segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

ELEIÇÕES SINTUSP: GRUPO REVISIONISTA MRT (ANTIGA LER) SOFRE DURO REVÉS SINDICAL FRUTO DE SUA COMPLETA ADAPTAÇÃO AO PSOL DE FREIXO



O Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP) realizou eleições nos dias 27 e 28 de novembro para a renovação de sua diretoria. Duas chapas concorreram, a chapa 1 representando o setor “independente” da atual direção, e a chapa 2 agrupando o grupo da esquerda revisionista MRT (antiga LER), vinculado a tendência internacional encabeçada pelo PTS argentino. Vale lembrar que o MRT compunha há vários anos a gestão do SINTUSP com o mesmo setor “independente” que organizou a chapa 1, liderado por Magno Carvalho, um antigo militante do PRC nos anos 80 e que há muito tempo não tem filiação orgânica com nenhuma corrente da esquerda socialista. O resultado das eleições foi particularmente desastroso para o MRT, que obteve pouco mais de 30% dos votos, contra cerca de 70% da fração que se diz “independente”, embora este setor atue no último período como uma espécie de apêndice autônomo do PSTU no movimento sindical, mais particularmente no interior da CONLUTAS a qual o SINTUSP ainda faz parte. A história do MRT está indissoluvelmente ligado à USP, surgiram como um pequeno grupo de estudantes em meados dos anos 90, e passado quase três décadas só conseguiram assento sindical até hoje na própria diretoria do SINTUSP, onde acabam de ser “desalojados”. Mesmo nunca sendo hegemônicos na direção do SINTUSP, o MRT veiculou por mais de uma década sua política revisionista como a “marca” do sindicato nos movimentos sociais, muito mais em função da inconsistência programática do setor que se reivindica “independente”. Em quase todas as manifestações e atos do movimento de massas o MRT conseguia aprovar o seu “texto” como sendo a posição oficial do SINTUSP, porém isso agora acabou e o grupo revisionista não tem nenhuma outra direção sindical para assinar suas “declarações políticas”, revelando assim sua completa falta de inserção no seio da classe trabalhadora. A campanha eleitoral do MRT no SINTUSP expressou de maneira sindical toda a essência oportunista do grupo, que em todo processo afirmou que não tinha “grandes divergências políticas” com o setor de Magno e que não entendia a razão de sua exclusão da chapa dos “independentes” que contava inclusive com ex-militantes da LER. Sem nenhuma delimitação programática e política com a chapa 1, e apelando a todo momento de forma humilhante pela “unidade final”, a categoria acabou optando pelo setor mais identificado com a luta concreta dos trabalhadores e não com o “grupo de “estudantes&funcionários” que frequentam mais a “Vila Madalena” do que os próprios campi da USP.  A diluição no sindicalismo economicista de um lado e a tentativa de “aparelhamento” político artificial por outro, foram os dois motivos principais que levaram a dura derrota da chapa do MRT no SINTUSP. Por sinal o “partido mãe”, o PTS, vem em um curso ascendente de desintegração ideológica do Marxismo Leninismo, aderindo as teses pós-gramicianas  de conquista do poder político proletário pela via interna (institucional) do próprio Estado Burguês, ou seja uma adesão programática ao cretinismo parlamentar já muito conhecido no Brasil pela trajetória do PT. Mas assim como na Argentina onde adoção desta estratégia revisionista do Programa de Transição resultou em um retumbante fiasco eleitoral da FIT (PTS), na USP a tentativa de dissolução do MRT no setor “independente” liderado por Magno, em função de tentar manter a qualquer preço seus cargos na direção sindical, redundou em um fracasso total da chapa 2. Seguindo a orientação “pós-moderna” do PTS, o MRT se converteu no Brasil em uma insignificante tendência externa do PSOL, com a mesma plataforma de capitulação à Frente Popular de colaboração de classes. Com o discurso de apologia da democracia como valor universal, o MRT vai do apoio às manifestações pró- imperialistas em Hong Kong, passando pelo suporte que deram a OTAN contra a Síria, até a inútil exigência que a justiça golpista do Estado Burguês puna os responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco... Tudo em nome é claro da defesa da democracia e suas instituições apodrecidas.