bárbara escravidão, para edificar em seu lugar uma União das Repúblicas Socialistas da Europa, forjando a única saída verdadeiramente progressista para o velho continente.