A ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST), localizada no bairro de Benedito Bentes, periferia de Maceió, Alagoas,
foi invadida por policiais militares nesta sexta-feira (27/12). De acordo com a
coordenadora do movimento social no estado, Eliane Silva, “os agentes gritaram 'agora é Bolsonaro' e 'Lula está morto'” antes da ação terrorista. "Duas
viaturas da polícia apareceram aqui na ocupação na manhã de hoje. Fizeram uma
ação violenta. Renderam pessoas, mandaram outras entrarem nos barracos,
invadiram e quebraram coisas da cozinha coletiva. Rasgaram nossos livros de
registros. Gritavam 'quem manda agora é Bolsonaro' e 'Lula está morto'. Tocaram
fogo em nossas bandeiras e disseram que tínhamos que trocar pela bandeira do
Brasil”, afirmou Eliane Silva ao portal de notícias UOL.Vale ressaltar que o
estado de Alagoas é governado por Renan Filho (MDB), um dos aliados burgueses da
Frente Popular, que inclusive apoiou (em conjunto com seu pai senador) a
candidatura de Fernando Haddad nas últimas eleições presidenciais. Como já
vimos caracterizando há algum tempo, a hegemonia fascista nos escalões mais
baixos das tropas estaduais das polícias militares é absoluto. Uma base social
(armada) e pronta para entrar em ação na defesa do bolsonarismo, assim que for
convocada, totalmente independente da hierarquia a que está submetida, no caso
os governos estaduais e o alto comando do Exército brasileiro. Esta é em última
instância a garantia real de sustentabilidade deste regime bonapartista, sob o
comando deste governo neofascista: a força policial e militar, que poderá atuar
no recrudescimento do golpe parlamentar, na medida que o movimento de massas
esboce alguma reação diante do avanço da escalada neoliberal. Desgraçadamente a
esquerda reformista não consegue enxergar além dos estreitos limites da
institucionalidade burguesa, freando abertamente qualquer canal político que
conduza a rebelião popular. Alguns setores revisionistas como o PSTU por
exemplo, chegam ao absurdo de considerar as polícias como “companheiras de
luta”, apoiando os reacionários motins policiais por melhores condições de
reprimir o povo pobre e oprimido. Nesta via de colaboração de classes Frente
Popular só pavimenta o caminho da reação fascista, com apelos “ democráticos”
inúteis ao judiciário golpista ou ao corrompido parlamento. Para cada ação da
repressão fascista contra o movimento social é necessário cobrir de
solidariedade ativa nossos companheiros de luta ou mesmo parceiros da liberdade
de expressão política e cultural em nosso país.