A França entrou neste sábado (14/12) no décimo dia de greve
geral contra o massacre do governo neoliberal Emmanuel Macron contra a
Previdência estatal, um projeto sob encomenda do capital financeiro que aumenta
em dois anos o período de trabalho para o direito à aposentadoria e reduz o
valor das pensões. Cinicamente, o governo de direita “civilizado” manteve na
última semana a brutalidade dos ataques a conquistas previdenciárias
históricas, mas pediu uma “trégua” aos trabalhadores na semana do Natal. Nenhuma
palavra sobre a indecente redução de direitos de 42 categorias, sob a adoção de
medidas absurdas que igualam serviços com alto nível de periculosidade ou
toxidade aos de escritório, achatando aposentadorias e pensões. Neste momento,
o principal foco de tensão está concentrado na Rede Ferroviária francesa
(SNCF), que responde na época do Natal pela circulação de cerca de 5.700 trens
de longa distância (internacionais e regionais) e as férias de final de ano
começam a partir do próximo sábado (21/12). O setor do movimento social ligado
aos transportes espelha hoje a determinação dos trabalhadores franceses de não
permitir que décadas de lutas se transformem em pó e por isso as linhas se
encontram paralisadas. Estão circulando em média, apenas 20% dos trens regionais,
25% internacionais e 30% dos suburbanos. No metrô de Paris, nove das 16 linhas
estão completamente fechadas, cinco funcionam parcialmente e apenas duas, que
são automáticas, circulam normalmente. Iniciada no dia 5 de dezembro, a greve
geral foi potencializada esta semana com o anúncio dos detalhes do assalto do
governo, feito pelo primeiro-ministro Edouard Philipe, o que unificou ainda
mais os trabalhadores do sistema público e privado. Na quinta-feira (12/12) os
portuários realizaram uma massiva marcha com a qual bloquearam o porto de
Marselha. A imensa disposição de luta do movimento operário, que demonstra toda
capacidade de colocar abaixo não só o projeto neoliberal de destruição da
Previdência, mas o conjunto do regime burguês da “democracia dos ricos”,
esbarra com a política de conciliação de classes das direções reformistas. Em
uma demonstração cristalina de traição a heróica greve geral, o
secretário-geral do sindicato CGT (trabalhadores ferroviários), Laurent Brun,
declarou: “A greve continua e lamentamos porque não havíamos previsto desta
maneira”. A CFDT, maior central operária do país, concentra seus esforços em
sabotar as iniciativas independentes que possam sair do seu controle
burocrático, anunciando a todo instante seu objetivo de suspender a greve
geral. As correntes políticas revisionistas, como o lambertismo, LO, e os
herdeiros não declarados do velho mandelismo, não fazem outra coisa a não ser
“aconselhar” a burocracia sindical a ser um pouco mais “consequente”,
literalmente são os “assessores de esquerda” das cúpulas dos aparatos
corrompidos. No processo de radicalização da ação direta das massas contra a
democracia imperialista francesa, poderá surgir o embrião de uma alternativa
revolucionária para o proletariado tomar o poder em suas próprias mãos. Os
Marxistas Leninistas trabalham pacientemente nesta direção, apontando
concretamente o caminho da independência de classe e da unificação de todos os
setores da classe operária para a extensão da greve geral até a vitória!