EM 25 DE DEZEMBRO DE 1991: GORBACHEV RENUNCIAVA A
PRESIDÊNCIA DA URSS, COLOCANDO UM FIM AO ESTADO OPERÁRIO. A MAIOR DERROTA
HISTÓRICA DO PROLETARIADO MUNDIAL
Doloroso para os Marxistas Leninistas escrever sobre o fim
do Estado Operário Soviético, fundado por Lenin, Trotsky, Stalin entre uma
plêiade de dirigentes do Partido Bolchevique. São muitos os antecedentes
históricos que precederam esta verdadeira tragédia histórica para o
proletariado mundial, ocorrida oficialmente em 25 de dezembro de 1991, com a
renúncia de Mikael Gorbachev a presidência da URSS, ato contínuo marcado pela
retirada do Palácio do Kremlin da bandeira comunista vermelha da foice e martelo.
Mas para iniciar este rápido artigo podemos relacionar o fato ocorrido em 19 de
agosto de 1991, um dia antes de Gorbachev e um grupo de dirigentes das
Repúblicas Soviéticas assinarem o novo Tratado da União, estamos falando é
claro do chamado “Golpe de Agosto”, quando um setor militar de “linha
stalinista” denominado Comitê Estatal para o Estado de Emergência tentou tomar
o poder para reverter a dissolução da URSS. Anunciou-se que Gorbachev estava
doente e tinha sido afastado de seu posto como presidente da república. O então
vice-presidente da União Soviética, Gennady Yanaiev, foi nomeado presidente
interino. Porém golpe de Estado fracassou ao adotar métodos burocráticos e
totalmente isolado da necessária mobilização da classe operária para defender
suas conquistas revolucionárias. Gorbachev, apoiado diretamente pelo
imperialismo ianque e a burguesia nascente russa, regressou a Moscou, pelos
braços do restauracionista Boris Yeltsin, mandando prender os responsáveis pelo
Golpe, batizados de “Bando dos 8”. Indicado pela Casa Branca, o charlatão
oportunista Boris Yeltsin, assume controle da empresa central de televisão e
dos principais ministérios e organismos econômicos, ainda com Gorbachev
formalmente no comando da URSS. A estrondosa derrota do “Golpe de Agosto” e o
caos político e econômico que se seguiu agravou o separatismo regional e acabou
levando à fragmentação do país. Em setembro as repúblicas bálticas (Estônia,
Letônia e Lituânia) declaram a independência em relação a Moscou. Em primeiro
de dezembro, a Ucrânia proclamou sua independência por meio de um plebiscito.
Entre outubro e dezembro onze (com as três repúblicas bálticas e a Ucrânia) das
quinze repúblicas soviéticas declaram independência. Em 21 de dezembro, líderes
da Federação Russa, Ucrânia e Bielorússia assinaram um documento onde era
declarada extinta a União Soviética e no seu lugar era criada a Comunidade dos
Estados Independentes (CEI). Finalmente no dia de natal de 1991, em cerimônia
transmitida por satélite para o mundo inteiro, Gorbachev que estava há seis
anos na Secretaria Geral do PCUS, declara oficialmente o fim da URSS e renúncia
a presidência do país. O que afirmamos hoje, 28 anos após a destruição
contrarrevolucionária da URSS , é que a torpe tentativa revisionista de
apresentar a ideia de uma “vitória revolucionária” da classe operária com a
extinção do Estado Operário é uma escandalosa fraude encomendada pelos
ideólogos do capital financeiro. Converter derrotas históricas do proletariado
mundial, como na dimensão colossal do fim da URSS, em vitórias ou
“revoluções”, é um método próprio dos
stalinistas e seus similares revisionistas do Trotskismo. Os que se alinharam
com a OTAN, Yeltsin e o imperialismo europeu para festejar a destruição dos Estados
operários, em nome de um suposto fim do stalinismo, não souberam honrar o
legado teórico de Leon Trotsky, tampouco estão aptos a credenciarem-se junto à
classe operária brasileira e internacional como sua “nova” direção
revolucionária, já que não postularam a mais elementar condição de um
revolucionário: A defesa das conquistas históricas da Revolução de Outubro!