O Senado da República acaba de aprovar sem alterações o
texto já balizado na Câmara dos Deputados do malfadado projeto “anticrime” do
justiceiro Sérgio Moro em parceria com o mafioso togado do STF, Alexandre de
Moraes. Quando da aprovação do referido engodo, por quase unanimidade na
Câmara, a esquerda “morista” saiu a festejar a suposta derrota do justiceiro,
agora investido da função de Ministro do governo neofascista Bolsonaro. A
justificativa deste setor da esquerda reformista que apoiou o reacionário projeto
“anticrime”, como o PCO, MES, Freixo e a esmagadora maioria da bancada
parlamentar do PT, seria sua “desidratação” sofrida pelas emendas
parlamentares. Uma desculpa esfarrapada para defender uma tremenda capitulação
diante do incremento da ofensiva repressora e punitivista contra nosso povo
pobre e negro das periferias deste imenso Brasil. Logo frente a uma atitude
indefensável, do ponto de vista da luta dos oprimidos, Marcelo Freixo e PCO
trataram de fazer uma autocrítica “meia boca”, envergonhados agora falam que o
projeto é ruim, “esquecendo” que saudaram o recrudescimento jurídico do regime
bonapartista como uma “derrota de Moro”, fato logo desmentido pela própria ação
do justiceiro que agiu tenazmente para o Senado aprovar a toque de caixa sua “sinistra
obra” punitivista. O movimento operário não deve confiar nestes impostores da
Frente Popular de colaboração de classes, que fazem discursos políticos
“inflamados” e a Lava Jato contra Moro, mas que na primeira oportunidade apoiam
na prática suas ações concretas de extrema direita. O PCO, em particular, que
se arvora do título de campeão antigolpista, neste episódio deixou cair sua
máscara de uma seita corrompida pelo lulismo, seguindo os mesmos passos
oportunistas da bancada parlamentar do PT. A vanguarda classista que combateu o
golpe institucional, mas que ao mesmo tempo não se vergou a plataforma
reformista de Lula e seus apêndices, deve abstrair todas as lições
programáticas desta vergonhosa claudicação da esquerda burguesa, postura
política recorrente que vem permitindo o avanço do projeto neofascista em nosso
país.