domingo, 22 de dezembro de 2019

ALBERTO FERNÁNDEZ DEBUTA COM SUA LEI DE “SOLIDARIEDADE SOCIAL”: APOSENTADORIAS CONGELADAS E SOCORRO AOS RENTISTAS...  “NEOLIBERALISMO DE ESQUERDA” PARA ENGRUPIR TOLOS!


O Senado da Argentina aprovou na madrugada do último sábado (21/12), o chamado projeto de lei de “Solidariedade social e reativação produtiva na emergência pública”, uma iniciativa sob encomenda do mercado, apresentada pelo recém empossado presidente Alberto Fernández (peronismo kirchnerista) que lhe confere poderes para executar, durante um ano, medidas especiais, financeiras, previdenciárias, administrativas, sociais e sanitárias em caráter emergencial, sob demanda do FMI. A lei neoliberal que tinha sido aprovada na véspera pelos deputados, teve 41 votos a favor, 23 contra e uma abstenção, em uma sessão na qual Cristina Kirchner começou sua atuação à frente do Senado. Na Argentina o vice-presidente também preside o Senado e tem poder de voto no caso de decisões que estejam empatadas. A malfadada ‘emergência econômica’, que passa a ser aplicada estabelece uma reestruturação das tarifas dos serviços energéticos, a suspensão das regras vigentes para o aumento das pensões e o seu ajuste diretamente determinado pelo governo, um imposto à compra de dólares para poupança e gastos no exterior, aumento dos impostos das exportações agrárias, entre outras disposições reivindicadas pelo capital financeiro ao novo governo da centro esquerda burguesa. Outro ponto da iniciativa da legislação de “solidariedade social”... com os empresários é claro, foi eximir total ou parcialmente de contribuições a todas as pequenas e medias empresas (pymes), e àquelas empresas que empreguem mais trabalhadores. O ministro de Desenvolvimento Social, Daniel Arroyo, informou que os fundos para atender à emergência alimentar no próximo ano serão aproximadamente 4,2 bilhões de Reais (em moeda brasileira), uma quantia absolutamente irrisória se levarmos em conta o montante dos pagamentos que o governo fará ao FMI e a banca financeira local (dívida pública), ambos compromissos “religiosamente” mantidos por Alberto Fernández. O ministro da Economia ,Martín Guzmán, afirmou que:”Se essa lei não existisse, seria muito difícil para o país ter as condições necessárias para iniciar essas conversas, em relação à negociação com o FMI”. Na mesma direção em que o governo peronista ataca as aposentadorias e salários, convoca a burocracia sindical e a esquerda reformista para celebrar um novo “pacto social”, temendo que seu projeto neoliberal atravesse turbulências com a resistência espontânea do movimento de massas. Por sua vez a esquerda revisionista agrupada na FIT (Frente de Esquerda dos Trabalhadores) se resume a lamentar a aprovação do projeto kirchnerista...pelo Twitter dos seus antigos parlamentares (não eleitos). A vanguarda classista da Argentina, que já deu várias demonstrações de combatividade e luta, deve partir para a ação direta contra o governo neoliberal peronista, sem ilusão alguma no parlamento burguês ou nos decadentes deputados “trotskistas” da FIT.