A morte de nove jovens e mais de uma dezena de feridos na
periferia de São Paulo na noite deste sábado(30/11), emboscados pela polícia
militar do governo neofascista de João Dória, e pisoteados em um baile Funk na
região de Paraisópolis, não é um ponto fora da curva: é a consequência óbvia da
política de extermínio dos jovens moradores de periferia, pretos e pobres,
sendo este incremento da violência policial parte integrante do recrudescimento
do regime bonapartista instalado em nosso país após o golpe institucional que
ocorreu em 2016. Segundo frequentadores do baile funk de Paraisópolis, o certo
assassino da PM teria levado quem estava
na rua a correr para uma viela, e o resultado foi a morte de pelo menos nove
pessoas pisoteadas. "Quem estava na frente caiu", afirmou o estudante
de direito Luiz Henrique. Ao portal de notícias “G1”, a mãe de uma adolescente
de 17 anos disse que a polícia teria preparado uma emboscada contra os
adolescentes que estavam no baile:”(Minha filha) levou uma garrafada na cabeça,
de um policial, deram um [golpe com] cassetete nas costas dela. Ela está lúcida
e aguardando a tomografia", declarou a mãe: "Quando eu a vi, não a
reconheci. Ela estava com o rosto deformado e perdeu muito sangue. Estava em
choque”. Cinicamente a PM tentou responsabilizar a verdadeira chacina na conta
de dois supostos atiradores, versão prontamente negada pela população: "É
mentira. Eles (PM) que já chegaram atirando, pisoteando a cara das pessoas,
quebrando carros e motos. Foi tudo planejado", afirmou um jovem morador de
Paraisópolis, que prefere não se identificar por medo e que estava no momento
da ação criminosa da PM na comunidade pobre da periferia paulistana. A brutal
chacina contra jovens da periferia, perpetrada pelo aparato de repressão
estatal, merece o mais amplo e vigoroso repúdio do movimento operário, popular
e democrático, porém para não cair mais uma vez no rol da impunidade policial,
é necessário que organizemos desde já nossa própria apuração, julgamento e
punição totalmente independente das instituições do Estado Burguês. Confiar que
a própria justiça patronal, racista e elitista, vá conduzir idoneamente a
punição dos policiais assassinos é mais do simples ingenuidade reformista, é
ser cúmplice passivo da matança diária de negros e pobres por parte de uma
polícia militar formatada para reprimir e assassinar nossa população. Construir
nossos próprios tribunais proletários, em conjunto com nossa autodefesa como
embrião de uma alternativa de poder revolucionário em nosso país.