terça-feira, 17 de dezembro de 2019

CERCO AOS ALIADOS DE LULA: PRISÃO DO EX-GOVERNADOR RICARDO COUTINHO (PSB/PB) É UM AVISO DO REGIME BONAPARTISTA DE EXCEÇÃO AO PT QUE “SONHA” EM VOLTAR AO PLANALTO PORÉM ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE ACABAR NA “PAPUDA”...


O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, principal aliado do PT no interior do PSB, é mais um alvo de lawfare do regime bonapartista de exceção, através da expedição do mandado de prisão preventiva da Operação Calvário, da Polícia Federal, que cumpriu nesta manhã (17/12) 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva. A justificativa esfarrapada da Polícia Federal foi a de  que o objetivo da operação seria combater uma “organização criminosa” atuante em desvio de recursos públicos destinados aos serviços de saúde no Estado da Paraíba. Ricardo Coutinho está fora do país e não havia sido detido ainda, porém o teatro montado pela Polícia Federal chegou a solicitar  à Interpol a inclusão do nome dele na lista de procurados, como se fosse um traficante internacional foragido. Não temos a menor dúvida que a prisão do ex-governador da Paraíba corresponde politicamente a um cerco jurídico e policial da burguesia ao PT e ao próprio Lula, desta vez atingindo um importante aliado no seio da chamada Frente Ampla, neste caso um destacado dirigente do PSB. Também não duvidamos que de fato deve ter ocorrido corrupção no governo de Ricardo Coutinho, como no sistema capitalista é comum a todos os governos em todas as esferas do Estado Burguês, desde a época em que a família “real” portuguesa desembarcou no Brasil. Passando por todos os governos republicanos da história do país, de Deodoro até Sarney, de FHC até o neofascista Bolsonaro a corrupção é endêmica a todas as gerências estatais que administram os negócios capitalistas, sem uma única exceção! Porém debitar na conta da Frente Popular o “mar de lama que emporcalha o Brasil”, como faz à farsa da Lava Jato, é potencializar o instrumento da extrema direita contra a esquerda reformista e o conjunto das garantias democráticas que o regime burguês formalmente ainda sustenta. Os Marxistas Leninistas não pretendem liquidar o “câncer” da corrupção capitalista pelas mãos da Polícia Federal e tampouco da justiça patronal, como desgraçadamente almejam os revisionistas do PSTU e PSOL. Somente a revolução socialista proletária (seus organismos de poder operário) será capaz de julgar e punir a burguesia corrupta e os agentes políticos que se beneficiaram com a fome do povo. Por isso não “engrossaremos o caldo” da repressão neofascista  em nome da “moralidade pública”. Defendemos a liberdade de Ricardo Coutinho, sem depositar nenhum aval político em sua trajetória de gestor estatal ou dirigente do PSB. Por outro lado alertamos que o cretinismo parlamentar do PT, PSOL, PCdoB e PCO, seguindo fielmente a estratégia de Lula de voltar “tranquilamente” ao Planalto pela via das eleições de 2022, é uma senda que semeia grandes derrotas para os trabalhadores, pavimentando o recrudescimento do regime bonapartista, inclusive com a possibilidade concreta de um golpe militar para “desativar” o tão sonhado calendário eleitoral. Enquanto o núcleo neofascista ganha cada vez mais musculatura, através do governo Bolsonaro, bancado fortemente pelo imperialismo ianque, os reformistas alardeiam passivamente o fracasso do capitão e sua iminente derrota eleitoral. A história da luta de classes já provou fartamente que a disseminação das “ilusões democráticas” em períodos de ascensão nazifascista só conduziu a monumentais desastres para o proletariado. O neofascismo deve ser combatido e derrotado pela ação direta e revolucionária da classe operária e não pela trilha das eleições burguesas do sistema capitalista.